05 junho 2013

Um páreo esquisito

O palco foi  Cidade Jardim, eram 17:50 do sábado, quando largou o oitavo páreo, um claiming para produtos de 3 anos sem vitória transferido para a areia.
Já externei aqui no Turfemania que, atualmente, até os páreos de 3 anos com duas vitórias, frequentemente saem bem fracos, e se procurarmos um pouquinho, veremos alguns potros que correram claiming, vencendo este tipo de prova. Alguns exemplos que me vêm a cabeça são os de  Usbek Thunder, Entrepreneur e Rumbador.
Mas voltando a esta prova de sábado, o que se dizia antes da carreira é que Cadete Almir era força com algum destaque, pois tinha na linha de seu retrospecto um terceiro para Jhonny Boy (já com três vitórias) e Timbú do Recife bem perto, dois animais que seriam pule de dez nesta prova.
Mas havia pelo menos uma nuance no páreo: Fantastic Four, do mesmo treinador de Cadete Almir, vinha de uma boa corrida na areia, e, se riscássemos o favorito, era nome que poderia chegar tranquilamente ao topo do placar. Só para não deixar passar, havia mais dois concorrentes com alguma chance de vencer o claiming, Amigo Punk e Kito Buck (este havia derrotado àquele que seria o vencedor da prova, por nada menos do que oito corpos).
Passemos a falar deste que foi o ganhador da prova: Quilate de Ouro, de A.Magalhães Fº. O que mais me chamou a atenção, depois que os competidores cruzaram o disco, foi o fato deste defensor do Bandeirantes ter sido marcado para primeiro  pelo indicador da Revista Turf Brasil . Analisem comigo: nas últimas três carreiras o filho de Banking tinha chegado em todas elas na quarta colocação, e se falarmos apenas isso, até parece que as chances poderiam ser boas. Mas vamos aos senões: foram três provas de claiming, e aqui o mais grave, tirar quarto atualmente em Cidade Jardim, pode em alguns poucos casos ser último, em outros não tão raros, penúltimo, e na maioria das vezes, antepenúltimo. Vejam:


Percebam que são dois antepenúltimos e um penúltimo, sempre chegando longe (coincidentemente são suas melhores atuações na areia). Méritos para o Dorival Manojo, que deveria ter uma informação da melhora deste animal em trabalhos. Mas não era só o Dorival que sabia desta melhora, basta ver os rateios que este animal pagava e confrontar com os quatro reais que proporcionou aos que acreditaram em suas patas.
Bom, deste imbróglio todo tiro algumas conclusões:
1) Ficou muito fácil dar tiro em Cidade Jardim, uma vez que a famosa diversidade de performance fica encoberta com quarto-lugares que na verdade são péssimas corridas, algo como o crime legitimado.
2) É sempre um perigo quando um favorito é de treinador com mais pensionistas  na prova, principalmente quando este pensionista tem chances de vitória, falo de Cadete Almir/Fantastic Four, de E.P.Gusso. Bastaria que o primeiro tiro, o que deu certo, não tivesse tido êxito, e o segundo, a vitória de Fantastic Four, teria acontecido.
3) É preciso que a Comissão de Corridas se atente para a nova realidade, a de poucos cavalos nos páreos, porque senão um cavalo virá de vários últimos e seus responsáveis  não poderão ser punidos porque estes últimos foram "chegando na pedra". Lembro que até este Código de Corridas capenga, já prevê que diversidade de performance não é isso, vejam com o destaque em negrito feito por nós:


26 – Diversidade de performance – produzir um cavalo de corrida em flagrante desacordo com outra ou outras anteriores, nas mesmas circunstâncias técnicas, independentemente da colocação obtida nesta.

Isso tudo, é claro, se o glorioso JCSP resistir as intempéries atuais...
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