Esqueceram do freio de mão

Há pouco mais de um mês fiz uma postagem abordando como um ritmo de carreira pode influenciar de modo drástico no resultado de uma prova clássica. Foi uma Prova Especial vencida por Raio De Luz, com a apenas útil Chama Trina chegando em segundo. Relatei a loucura que é a luta desesperada pela ponta na primeira parte do percurso, parecendo que o disco está na cabeça da curva.

Pois bem, anteontem no mesmo palco, houve um páreo bem mais forte, um Grupo III, Grande Prêmio Presidente Vargas, onde tudo se repetiu novamente. Um "train" alucinante a tal ponto, que na altura dos 800 finais, o excelente Bicarbonato já estava extenuado. Os outro dois que seguiam ao seu lado, Pacato Cidadão e Energia Berlim, entraram na reta em ritmo de trote, finalizando ambos, último e penúltimo. O ganhador Gugu Dada, a parte ter deixado o páreo de uma vitória em sua última apresentação, a parte ter largado mal, tem um nome bastante sugestivo para o que foi o páreo, um legítimo tirar doce de criança. Reparem aqui no replay, que os três últimos a entrarem na reta são justamente os mesmos que virão formar a trifeta do páreo. Reparem também que quem correu quarto até a entrada da reta, bem perto dos ponteiros, o potro do Alvarenga, Our Potri, merece uma atenção especial. Mesmo com todo esforço inicial, teve ação mais do que digna na reta de chegada, merecendo mais oportunidades na grama para que possamos avaliar melhor o seu potencial. Para mim, ainda vai ganhar prova grupada para o Álvaro Novis.

Fica a impressão de que, embora sendo excelentes jóqueis, com indubitáveis qualidades técnicas (entre os doze primeiros da estatística carioca constam seis), no longínquo dia em que passaram pela escolinha de aprendizes e cujo tema foi "como dosar a sua montada em caso de ritmo suicida", gazearam a aula.