06 agosto 2008

A percepção da largada













Este post vai para o Albenzio Barroso, que foi para mim, o melhor largador que pude presenciar ao longo de minha vida como turfista. Não me refiro a jóqueis ligeiros, no que ele também foi um dos maiores, mas sim aqueles dois ou três primeiros galões depois do larga. Não senhores, não era uma percepção o que o homem tinha, era quase uma clarividência. A mão do Barroso era o dedo do starter, acionados na mais perfeita sincronia, e dada a partida, dificilmente não era seu pilotado que aparecia na frente. Esse dom da percepção, não só na partida mas também em todo o percurso, é o que distingue uma imensa legião de jóqueis bons, dos verdadeiros gênios das rédeas. Um dom que é privilégio de poucos, muito poucos.

Um comentário:

  1. Aron,
    como minha descoberta do seu blog é recente estou lendo mensagens antigas. O Barroso montou poucas vezes para mim e sempre quando meu treinador foi o Agostinho Matias. A única vitória que tive com ele foi com uma potranca muito ruim, criada pelo Haras Jocijani, chamada Hard Life. Foi em março de 1996, em 1200 AE, uma noite horrível de chuva e frio.Eu, recém iniciado como proprietário procurei ingenuamente o Barroso e lhe cochichei ao ouvido "senhor Barroso, acho que o senhor deve largar e tomar a frente". Ele, entre bonachão e gozador "Meu filho (eu devo ser mais velho que ele...), você acha que com a minha idade eu vou ficar lá atrás levando barro na cara?". Largou e ganhou de ponta a ponta e chegou limpinho à repesagem...
    Paulo Costa

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