28 novembro 2012

O handicap em sua foma perfeita

O que é um handicap? A resposta é longa, mas trazendo para o universo turfístico, seria corrida em que há algum tipo de vantagem ou desvantagem (usarei sempre este termo para não deixar a postagem confusa)  entre os competidores. Seguindo sempre na linha do mais usual, descartaremos handicaps de diferença de corpos, embora nas canchas retas nordestinas, principalmente em mano a mano, serem constantes as apostas baseadas neste handicap. Acabei de assistir pelo Youtube um duelo em Pedro II, cidade do Piaui, em que um dos competidores só ganharia  a prova se chegasse com mais de três corpos na frente do seu rival.
O que se pratica em nosso principais hipódromos é a desvantagem de peso que alguns competidores levam de outros. Este peso é composto pelo próprio peso do jóquei, aliado com o material de uso obrigatório (selim, manta etc.) e mais as barras de chumbo, caso se precise de complemento.
Qual o intuito do handicap? Na essência, seria fazer com que as corridas fossem extremamente niveladas , com todos competidores com a mesma chance de vitória.
O assunto aqui no Brasil é tratado de forma pouco acurada. Em países que levam o Turfe a sério, existem handicapeurs que conseguem através de inúmeras variáveis, atribuir um número de força para cada animal (o que eles chamam de Rating). As variáveis mais importantes  para compor o Rating são: performance nas provas, analisando o peso carregado, o tipo de pista e distância, as diferenças no disco, eventuais prejuízos, ritmo de carreira e mais alguns mais sofisticados, como por exemplo, a forma atual dos adversários e o desempenho real versus o desempenho potencial de cada elemento.
Agora vem a parte interessante: quanto representa estas desvantagens de peso em quantidade de corpos?
Suponhamos uma corrida em 1000 metros entre dois cavalos de força idêntica, um sendo o clone do outro. Para chegarmos a diferença de um corpo de vantagem para um deles, em cima do disco de chegada, teríamos que colocar 1 quilo e 350 gramas a mais no peso que o outro teria que carregar.
A tabela que mais me agrada é esta:


Distancia
Peso a mais em quilos
Desvantagem
1000M
1,35
1 corpo
1200 a 1300M
1,12
1 corpo
1400 a 1600M
0,9
1 corpo
1800 a 2000M
0,79
1 corpo
2200 a 2400M
0,68
1 corpo

Esta tabela é da Grã Bretanha, portanto o piso é o gramado. Acredito que na areia, estas desvantagens sejam um pouco maiores na mesma relação distância/peso.

Nesta segunda-feira que passou, em Cidade Jardim, tivemos no segundo páreo, o quarto confronto seguido entre Ray Famous e Red Blood, todos na distância de 1400 metros. Agora temos duas vitórias para cada um. Vamos a tabela dos confrontos:

Data
Ganhou
Perdeu
Diferença
Distância
26/11
Red Blood 60
Ray Famous 60
Pescoço
1400
10/11
Ray Famous 53
Red Blood 56
1 corpo e 3/4
1400
13/10
Red Blood 58
Ray Famous 57
3/4 de corpo
1400
01/10
Ray Famous 58
Red Blood 60
Pescoço
1400

Se cavalo fosse relógio, não há duvidas que o Red seria Big e Ray seria Ben. Sensacional a regularidade dos dois e o handicap aqui estaria muito bem ilustrado (lembrem-se que isso não é ciência exata, mas a proximidade com a correção da tabela é espantosa). As discrepâncias não passam de um corpo.
Finalmente, gostaria de lembrar aos estudiosos, que, principalmente em páreos de fundo e em handicaps severos, a correta interpretação desta tabela, pode significar um maior número de acertos na escolha de seus favoritos.








