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12 outubro 2014

Paint Naif

Stud Figuron & VarandaAo pé da letra,  Paint Naif significa Pintura Ingênua. Alguns críticos afirmam que, contrastando com os “acadêmicos”, que pintam com o cérebro, os “ingênuos” pintam só com a alma. Esta parece ser a verdadeira essência do Naïf, claramente o estilo de quem "já nasce com o dom de ser artista"…

Começo pedindo desculpas ao potro, pois custei a perceber o "dom do artista". Justifico meu ranço: ao estrear, fez um pálido terceiro, a mais de seis corpos do ganhador e ali naquela carreira ficava impossível de ver seu "fino traço". Logo a seguir, e aqui veio todo o meu preconceito posterior, ele venceu o primeiro clássico da geração, em 1200 metros na areia. O tempo assinalado foi o pior  que já vi para uma prova clássica: 76.2. Pensei, "este potro virá jogado nas provas de grupo da geração e não vai chegar" e, de fato, nas duas próximas corridas ele não mostrou grande coisa, mesmo se ressaltando que em ambas quase caiu devido a prejuízos e em nenhuma das retas seus pilotos puderam lhe exigir a fundo.

A partir de sua quinta atuação houve uma total transformação. Começou a produzir um quadro mais bonito que o outro. Da primeira vez, duvidei da autenticidade do pintor, da segunda, confuso, chamei todos os mestres para me dizer o que estava acontecendo e pedi perdão. Depois da terceira obra prima, rendi homenagens e hoje na quarta, só posso afirmar estar na frente de um gênio dos pincéis.

Comparações à parte, Paint Naif tem uma atropelada que não acaba nunca. Começa ao entrar no linheiro e vai até o disco. Hoje, dos seiscentos aos trezentos e cinquenta, pulverizou dez corpos que os ponteiros, longe de serem frouxos, levavam de vantagem. Mais: mesmo diante de esforço tão brutal, saiu tirando, mostrando ser potro para ganhar um Carlos Pellegrini tranquilamente, basta inscrever.

Não gosto de dar ficha, mas este merece. Paint Naif é um macho castanho, criado por Luis Antonio Ribeiro Pinto, seu proprietário também (Stud São Francisco da Serra). Filho de Crimson Tide na Painter's Dream. Será que sua mãe sonhava em ter um pintor tão bom?

De quebra , bateu o record dos dois quilômetros, assinalando 1min57s84 para a distância. Olha essa inveja Van Gogh!

04 junho 2014

Pra não dizer que não falei de exceções

Stud Figuron & VarandaPor El Aragones

Aron e demais amigos do blog,
Embora sabedor que nem o dono deste blog se interessa mais por ele, teimoso como sou insisto. Assim, no próximo dia 07 (data inesquecível ), o Jcb homenageia os irmãos Nelson e Roberto Grimaldi Seabra, maior criação brasileira dos anos 50 e 60 e, talvez, de todos os tempos. O haras Guanabara tornou-se, em pouco tempo, um haras de excelência, com a importação de garanhões do quilate de Orsenigo, Royal Forest, Locris, Radar e Coaraze entre outros, os quais formaram craques indescritíveis como Tirolesa, Dulce, Lohengrin, Escorial, Buccarest, Emerald Hill e Emerson dentre muitos outros. Gostaríamos de ressaltar em especial 3 nomes, a começar pelo craque Escorial ( Orsenigo e Escoa ), primeiro cavalo brasileiro a vencer o Gp Carlos Pellegrini e o GP 25 de Mayo na Argentina. Seguimos com a fabulosa Emerald Hill ( Locris e Embuia ), primeira égua brasileira a brilhar em pistas americanas. E fechamos com o inigualável Emerson ( Coaraze e Empenosa ), único cavalo brasileiro a vencer os 3 Derbies, o Derby Paulista, o Derby Brasileiro e o Derby Sul Americano, derrotando nessas provas animais do porte de Sobressalto ( argentino vencedor do GP Nacional ), Ortille (vencedor do GP Brasil ), Sing Sing ( vencedor do GP São Paulo e também do Haras Guanabara ) e Picareo (vencedor do Derby uruguaio ). Importado para a França tornou-se um garanhão de grandes méritos, já que foi o pai de Rescousse que venceu o Prix de Diane e fez segundo no Prix de L'arc de Triomphe. Portanto, ao contrário de animais ditos craques e que jamais correram em outros hipódromos que não os de origem e que venceram sempre os mesmos competidores que não eram animais de primeira grandeza, Emerson foi, ele sim, o craque dos craques.
Assim, nada mais justa que a lembrança desses gentlemen que honraram as tradições, permitindo que aquele garoto de Ipanema pudesse ver e ouvir ( sempre na voz de Teófilo de Vasconcelos) os grandes craques de então, além de joqueadas memoráveis de gênios como Francisco Yrigoyen e Luis Rigoni.
Dos Seabra e daqueles tempos, minha eterna saudade.

