A imagem frontal I

Edouard Manet, um dos gênios da pintura, foi talvez o primeiro artista a retratar uma corrida pelo ângulo frontal. Sua tela, "Corridas em Longchamp" de 1867, foi inovadora. Não há registros nem na pintura, nem na gravura, dos cavalinhos serem representados por uma imagem de frente. Aqui do lado, o leitor perceberá dois pontos fundamentais da obra. O primeiro é que o expectador pode ser mostrado dos dois lados da pista; o segundo é de deixar o páreo mais emocionante, uma vez que sob este prisma, não podemos afirmar com certeza quem está na frente. Este é o atrativo da composição: a incerteza, a indefinição de quem será o vencedor.
Mas passemos para o nosso tema que são as corridas de cavalo que realmente nos afetam, mais precisamente as realizadas em Cidade Jardim. Em 1990, o cavalo Jex ganhou um dos GPs São Paulo mais fracos de todos os tempos, mas que entrou para história mesmo, como o da reta final que ninguém viu. Não sei qual foi o problema, mas a reta só passou por aquela câmera que julga os desvios de linha nas reclamações. Se em uma tela o efeito é tentar dar mais emoção, na vida real beirou o anti-clímax. Ninguém torceu, porque ninguém sabia o que estava acontecendo. Além de um dos mais fracos, um dos mais sem graça também.
Chegando ao presente, a moda agora é filmar as largadas por esta bendita câmera. Olhem a seguinte imagem, 40 metros após o larga, e respondam as perguntas, logo a seguir. Não se impressionem com o buraco negro que está prestes a engolir os cavalos:

a) quem está na frente? (é só citar a baliza)
b) quem está em último?
c) qual a diferença do primeiro para o último?

Vamos lá, quem se habilita a responder (para aumentar o tamanho da imagem é só clicar em cima dela e depois colocar zoom). Estou esperando. Mais tarde coloco a imagem lateral para conferirmos.