12 setembro 2009

Francamente

Uma decepção completa o Grande Prêmio Ricardo Lara Vidigal:

1) Tempo mais do que sofrível, para não dizer ridículo. Em um páreo transferido e com alguns animais apenas razoáveis o tempo foi 2,3 segundos  melhor. Eu conferi e os tempos estão corretos. Como  tratado em postagem anterior, tempo em distância longa tem que ser visto com desconfiança, mas mais de dois segundos de diferença, aí já é demais...
2) Cavalo de força apenas mediana, Brilhante Mineral,  larga com mais de três corpos de atraso e perde no galão trocado.
3) E aquilo que sempre cito como sinal de corrida fraca. A diferença do primeiro para o quarto colocado foi de apenas um corpo.

Não acredito em futuro promissor para nenhum destes animais em pista de areia, pelo menos por essa carreira.  A exemplo do Grande Prêmio José Paulo Da Costa que também é prova de grupo III, só que para as potrancas, e que teve a vitória de Tequila, deu status de ganhador de prova de grupo a corredores que precisam mostrar muito mais para merecer o título. Talvez seja o caso de se pensar em mudar a denominação destas provas. Desse jeito desvaloriza muito o valor das provas grupadas. Quem sabe o Paulo Otero, ou Adolpho Smith Crippa, que estão mais por dentro deste assunto, possam dar uma opinião mais abalizada, mas todo o turfista está convidado para meter a colher. A minha opinião é clara: provas extremamente fracas, incompatíveis com a força e a importância que toda prova grupada deve ter.

6 comentários:

  1. Adolpho Smith de Vasconcellos Crippa13 de setembro de 2009 às 07:59

    Aron,

    Entendo que a colocação dos GP´s está correta, já que encerram um ciclo dos potros de 2/3 anos na areia. Note que nossa única vitória no Derby Argentino muito se deveu a esta programação, que possibilitou ao Eu Também se preparar sem precisar enfrentar a grama. Deste GP corrido hoje, ele enfrentou os mais velhos em 2.200 areia daqui cerca de 4 semanas e chegou na Argentina com importante bagagem.

    A idéia seria que os potros arenáticos se mantivessem na areia até aqui e agora optassem entre a sequência na areia contra os mais velhos, o Derby Argentino ou o Derby Paulista, aí sim tentando a grama.

    Ainda, esta programação de areia buscava atender a uma demanda de provas de Grupo na areia para potros, a fim de graduarem-se para o festival de Dubai, grande válvula de escape para os proprietários de São Paulo ao longo dos últimos anos.

    Assim, entendo que a intenção foi ótima mas o resultado nem tanto, neste ano ao menos. Teria que se analisar o cenário em 3 anos e rever a questão se for o caso.

    A programação clássica de São Paulo, muito embora tenha sofrido diversas agressões nos últimos anos, foi reformada para o ano de 2006 se tornando uma das melhores que já tivemos, tudo nela tinha nexo e objetivo, nada foi jogado ao acaso, mas os ajustes teriam que ser efetuados nos anos seguintes e não houve sequência no trabalho.

    Abraço

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  2. Sr. Crippa, me desculpe mas nada do que disse justifica graduar essa prova com esses competidores como de Grupo III. Voces deveriam é rever e rebaixar as porvas de grupo do JCSP em função da pessima qualidade tecnica dos animais que aqui freuentam ou entrar em descredito perante o turfe internacional.

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  3. Agora a culpa é de São Paulo, se os animais são fracos??? Qual é a cultura da criação brasileira, a grande maioria é direcionada para a pista de grama, Tarumã não tem cavalos bons na distância para correr prova de Grupo com essa idade, São Paulo também não, Gávea Tb não, Cristal pior ainda o nível é bem mais baixo, é so pegar os cavalos do cristal que ganham 2 0u 3 carreiras no Cristal , vão para a gávea no páreo de perdedor e não falam..

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  4. Felizmente não tenho participação atual alguma no rebaixamento e nem promoção de prova.

    Só postei o comentário para justificar algo que foi feito em 2005 e tinha uma razão de ser. Notem que o trabalho feito em São Paulo na época foi objeto de elogio de incontáveis pessoas de outros centros.

    Ainda, os ajustes no calendário devem ocorrer, mas não antes de uma análise mínima de 3 anos da prova.

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  5. Aron,

    Creio que a análise do Adolpho esta basicamente correta. O qualidade ou não dos animais que neste momento correm estes páreos, não forma um quadro amplo.

    Bons animais já ganharam estas provas.

    Outra coisa a ser levada em consideração, é que para uma mudança no calendário clássico, não basta a Comissão de Corridas querer alterar. É necessária uma aprovação em outras instâncias. E, de preferência, em comum acordo com a Gávea, para que pudessemos ter um calendário conjunto, onde as chamadas dessas provas não fossem coincidentes, como algumas vezes acontece.

    Isto demanda conhecimento, tempo e boa vontade das partes, o que convenhamos, não esta fácil nestes últimos tempos.

    Abs

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  6. Eu acho que alguns aspectos devem ser lembrados nesta discussão:

    1) Turfe é um negócio. Qualquer proposta vinda do exterior representa mais do que o ganho esperado do animal no Brasil. Então, são pré-selecionados corredores inferiores, que não tem condição de fazer campanha em países com um turfe mais desenvolvido.

    2) A pista de areia do JCSP é uma "jabuticaba". Todos os corredores que fazem boas campanhas no exterior em pista de areia (como Riboleta, Sandpit e outros) são bons corredores na grama. Isto acontece porque a areia das raias no exterior é dura (segundo alguns, mais rápida que a própria grama), e a pista daqui é fofa e solta, favorecendo um tipo de animal que tem uma conformação de casco peculiar, condições que não são replicadas em nenhum lugar do mundo. Como o "negócio" turfe só tem sentido com exportação, não há interesse em produzir cavalos que só podem produzir boas corridas localmente (e isto está correto).

    3) O carátel "local" das provas de grupo. Nacionalmente, as provas grupo do Tarumã e do Cristal são muito inferiores as de C.Jardim e Gávea. Que por sua vez, são muito inferiores as de qualquer centro turfístico mais desenvolvido. E isto já é levado em conta nas negociações. Se fosse usado o critério de desempenho internacional para determinar a graduação das provas nacionais, quantas restariam ?

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