30 janeiro 2014

A Munheca de Ouro e o Hubble redivivo

A história de Marina Lezcano foi assim: menina de classe média que estudava piano e inglês. Um belo dia, a caminho da escola, deu de cara com a tordilha Tanita. Dizem que nesta vida, em algum momento, se nasce  de novo. Nesse dia nasceu Marinita "Muñeca de Oro" Lezcano, talvez a maior joqueta de todos os tempos.

 Por suas mãos passaram nomes com Cipayo, First Moon, Babor, Sexerns, Fort de France, além da campeã argentina nos Estados Unidos, Bayakoa. Só o fato de ter montado estas estrelas, já lhe colocaria em qualquer lista dos melhores.
Porém, não é este fato ,aliado com ter ganho um Pellegrini, que a distinguiu, e sim descobrir o segredo de Telescópico.

Lezcano e Telescópico
Peço um pequeno intervalo para falar deste brilhante animal: dizem que os pais de Telescópico, Table Play e Filipina, são considerados pelos argentinos como um dos melhores cruzamentos de todos os tempos, já que além de nosso campeão, deu também Taba e Telefonico outros dois brilhantes exemplares do PSI. Acontece que Telescópico era mais novo que seus irmãos famosos, animais que saíram ganhando já em suas primeiras apresentações. Isto não
aconteceu com nosso herói, que foi apresentado a Lezcano depois de alguns insucessos em que não viu a cara do vencedor. Segundo seu treinador o renomado Juan Bianchi, não havia jeito de fazer o filho de Table Play confirmar,  era o que nós brasileiros conhecemos como ladrão de trabalho.

Volto a falar de nossa joqueta, mas em parceria com aquele que segundo ela, foi o melhor cavalo que teve a honra de montar, este que foi mencionado no parágrafo anterior. Bianchi, já meio desiludido com seu pupilo, deu sua montaria para Lezcano. Esta que nunca foi adepta de usar em demasia o chicote, conta que nesta primeira oportunidade, Telescópico vinha muito bem na frente e que, instintivamente, quando os de trás se aproximaram usou da tala e ele simplesmente retrocedeu. Ao pular do cavalo disse: "me dê mais uma oportunidade, ele vai ganhar e nele, nunca mais uso o chicote". Dito e feito, na sua atuação posterior, Telescópico abandonou o perdedor, deixando o segundo colocado a 15 corpos.

A corrida foi tão boa que entusiasmou os seus responsáveis a inscrevê-lo na Polla de Potrillos, a primeira prova da tríplice coroa, na milha. Força mediana da carreira, não decepcionou em quem lhe deu uma chance de brilhar. Vitória por pequena margem, mas vitória.

Um mês depois, ainda descrente dos apostadores (cabe ressaltar que à parte o potro até então não ter uma campanha de campeão, era brutal o machismo no mundo turfístico) no GP Jockey Club, em 2200 metros, Telescópico, mais uma vez por pequena margem, derrotava o mesmo adversário da corrida anterior, Botón.

Sonhar é bom e Telescópico fazia o seu "staf" sonhar.  Chegava a hora do GP Nacional, broche final e consagratório para os três anos da geração. Treze largaram para uma plateia de mais de 65 mil pessoas. Telescópico, Marina e Biachi alcançavam a tríplice coroa e a fama.