27 novembro 2012

JOGANDO CONVERSA FORA 9

Por Marcelo Augusto

PÁREOS DE CLAIMING
Por mais de uma oportunidade demonstrei o quanto sou contrário aos páreos de claiming e os motivos são diversos, vão desde prêmios inferiores em relação aos páreos de turma (em média 59%), venda de animais para outras praças, regulamentos esdrúxulos para utilização da pista de grama, esvaziamento e não formação dos páreos de turmas, prejudicando a seleção técnica, sobrecarga dos animais, que em algumas ocasiões, com o intuito de arrecadação de prêmios são colocados para competir por duas a três vezes ao mês e etc .... Muitos proprietários e treinadores estão preterindo os páreos de turma, na ilusão que os páreos de claiming são mais fáceis de vencer; entretanto, são na maioria das vezes bem mais equilibrados do que os páreos de turma, citando como exemplo, o último páreo de domingo (25/11), um claiming vencido pelo Gonzo, que freqüentador dessa chamada desbancou animais favoritos que vinham de correr páreos de turma. Acredito que está havendo uma falta de sintonia, pois estamos deixando de inscrever e formar os páreos de turma para correr claiming, cujas bolsas, como já comentado acima, são bem inferiores. No que se refere ao pagamento de trato e arrecadação de apostas, todos os animais são iguais, não importa a sua categoria, por isso para mim é de difícil compreensão que os prêmios oferecidos aos proprietários que colocam seus animais para competirem no claiming sejam inferiores. Não é nenhuma novidade que arrecadação de prêmios é de suma importância para que os proprietários consigam levar adiante essa atividade. Desta forma tomei a iniciativa de fazer um pequeno levantamento, utilizando-se como base a campanha desenvolvida por uma animal de minha propriedade, para demonstrar aos amigos, o quando é ilusório correr esses páreos de claiming.
O CONSELHO DE ÉTICA, defendeu a minha farda por 3 anos e 2 meses (28/08/2009 a 29/10/2012). Nesse período ele disputou a 38 páreos, praticamente todos no claiming, vencendo 6 e se colocando por 22 oportunidades, conforme se verifica adiante, tendo um percentual de aproveitamento de 73,68%. Digamos que os prêmios oferecidos nesses páreos de claiming que o Conselho de Ética disputou fossem equivalentes aos da chamada de turma (4 e mais anos), e vejamos como ficaria a relação prêmios e trato.
Prêmio oferecido para a turma de 4 e + anos 1 e 2 vitórias: R$ 6.270,00 ao 1º; R$ 1.881,00 ao 2º R$ 1.254,00 ao 3º; R$ 627,00 ao 4º e R$ 313,50 ao 5º.  
6 vitórias a R$ 6.270,00 = R$ 37.620,00
8 segundos a R$ 1.881,00 = R$ 15.048,00
2 terceiros a R$ 1.254,00 = R$ 2.508,00
3 quartos  a R$ 627,00 = R$ 1.881,00
9 quintos  a R$ 313,50 = R$ 2.821,50

Total de prêmios: R$ 59.878,50
Valor líquido com desconto médio de 20% referente a IR, taxa de inscrição, montaria, condução, aluguel de Box, água = R$ 47.902,80
Campanha de 3 anos e 2 meses, equivalentes a 38 meses.
Trato médio R$ 1.500,00 (agregando eventuais despesas extras, como medicamento por ex)
38 meses x R$ 1.500,00 = R$ 57.000,00

Relação prêmios x trato = - R$ 9.097,20

Considerações: O índice de aproveitamento do Conselho de Ética de 73,68% foi excepcional e mesmo com esse percentual, se tivesse levantando os prêmios acima relacionados (iguais ao da chamada de turma) ficaríamos no vermelho, embora se diluíssemos o prejuízo dentro dos 38 meses de campanha que daria uma média negativa mês de R$ 239,40 o impacto seria quase imperceptível.
Agora vejamos como ficaria a relação trato x prêmios, com as bolsas oferecidas aos páreos de claiming

Prêmios páreos de “Claiming”: R$ 4.158,00 ao 1º; R$ 1.247,40 ao 2º R$ 831,60 ao 3º; R$ 415,80 ao 4º e R$ 207,90 ao 5º.  
6 vitórias a R$ 4.158,00 = R$ 24.948,00
8 segundos a R$ 1.247,40 = R$ 9.976,00
2 terceiros a R$ 831,60 = R$ 1.663,20
3 quartos  a R$ 415,80 = R$ 1.247,40
9 quintos  a R$ 207,90 = R$ 1.871,10

Total de prêmios: R$ 39.705,70
Valor liquido com desconto médio de 20% referente a IR, taxa de inscrição, montaria, condução, aluguel de Box, água = R$ 31.764,56
Campanha de 3 anos e 2 meses, equivalentes a 38 meses.
Trato médio R$ 1.500,00 (agregando eventuais despesas extras, como medicamento por ex)
38 meses x R$ 1.500,00 = R$ 57.000,00

