06 novembro 2013

Um vídeo sensacional que mostra a diferença

Recorro novamente ao ritmo de corrida. Neste último ano fiz algumas postagens com o tema e acho que até o final dos meus dias (ou pelo menos enquanto houver o Turfemania) irei continuar abordando este assunto repetidas vezes, posto que são inesgotáveis  suas nuances e finesses. Aquele que é estudioso da matéria, por certo irá encontrar subsídios para uma melhor compreensão deste parâmetro nas linhas abaixo.

Lembro que no último GP São Paulo houve um certo alvoroço, pois o ganhador, Gober, fez um tempo quase três segundos pior do que o São Paulinho, vencido por Mitológico. Ora, três segundos são cinquenta metros, o que significa dizer que, se o relógio fosse senhor de toda a verdade, a totalidade dos competidores anotados nesta prova, ganhariam do pujante vencedor da maior prova do turfe Paulista. Esta hipótese certamente não iria se traduzir em assertiva verdadeira se todos os competidores das duas corridas, corressem a mesma prova.

Isso nos faz pensar até que ponto é importante o parâmetro tempo e em uma postagem anterior cheguei a dar a distância da milha como um divisor de águas no significado deste fator: para distâncias iguais ou abaixo da seta dos 1609 metros, o parâmetro tempo talvez seja um dos mais importante na análise das corridas. Para cima disso,  começa a perder força, a medida que o ritmo de prova começa a ditar os acontecimentos.

Neste último domingo, na Gávea, houve duas provas na distância dos dois quilômetros:
1) o quarto páreo, para éguas de 4 anos até uma vitória e  de 5 anos até duas vitórias. Foi vencido por Lenha Nobre.
2) o sexto páreo, para produtos de 4 anos até duas vitórias, de 5 anos até 3 vitórias e de 6 e mais anos até 4 vitórias. Houve empate entre Macis e Cape Cod.

Embora sendo contradito pelos recentes sucessos das éguas nas principais provas do Turfe Mundial, é fato consumado pela estatística, que machos correm mais que fêmeas quando comparadas as mesmas enturmações. Corredores com maior número de vitórias, também estatisticamente falando, fazem melhores tempos do que os que tem menos vitórias. O que nos levaria a uma previsão de tempo de  melhor para os animais anotados no item 2.

Para se ter uma ideia da dimensão de quão importante o fator "train de carreira" é importante, daremos os tempos das duas provas também em destaque:

1) As éguas correram para 2min02s61.
2) Os machos fizeram para a mesma distância 2min07s18.

Entre perplexo e incrédulo, a primeira coisa que fiz foi ver se não havia nada errado na marcação. Conferi, reconferi e estava tudo certo, foi isso mesmo, quatro segundos e meio melhor para o páreo, na teoria, mais fraco. Aqui é importante lembrar um dos poucos axiomas que considero verdadeiro e que funcionam para 95% dos páreos: provas em que os competidores formam uma extensa fia indiana até a entradada reta, tempo bom no relógio: provas em que a diferença do primeiro para o último não passa de três corpos, com o pelotão formando um "bolo" coeso, é sinal que a marca vai ser sofrível.

Com o trabalho do Sr. Jayme Quadros (me poupou uma tarde de labuta,rs) vejam como ficou a edição das duas provas  no mesmo vídeo e é até engraçado de observar, mas a gravação dá a noção exata dos disparates que podem ocorrer quando o assunto é ritmo de corrida. Quando a última colocada do páreo 1 cruza o disco (chega se arrastando), o faz na frente dos dois primeiros colocados do páreo 2. 





Para finalizar , uma dica: na tela grande fica melhor de se apreciar.

2 comentários:

  1. Caramba, parabéns. Belo artigo sobre diferenças. Uma verdade que só os catedraticos como vocẽ conseguem observar.

    ResponderExcluir
  2. Amigo Aron , impressionante a diferença . Assisti ao vídeo três vezes para acreditar . Lógico que o ritmo movido pela tordilha é um dos fatores mas , mesmo assim , só porque vi , acreditei. Tempo do páreo sempre é , para mim , um critério a ser visto com reservas , a não ser , como no caso , se forem tempos do mesmo dia de corrida , pois vários fatores influenciam de um dia para o outro , mas este caso é basilar e requer , realmente , de quem gosta de um estudo mais aprofundado, uma análise mais consistente sobre o tema . Parabéns pela brilhante observação e pelo vídeo com sua trilha sonora . Abraço .

    ResponderExcluir

Envie seu comentário

Real Time Web Analytics