09 outubro 2014

Teophilo de Vasconcellos e Luis Reis

Stud Figuron & VarandaPor El Aragones

Justíssima a  homenagem a Teophilo de Vasconcellos, locutor oficial do JCB na época de ouro e considerado, por muitos ( inclusive pelo inesquecível Ernani Pires Ferreira ), como o maior locutor de todos os tempos. Teóphilo tinha bordões estupendos, inclusive aquele que anunciava os comentários da carreira  feitos, em dado momento, pelo grande compositor, pianista e boêmio Luis Reis ( que naquele tempo tinha uma vasta cabeleira e, por isso, Teóphilo dizia "habla Cabellera " ). Luis Reis, infelizmente, não tem sido lembrado pelo JCB em suas homenagens póstumas mas foi uma daquelas pessoas que engrandeceram o nome do turfe em sua época. Excelente compositor, autor de canções inesquecíveis como " Palhaçada", "Nossos Momentos", "Canção da Manhã Feliz" ( gravação imortal de Nana Caymmi ), " Tudo é Magnífico" e muitas outras, inclusive compondo para carnavais (Bloco de Sujo ), Luis foi também um boêmio de primeira e um pianista muito bom ( tocou anos no bar do Real Astória, que ficava ao lado do restaurante do mesmo nome no Leblon no Rio de Janeiro ). Eu o conheci no final da década de 60 , início dos anos 70, na mesma ocasião em que conheci seu mais ilustre parceiro, Haroldo Barbosa ( o Pangaré ). Apesar da grande diferença de idade, sempre fomos amigos e lembro-me de uma ocasião em que , saído do bar da fossa no Leme, aonde cantava a rainha Valeska, em companhia de meu amigo de sempre, João Guedes, demos de cara com Luis que se fazia acompanhar do conjunto vocal "As Gatas", formado por 4 mulatas avantajadas e que recém haviam gravado uma de suas canções. Nos abraçamos e cada um seguiu seu caminho, quando então virei-me para o meu amigo e disse:" Que  legal, ele te reconheceu e ficou feliz em te ver ", ao que ele prontamente me respondeu: " Deve ter bebido um pouco, já que totalmente sóbrio não costuma me reconhecer" . Luis Reis era muito simples, um tipo bonachão, desses que não se fazem mais em lugar nenhum e me pergunto o que terá acontecido com a "Polaca", sua companheira por longos anos. Morto em 1980, Luis deu uma enorme contribuição para a música brasileira e seria muito bom que o JCB dele se lembrasse , da mesma forma que se lembra de outro grande cronista que foi Heitor de Lima e Silva, o popular "Bolonha". De Luis Reis, de Valeska e Josemir ( que espero estejam bem  ), de Lucio Alves,  e, sobretudo de Otávio de Morais, só tenho boas lembranças e muita saudade.

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