26 setembro 2012

Apontamentos do Nefelibata

Corrida de cavalo é um terreno fértil em axiomas, as chamadas verdades absolutas. Quero me ater aqui a dissertar sobre um deles: o de que  páreos de claiming são bem mais fracos do que os páreos de turma.
Alguns páreos de claiming são realmente muito fracos , porém, outros, se revelam bem competitivos, de maneira que colocar tudo em um mesmo saco, leva o turfista a  incorrer em erro em seus estudos. Grandes proprietários já descobriram o filão e inscrevem cavalos de sua propriedade  (animais que não servem para ganhar clássicos, mas de bom poderio locomotor) para correr tais páreos. Os motivos são vários. Ter de faturar é um, desocupar a cocheira para a nova geração que vem vindo, outro, não há páreos de turma em que o mesmo possa ser competitivo, um terceiro, e assim poderíamos citar mais, até chegarmos a uma dezena de razões, quem sabe.
Na Gávea, semana passada, tínhamos um claiming de 4.5 mil, para cavalos mais velhos e o vencedor foi Pongo, animal já de oito anos, mas pasmem, com 14 vitórias e apenas cinco de claiming. Ou seja, um animal de 11 vitórias em turma, duas delas em Pesos Especiais. E o que aconteceu: a idade chegou e para Pesos Especiais já não dava mais para pensar em vitória, então claiming com ele. Porém outros proprietários, em busca de uma vitória, também arriscam perder seus animais competitivos, pensando da mesma forma. E o resultado é que as provas, às vezes, saem com força bem superior ao que pensamos   ser um  "claiming".
Trazendo o assunto para este final de semana que passou, posso citar o Half God, vencedor  de um claiming para produtos de três anos com 1 vitória, no sexto páreo de domingo em CJ. Potro que vem melhorando e que se estivesse inscrito, no páreo anterior do mesmo dia, uma chamada para três anos até 2 vitórias, concorreria com muita chance, também. Não é a toa que o mesmo foi claimeado para o Gaudérios da Querência (leia-se Estanislau Petrochinski), coincidentemente  o  treinador do Goldilocks, vencedor da quinta carreira citada.
Outro páreo em que o proprietário arriscou perder um bom potro, foi no oitavo páreo da noturna. Esse estreante do Moema, Hermano Amigo, dividiu a raia (não é fácil ganhar por quase sete corpos nos mil metros, mesmo que os adversários sejam de claiming). Tenho certeza que corre o páreo normal de uma vitória com amplas possibilidades de vitória. Meteu 55:5 para o quilômetro (sem vento). Para se ter uma ideia, no segundo páreo do mesmo dia, um outro estreante,Penedo, em páreo de 3 anos sem vitória, ganhou, assinalando 55:9. Detalhe: a todo pau e com vento a favor. O Renato Barros, quando da vitória de Penedo, disse que o mesmo pode vir a ser um bom potro e pode realmente, mas da minha parte, digo que o potro bom é o outro,  o de criação do Haras Moema. Pena que eu não comprei...
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