El Aragones
Consenso geral que D. Paulo Evaristo Arns foi um homem que, sempre que
possível, esteve ao lado dos fracos e oprimidos. Gostaria de lembrar,
porém, uma passagem acontecida com sua presença há muito tempo no
programa Roda Viva na tv Cultura. Lá pelas tantas ele discorria sobre
perseguições e censura quando , por telefone, lhe perguntei se ele
assistira ao filme " Je Vous Salue Marie", filme proibido pela Igreja
Católica, o que lhe motivou vaias na Puc e uma faixa que dizia " Je Vous
Salue Arns" quando estudantes favoráveis à liberação do filme
realizaram um grande protesto contra sua presença naquele local. E mais,
indaguei-o porque ele teria visto o filme enquanto eu não pude ve-lo e
também qual a sua opinião sobre a censura. Sua resposta foi que não
falaria sobre nenhum desses assuntos. Conclui então que quando a censura
era
a seu favor ele não tinha a mesma segurança do que quando o assunto era
fora da Igreja e conclui que os alunos fizeram muito bem em vaiá-lo, já
que apesar de sua folha corrida excelente, havia deslizado na questão
do filme. Não pretendo com isso empanar seu curriculum, apenas dou um
depoimento sobre um fato acontecido e que jamais me esqueci, mostrando
que, todos nós, seres humanos, somos às vezes Dr. Jeckill e às vezes Mr.
Hide. Aliás lembro que sua irmã Zilda Arns, morta no Haiti, uma
incansável lutadora contra a fome e outros males que afligem o mundo,
expressava clara opinião contrária ao uso da camisinha, o que deve ter
causado algumas centenas de mortes por contágio sexual para quem seguiu
seus conselhos.
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