A despeito de suas vitórias e da mesma forma como ocorreu em São Paulo com Fixador, último tríplice coroado paulista, ainda existiam dúvidas a respeito do real poderio locomotor de Telescópico. As três vitórias tinham sido por apenas meio corpo de diferença, com Lezcano se desdobrando para passar pelos adversários a menos de 50 metros para o disco.  Sem negar fogo, sua equipe resolveu inscrevê-lo na prova mais importante do turfe Argentino, o GP Carlos Pellegrini, prova em que se defrontaria com os mais velhos e que é uma espécie de quádrupla coroa, em que os mais novos medem forças com os mais velhos. Eram vinte participantes de vários países, ao longo de 3 mil metros. Enfim, Telescópico era o favorito...

Até hoje não se sabe se por raiva (da inveja) ou  por orgulho (de ser o favorito), o castanho deu uma exibição que apenas os fora de séries conseguem dar. Fez o que nenhum ganhador de Pellegrini jamais chegou perto: deixar o segundo colocado a mais de 50 metros.

Alguns dados finais: Telescópico chegou a ser reprodutor no Brasil, por curto espaço. Servia no Haras Inshalla. Marina Lezcano montava em regime de freio, encerrou carreira em 1989 e hoje dirige a escola de aprendizes de La Plata. Deixo um tango em sua homenagem para encerrar a matéria.





08 junho 2013

Quando os adversários parecem postes

Incrível vitória do argentino Calidoscopio em Belmont Park. Prestem atenção, pois ele é o que corre último e em dado momento, creio que a uns mil metros do disco, está a mais de 100 metros do ponteiro. Realmente impressionante.

05 novembro 2012

Destaques da Breeders Cup 2012

Por Adolpho Smith

1-) Vitória do argentino Calidoscópio na Breeders Cup Marathon. Apesar de ser o páreo mais “fraco” da Breeders Cup, foi a primeira vez que um animal treinado na América do Sul ganhou uma prova do festival, o que pode ser um marco pra nós. Notem que o ganhador era “freguês” do nosso Mr. Nedawi e notem que tinha um ganhador do Derby Irlandês no páreo (Fame and Glory).


2-) O invicto Shanghai Bobby ganhando a Breeders Cup Juvenile montado por uma joqueta: Rosie Napravnik. Esse já pode ser considerado como eleito o melhor dois anos dos EUA. Foi a segunda vez que uma mulher ganhou prova da Breeders Cup, mas o mais interessante é que o cavalo quis cravar no final da curva, vale olhar o replay.


3-) O bicampeonato da égua Royal Delta na Breeders Cup Ladies Classic. A Royal Delta foi vendia por 8,5 milhões de dólares em Keeneland no ano passado, foi o animal mais caro já vendido em treinamento nos EUA. Ganhou outros GP´s neste ano, repetiu na Breeders Cup, vai concorrer a animal do ano nos EUA e podemos dizer que o dono fez um grande negócio. Notem os parciais no replay, a égua que fez segundo (My Miss Aurelia) era invicta, assim como a Awesome Feather. Royal Delta, que sempre corre atrás, desta vez foi de ponta-a-ponta. Mike Smith se tornou o jockey mais vencedor da história da Breeders Cup com esta vitória.


4-) A vitória da única favorita de devolução da Breeders Cup, égua que só corre 1.400 pra 1:20 e está invicta neste ano. Groupie Doll deu mais um vareio e também está no páreo pra animal do ano, ainda que correndo bem por fora de Wise Dan (pra mim o ganhador) e Royal Delta.


5-) A vitória do outro candidato a animal do ano nos EUA: Wise Dan. Este cavalo seria favorito se tivesse corrido na Sprint (velocidade), na Breeders Cup Classic (prova principal) ou na Mile (milha) onde correu. Já ganhou GP na grama, areia, sintético e todas as vezes de trote. Desta feita Wise Dan não só ganhou, como bateu o recorde da Breeders Cup e da pista de Santa Anita na milha: 1:31:78. No páreo tinha o maior adversário do Frankel (Excelebration – fez segundo pro Frankel 4 vezes, acho) e ainda a volta do último ganhador do Kentucky Derby Animal Kingdom (filho do nosso Leroidesanimaux). Vale notar a corrida do Animal Kingdom também (farda verde com detalhes vermelhos), correu demais, chegou voando no disco em segundo e não achou passagem.



