Todo este intróito para dizer que no xadrez devam existir um par de dezenas de jogadores geniais em toda sua história, mas que na minha lista cheia de exigências, até agora cabiam três nomes:
a) o cubano José Raul Capablanca, aquele que sem o pai perceber, aprendeu a jogar apenas o observando frente aos rivais. O pai ficou atônito quando um belo dia, o menino, com apenas quatro anos, corrigiu-lhe um lance ilegal que havia feito. Alguns meses depois, as partidas entre pai e filho já não tinham graça...
b) Mikhail Tahl, o mago de Riga, o mais poderoso jogador de ataque que o xadrez conheceu. Tahl, as vezes, não jogava os melhores lances, mas sim os que complicavam mais a partida . Tinha um cálculo e uma intuição fantásticas e criava confusões no tabuleiro que eram impossíveis de ser destrinchadas pela maioria dos seus adversários. Tahl foi uma lenda, nunca esqueço, que na única Olimpíada que tive o prazer de participar pela equipe brasileira, em Novi Sad, antiga Iugoslávia, instantes antes de começar uma rodada, foi anunciada a presença do mesmo em visita ao Torneio, já bastante doente e à beira da morte. A nata do xadrez mundial parou o que estava fazendo e todo mundo se levantou para bater palmas. Foi de arrepiar...
c) Robert James Fischer, o mais carismático e para muitos, o melhor jogador de todos os tempos. O que dizer de um jogador que para chegar a final do Campeonato Mundial de 1972, contra Boris Spassky, derrotou Mark Taimanov em um match, melhor de dez partidas, por seis a zero. Novo seis a zero contra Bent Larsen, um dos cinco melhores jogadores do mundo à época. Para finalizar 7,5 x 2,5 em Tigran Petrosian, campeão mundial de 1966. Além de Fischer varrer os adversários do tabuleiro, havia toda uma conotação política na sua ascensão ao título mundial. A guerra fria no auge e surge um americano para tirar a hegemonia dos soviéticos naquilo que eles faziam de melhor.
A essa lista, acrescento um quarto integrante, Magnus Carlsen, dinamarquês. As próximas duas postagens serão sobre ele. Até...
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