18 junho 2013

A marginalização do Turfe no Brasil

Por El Aragones

Um amigo meu, argentino, que trabalha numa empresa local que faz estudos para empresas ligadas ao governo, resolveu trocar de emprego, provavelmente cansado das constantes modificações do governo argentino intervindo na economia, o que torna inviável qualquer análise a curto e médio prazo . Bem, esse meu amigo conseguiu uma entrevista em uma empresa de um segmento diferente e lá foi disposto a fazer boa figura. A entrevista ia muito bem quando a uma dada altura o entrevistador perguntou ao meu amigo o que ele fazia normalmente nos finais de semana. Meu amigo respondeu que,dentre outras coisas, ele gostava muito de frequentar os hipódromos, tanto de San Isidro quanto de Palermo. Para sua surpresa o entrevistador começou a falar sobre turfe e terminaram os dois analisando de que forma a presença dos jóqueis brasileiros influenciava a forma de pilotar dos jóqueis argentinos. Meu amigo conseguiu o emprego, não por esse motivo é claro, mas sim pelas suas qualidades profissionais. Em minha opinião isso seria impensável no nosso país. Por aqui quem vai ao jóquei, em sua grande maioria, é taxado de viciado , provavelmente perdendo dinheiro que não tem e privando sua família de uma vida melhor. O apostador é marginalizado pela maioria da sociedade, que como já disse em algum momento, sofre da síndrome da Dona Santinha, esposa do marechal Eurico Gaspar Dutra, a quem se atribui a responsabilidade pelo fechamento do jogo no país e cuja filosofia passou a nortear a maioria da sociedade. No país dos hermanos, entretanto, vejo que as pessoas não tem essa filosofia, o que de certa forma pode explicar porque o turfe não vai bem de uma maneira geral por aqui. Claro que péssimas administrações, indivíduos despreparados para os cargos que ocupam e, sobretudo, como bem diz nosso companheiro Gustavo Leite, de uma arrogância sem limites, própria dos incapazes, fazem com que tudo isso se torne uma bola de neve. Mas aqui gostaria de focar apenas nesse aspecto, ou seja, na hipocrisia de uma sociedade que joga no bicho, palitinho, loto, loteria esportiva e muitos outros jogos cujos apostadores não são taxados de viciados . Enquanto tivermos esse tipo de pensamento por parte da nossa sociedade acho muito difícil que o turfe volte a brilhar como antes. Gostaria que meus amigos do blog opinassem sobre esse assunto, focando prioritariamente esse aspecto.
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