Refém da Solidão

Pensei que nunca falaria isso, mas, não sei se por estar marcando mal, ou se, por nestes últimos tempos ter vivido mais intensamente um lado mais "trabalho" do que "diversão" do esporte, estou um pouco cansado das corridas. Até a revista, que antes era devorada de cabo a rabo em pouco tempo, agora permanece intocável em muitas de suas páginas. Um assinante, que declinarei o nome, mas que gosta da alcunha de "El Aragones" me ligou nesta segunda pela manhã, para bater um papo sobre as corridas e deve não ter acreditado quando lhe falei que ainda não sabia quem corria, isso por volta de 9:30h. A verdade é que o que sempre foi prazer, virou, não um grande, mas um pequeno fardo, principalmente neste mês de Novembro que passou. Se fico entre escrever uma postagem e estudar o retrospecto, escrevo; ler os comentários dos sites especializados e estudar o retrospecto, leio; escutar uma boa música e estudar o retrospecto, bom, aí eu faço os dois porque dá para conciliar. Sei que falando assim, jogo contra o patrimônio, pois os meus assinantes devem estar pensando "poxa, nós pagando assinatura e ele nem se esforça". Também não é assim, por exemplo, das 10 as 14 desse mesmo dia citado, fiquei debruçado sobre a revista e o computador. O resultado foi horrível, tanto que nenhuma das minhas cinco indicações no blog aberto, sequer pagaram placê. Isso me deixa bastante chateado, sei que alguns poucos bravos jogam pelos meus palpites e perder o dinheiro alheio, para mim, dói tanto quanto perder o meu próprio. Queria deixar registrado que fora um chato que não larga do meu pé e manda por volta de 15 emails por dia, mesmo quando o resultado é pífio como foi o caso de ontem, os leitores do blog têm se comportado como verdadeiros "gentlemans", sem um comentário desabonador, quanto mais grosseiro.
Mudando da água pro vinho, já declarei aqui em outra postagem musical, a minha admiração por Paulo César Pinheiro, letrista incomparável, tanto na quantidade como na qualidade. Não citarei nenhuma música de sua autoria, exceto essa "Refém da Solidão" em companhia de Baden Powell, pois iria encher a postagem inteira e não daria conta de colocar todas que gosto. O detalhe dessa letra, que faço questão de colocar na íntegra logo aí abaixo é que Pinheiro a escreveu quando tinha apenas 16 anos. Para mim faz parte dos mistérios do mundo que jamais vou entender. Como um menino consegue exprimir sentimentos que requerem, não inteligência, mas vivência, muita vivência e sabedoria. Outro detalhe é que no You Tube tinha interpretações da Elizeth Cardoso e uma muito bonita do MPB4, mas gostei mesmo foi dessa moça,Maíra, cantando acompanhada só do violão. Lindo.




Composição: Baden Powell e Paulo César Pinheiro

Quem da solidão fez seu bem
Vai terminar seu refém
E a vida pára também
Não vai nem vem
Vira uma certa paz
Que não faz nem desfaz
Tornando as coisas banais
E o ser humano incapaz de prosseguir
Sem ter pra onde ir
Infelizmente eu nada fiz
Não fui feliz nem infeliz
Eu fui somente um aprendiz
Daquilo que eu não quis
Aprendiz de morrer
Mas pra aprender a morrer
Foi necessário viver
E eu vivi
Mas nunca descobri
Se essa vida existe
Ou essa gente é que insiste
Em dizer que é triste ou que é feliz
Vendo a vida passar
E essa vida é uma atriz
Que corta o bem na raiz
E faz do mal cicatriz
Vai ver até que essa vida é morte
E a morte é
A vida que se quer