Relação prêmios x trato = - R$ 25.235,44

CONSIDERAÇÕES: Os números falam por si. Arrecadação inferior a 66,3% e conseqüente aumento no déficit. Chamo a atenção novamente que foi utilizado como base desse levantamento apenas um animal e que teve excelente índice de aproveitamento. Com esses números é praticamente impossível que se consiga atrair novos proprietários. Acredito que poucos Studs tem a formula mágica para se ganhar dinheiro no claiming, por isso não tenho dúvida em afirmar que pelos motivos expostos o claiming é nocivo a atividade, principalmente pelos prêmios ofertados. Quantos animais são anotados nessa modalidade de páreo pelos grandes Haras e Studs, como o Sta. Maria de Araras, Anderson, TNT, Beverly Hills, etc, praticamente nenhum, é muito raro se ver e qual seria o motivo? Os animais com fraca campanha preferem vendê-los em leilão de treinamento ou mandá-los embora para o Haras. O claiming é outro produto made in USA, que foi incorporado ao nosso turfe, como também o lasix a reta curta (disco B). Lá o turfe vive outra realidade. Precisamos urgentemente rever esses conceitos, já não era tempo de se fazer um estudo para apurar a quantidade de Stud que desapareceram levando em consideração desde que foi implantado os páreos de claiming com esses prêmios pequenos até os dias atuais? Tudo bem que os motivos podem ser diversos, como prêmios defasados, mas tenho convicção que os claimings tem relação direta, pois com essa relação prêmios x trato, a saúde financeira do caboclo vai minando até chegar ao ponto de ele parar.

Ligeirinhas

* A AGE dos sócios do JCSP aprovou que a Diretoria proceda licitação para venda do prédio da rua Boa Vista (sede social) pelo valor de R$ 90 milhões. A aprovação contou com o apoio de 90% dos presentes.
* Mais uma semana de poucas inscrições em CJ. Vinte quatro páreos no total, com 162 inscritos, média de 6,7 por páreo.
* A.L.Silva ganhou um páreo espírita com Gonzo. Joqueada de quem não desiste nunca e que deveria ser modelo para vários bridões que arrefecem o ritmo quando o primeiro cavalo que vem de trás passa por suas montadas.

 

26 novembro 2012

Considerações Finais do Torneio de Rateios da GV

Um Mario Palhares para lá de inspirado venceu com folga mais uma etapa de nossos torneios da Gávea. Acertou várias pules boas e fez por merecer o caneco. Na segunda colocação o Carlos Zerbini, competidor que vem se destacando, estando sempre entre os primeiros.Fechando os premiados, um estreante, Sandro Rocha. Sem dúvida um ótimo debut. parabéns a todos, lembrando que amanhã entro em contato com os vencedores para tratar das entregas dos prêmios.
Aos demais participantes, o meu muito obrigado pela lisura do comportamento durante o certame.

Torneio de Rateios da GV


Torneio Tradicional de CJ/Stud Figuron & Varanda


22 novembro 2012

JOGANDO CONVERSA FORA - 8

Por Marcelo Augusto

MATRIZES BRASILEIRAS

URISKA (1955) – Dragon Blanc X Guapi, por Maranta (GB), família 4b, descendente direta da argentina GALLIA, mãe de APROMPTO, vencedor do GP São Paulo de 1925 empatado com o argentino MEHEMET ALI
Haras São José & Expedictus.

Em sua vida reprodutiva, URISKA gerou a sete produtos, dos quais três fêmeas, com destaque para as irmãs próprias ERIDAN e HIAWATHA, por Maki (Formasterus x Canicula, por Copyright). Há de se observar que o cruzamento Maki e Dragon Blanc foi explorado com bastante sucesso pela família Paula Machado. Maki é o avô materno do tríplice coroado AFRICAN BOY, do ganhador do GP Brasil GRISON e bisavô materno do fenômeno ITAJARA. Foram as irmãs ERIDAN e HIAWATHA responsáveis direita pela continuidade do sucesso dessa família, como podemos observar pela produção de cada uma:
ERIDAN (1961) gerou a quatro fêmeas: NISEI, por Alípio; ORMILIE, por Fort Napoleon; RESELA, por Svengali e TREFEGA, por Canterbury. Da NISEI descende a BOUTADE (Fort Napoleon) que deu ao Haras Malurica o POUTIONER (Executioner), vencedor do GP IPIRANGA G1 de 1987, entretanto, das filhas da ERIDAN, quem realmente se destacou foi a RESELA, ganhadora de 5 corridas em 15 saídas, destaque para o GP Pres. Luiz Nazareno T. Assumpção (1975), que levada à reprodução gerou a cinco fêmeas, com destaque para EBREA (Kublai Khan) e as clássicas FOIX (Karabas) e GLAD GIRL (Felício). A EBREA nos presenteou com o craque internacional SIPHON (Itajara), a FOIX com a craque VERINHA (Baronius) e as clássicas SPRING STAR e PARAYTINGA, ambas por Itajara e finalmente a GLAD GIRL ao ganhador de grupo 3 SENATEUR (Derek). A PARAYTINGA gerou a craque CHAN TONG (Hampstead) e esta por sua vez o Derby Winner IVOIRE (Know Heights), tendo ainda a Paraytinga, através de sua filha Bubinette (Clackson), gerado o ganhador de grupo 3, Alcazar (Thignon Lafré). A SPRING STAR gerou a clássica See The Star (Distorted Humor) atualmente em campanha na Gávea e a VERINHA produziu para o Stud TNT a REMEMBER CARINA (Grand Slam), vencedora do Clássico Riboletta.