6-) Para finalizar segue o replay da Classic ganha por Fort Larned, o páreo foi muito fraco e muito abaixo dos citados acima. As outras provas, pra mim, não tiveram grande destaque.

http://www.youtube.com/watch?v=utDO-MWlojo

20 outubro 2012

Parabéns

Campanha invicta de Frankel. Largou mal novamente, mas se recuperou e mandou a décima quarta para o barbante.

23 agosto 2012

Sea The Stars X Frankel

Por Ricardo Ravagnani

 Sea the Stars é um Cape Cross na Urban Sea, portanto irmão materno do pai de Frankel, Galileo. Sea The Stars não foi brilhante em termos de precocidade. Frankel foi. Sea the Stars venceu o Derby e Frankel sequer correu, ficando na milha. Sea the Stars enfrentou um campo internacional no Arco do Triunfo, Frankel enfrentou diferentes gerações sendo imbatível na Inglaterra, de onde ainda não saiu.

Ao contrário de Frankel, Sea the Stars perdeu na estréia, no hipódromo de Curragh, Irlanda, quando finalizou em 4º a 3/4 de corpo do ganhador, em 1400 metros, grama, em julho de 2008, aos 2 anos. Nessa mesma idade correu mais duas vezes, ambas na Irlanda, vencendo o perdedor em 1.400 metros e o Beresford S. G2, na milha, por meio corpo. Reapareceu aos 3 anos em Newmarket diretamente nos 2000 Guineus, vencendo com firmeza, na linha reta, milha, sem defender a condição de favorito. Venceu então o Derby de Epsom em 2400 metros, na condição de segundo favorito, depois o Coral Eclipse S., em Sandown, na distancia de 2000 metros, e aí sim já desfrutando da confiança de todos, como verdadeira estrela. Foi ao Juddmonte International (a mesma prova que Frankel venceu ontem), vencendo mais uma vez; voltou a sua terra natal para derrotar seus grandes rivais Fame and Glory e Mastercraftsman no Irish Champion S., em 2000 metros, e encerrou campanha com a vitória no Arco do Triunfo, na França, em outubro de 2009. Correu então 9 vezes com 8 vitórias, 6 de G1, US$ 6,797,494 em prêmios.

Já Frankel é invicto até aqui, em 13 oportunidades nas pistas. Correu sempre na Inglaterra. Estreou vencendo na milha aos 2 anos e na seguinte venceu um stakes em Doncaster por 13 corpos, em 1400 metros. Ainda aos 2 anos maravilhou Royal Ascot ao vencer o Royal Lodge S. G2 na milha por 10 corpos, como grande favorito. Finalizou sua campanha aos 2 anos derrotando Roderic O'Connor por 2,75 no Dewhurst S. G1, em 1400 metros. Em 2011, aos 3 anos, retornou vencendo um G3, em 1400 metros, em Newbury. Venceu então os 2000 Guineus por 6 corpos, como favorito destacado. Não seguiu para o Derby de Epsom, ficando na milha, onde, ainda contra os 3 anos, venceu em Ascot o St. James Palace G1, por apenas 3/4 de corpo sobre Zoffany. Contra os mais velhos pela primeira vez, venceu fácil o Sussex S. em Goodwood, milha, e finalizou sua campanha aos 3 anos vencendo em Ascot o Queen Elizabeth S. G1. Voltou aos 4 anos - algo raro para cavalos desse porte - vencendo o Lockinge S. G1 por 5 corpos em Newbury, o Queen Anne S. G1 em Ascot por 11 corpos, bisou o Sussex S. G1, enfrentando agora os mais novos e finalmente, pela primeira vez acima da milha deu o vareio no Juddmonte International G1. Tem 13 vitórias, sendo 9 de G1 e prêmios no valor de US$ 3,609,281.

Em termos de rating, Sea the Stars alcançou 135lb ao vencer o Arco do Triunfo. Já Frankel recebeu 140lb quando venceu o Queen Anne.
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