CHAN TONG                                        REMEMBER CARINA             
SIPHON

HIAWATHA (1963). Deu prosseguimento a sua família no extinto Haras Rosa do Sul, onde gerou a ganhadora clássica no tarumã CAPACITE e a GREEK LARK, ambas por Tumble Lark. Dos produtos gerados pela GREEK LARK, podemos destacar o ganhador de grupo 3 e exportado COLOR PROSPECTOR (Music Prospector) e a clássica Armadilha Grega (Midnight Tiger), mãe do clássico Figo (Uapybo), ambos exportados para o Uruguai. A CAPACITE gerou a IF I ASK (Analogy), que por sua vez gerou a OLA I ASK (Grimaldi), sendo esta última sob as lides do Sr. Gianni Franco Samaja, responsável pela continuidade do sucesso do ramo da HIAWATHA, pois desta filha do Grimaldi (Executioner), descendem os ganhadores de grupo I GRAND I ASK (Yagli) e UAREOUTLAW (Christine´s Outlaw), sendo este via UNIVERSAL RARA (Ramirito) e a clássica XIRIRICA DA SERRA (Know Heights).  Descende ainda desse ramo da Ola I Ask, o ganhador clássico Quartel General (Boatman).




GRAND I ASK








Acredito que a sobrevivência dessa família nos pedigrees clássicos está depositada nas descendentes da Resela, via Foix/Spring Star e Verinha/Remember Carina; e pelo ramo da Hiawatha, nas descendentes da Ola I Ask.


LA PROFESSIONE DEL MARITO
(A profissão de marido)                              
                    Federico Tesio

  Na família eqüina o marido toma o nome de garanhão.
  O garanhão é um escravo de luxo. Se trabalha bem enriquece o dono, se trabalha mal o arruína.
   Seu valor venal é determinado primeiramente pelos sucessos em carreira, depois por aqueles obtidos na reprodução.
    À porta destes profissionais da moda as mulheres fazem fila, por vezes durante anos, antes de obterem um encontro, que atinge cifras equivalentes a seis mil esterlinas.
    O direito de precedência para ingressar na câmara do célebre Nearco foi cedido em leilão por vinte mil esterlinas.
    Assim faz quem pode.

    Geralmente os melhores reprodutores são aqueles que tenham vencido as melhores carreiras. Eclipse e St. Simon, invictos nas pistas, imbatíveis na reprodução.
     Por vezes o segundo colocado no hipódromo vence como reprodutor aquele que o tenha precedido.
      Por ex: Pharos, segundo no Derby atrás de Papyrus, demonstra ser na reprodução garanhão muito superior.
       De raro em raro salta fora um desconhecido. Por ex: Tredennis. Mas existem sempre explicações; pode-se pois afirmar que o disco de chegada é mais inteligente que o cérebro do homem, sendo necessário considerá-lo como o mais sabido dos mestres.
       Os garanhões são mais prepotentes que as fêmeas, mas geralmente demonstram um bom caráter..... desde que sejam bem tratados.
       Eu conheci somente um verdadeiramente intratável: Ladas, nascido em 1891.
     Em seu Box havia duas portas.
     Uma se abria sobre o pátio e dela conservava as chaves o carcereiro.
      A outra se abria sobre um piquete fechado por um muro altíssimo.
       Quando Ladas estava no Box, o carcereiro entrava e colocava alimento.
        Desde que se apresentasse uma esposa, ela era introduzida no piquete por uma porta secreta.
        Observava-se de uma janelinha o cumprimento do rito e depois, tão logo o macho o permitisse afastando-se, ia-se buscá-la.
         A propósito de mal gênio em seguida de maus tratos, recordo-me de ter lido um conto que dizia mais ou menos assim ...........
      O imperador do Marrocos mandou como presente a Luiz XIV um garanhão oriental de sangue nobilíssimo, nascido em 1724. Nas cavalariças do Rei, não tendo sido compreendido, tornou-se feroz e foi vendido a um carroceiro.
       Um senhor inglês, passando por uma estrada de Paris, viu o carroceiro que castigava o belíssimo rebelde que sangrava. Comprou-o por três luizes e mandou-o a Inglaterra, para o seu amigo Lord Godolphin que o levou para o campo, na criação de cavalos de corridas, onde sua missão era investigar se éguas estavam dispostas a esposar-se com o Pachá que reinava naquele tempo.
        O recém chegado, recordando seus nobres ancestrais e sobretudo por descender em linha direta de uma das éguas do Profeta, considerou sua função de rufião uma ofensa à sua estirpe, jurando vingança. Encontrando por acaso o rival, desafiou-o e matou-o em regular duelo.
        Ocupou o lugar do defunto, tornou-se mito, e seus produtos venceram todas as grandes carreiras. Assim passou para a história como o Godolphin-Barb, o cavalo bárbaro do Lord Godolphin.
GODOLPHIN-BARB

20 novembro 2012

Cidade Jardim: um hipódromo que dá pena

Depois  de hoje, em que mais uma vez a natureza conspirou contra as corridas em Cidade Jardim, cheguei a conclusão que, cada vez mais, o sentimento que me toma ao ver o desenrolar dos acontecimentos é de tristeza e pena.
Pena por ver em sua imensa maioria, páreos de seis animais inscritos.
Pena do nível técnico das contendas.
Pena porque se chove forte e falta luz,  não temos carreira, ou se não falta,  dá pane nas velhas câmeras que passam o desenrolar das mesmas. Hoje ficamos sem as imagens de frente do penúltimo páreo, prova em que houve uma reclamação para o primeiro posto. O comentarista Renato Barros, se apressou em dizer que nós, telespectadores, não tínhamos as imagens, mas que evidentemente, a Comissão de Corridas tinha. Olha,  vou duvidar. Duvido pela pressa que o páreo foi confirmado, nunca o fora tão rapidamente. E pela câmera principal, sou capaz de jurar que  aconteceu desvio de linha. Então a ordem é: rápido, confirma senão vai dar problema.
Pena, novamente, por um outro lance, na reta de chegada do segundo páreo em que mais da metade dos jóqueis se engalfinharam e , pasmem, não houve sindicância, não houve reclamação, não houve nada. Páreo confirmado. Poderia não se mudar o resultado da prova, mas tinha-se o dever de averiguar.
Pena por ver o JCSP  ser novamente alvo de reportagem depreciativa da revista Veja. Venda de patrimônio em questão, nem entro mais no mérito, se é certo ou errado, posto que me falta competência, mas, raios, não era isso que se combatia com unhas e dentes na época do Toledão.
Pena pelos erros crassos que foram cometidos (partidor colocado duas vezes em local inadequado, o indefectível Disco B, páreos confirmados com o resultado afixado de forma incorreta ).
Pena porque vamos para mais uma semana de festival nas pista, com míseros 25 páreos programados (várias provas com cinco ou seis cavalos). Já é sabido que no fim do ano, teremos um recesso enorme, acho que uns quinze dias sem cavalos nas pistas.
Pena porque Cidade Jardim é meu hipódromo preferido, local onde fiz muitas amizades e consegui a proeza de ganhar um Clássico como proprietário, há um pouco mais de  uma década, ou seja, um lugar que me traz lindas recordações. Naquela época se dizia, isso nunca esteve tão mal, eu assentia com a cabeça, mas, pelo olhar de hoje, posso afirmar, não sabia da missa a metade.
De bom, peço ajuda dos turfista para enumerar algo além da diminuição nas retiradas e a proibição de se correr desferrado. Dizem que o pagamento da dívida com a Prefeitura será o grande feito dessa gestão, mas isso só o tempo dirá. Por enquanto o que fica é o sentimento de desilusão pelo  muito de esperança que se tinha nesta diretoria.

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