Por suas mãos passaram nomes com Cipayo, First Moon, Babor, Sexerns, Fort de France, além da campeã argentina nos Estados Unidos, Bayakoa. Só o fato de ter montado estas estrelas, já lhe colocaria em qualquer lista dos melhores.
Porém, não é este fato ,aliado com ter ganho um Pellegrini, que a distinguiu, e sim descobrir o segredo de Telescópico.
Lezcano e Telescópico |
aconteceu com nosso herói, que foi apresentado a Lezcano depois de alguns insucessos em que não viu a cara do vencedor. Segundo seu treinador o renomado Juan Bianchi, não havia jeito de fazer o filho de Table Play confirmar, era o que nós brasileiros conhecemos como ladrão de trabalho.
Volto a falar de nossa joqueta, mas em parceria com aquele que segundo ela, foi o melhor cavalo que teve a honra de montar, este que foi mencionado no parágrafo anterior. Bianchi, já meio desiludido com seu pupilo, deu sua montaria para Lezcano. Esta que nunca foi adepta de usar em demasia o chicote, conta que nesta primeira oportunidade, Telescópico vinha muito bem na frente e que, instintivamente, quando os de trás se aproximaram usou da tala e ele simplesmente retrocedeu. Ao pular do cavalo disse: "me dê mais uma oportunidade, ele vai ganhar e nele, nunca mais uso o chicote". Dito e feito, na sua atuação posterior, Telescópico abandonou o perdedor, deixando o segundo colocado a 15 corpos.
A corrida foi tão boa que entusiasmou os seus responsáveis a inscrevê-lo na Polla de Potrillos, a primeira prova da tríplice coroa, na milha. Força mediana da carreira, não decepcionou em quem lhe deu uma chance de brilhar. Vitória por pequena margem, mas vitória.
Um mês depois, ainda descrente dos apostadores (cabe ressaltar que à parte o potro até então não ter uma campanha de campeão, era brutal o machismo no mundo turfístico) no GP Jockey Club, em 2200 metros, Telescópico, mais uma vez por pequena margem, derrotava o mesmo adversário da corrida anterior, Botón.
Sonhar é bom e Telescópico fazia o seu "staf" sonhar. Chegava a hora do GP Nacional, broche final e consagratório para os três anos da geração. Treze largaram para uma plateia de mais de 65 mil pessoas. Telescópico, Marina e Biachi alcançavam a tríplice coroa e a fama.
A despeito de suas vitórias e da mesma forma como ocorreu em São Paulo com Fixador, último tríplice coroado paulista, ainda existiam dúvidas a respeito do real poderio locomotor de Telescópico. As três vitórias tinham sido por apenas meio corpo de diferença, com Lezcano se desdobrando para passar pelos adversários a menos de 50 metros para o disco. Sem negar fogo, sua equipe resolveu inscrevê-lo na prova mais importante do turfe Argentino, o GP Carlos Pellegrini, prova em que se defrontaria com os mais velhos e que é uma espécie de quádrupla coroa, em que os mais novos medem forças com os mais velhos. Eram vinte participantes de vários países, ao longo de 3 mil metros. Enfim, Telescópico era o favorito...
Até hoje não se sabe se por raiva (da inveja) ou por orgulho (de ser o favorito), o castanho deu uma exibição que apenas os fora de séries conseguem dar. Fez o que nenhum ganhador de Pellegrini jamais chegou perto: deixar o segundo colocado a mais de 50 metros.
Alguns dados finais: Telescópico chegou a ser reprodutor no Brasil, por curto espaço. Servia no Haras Inshalla. Marina Lezcano montava em regime de freio, encerrou carreira em 1989 e hoje dirige a escola de aprendizes de La Plata. Deixo um tango em sua homenagem para encerrar a matéria.
Estive numa cidade a 100km ao norte de Buenos Aires, San Antonio de Areco, lá percebí que muitos estabelecimentos publicos tem fotos da Mariza Lezcano, com Babor e Telescópico. Estive no interior do Piauí e percebí, que muitos esbelecimentos publicos tem fotos do Lula e da Dilma.
ResponderExcluirSe não me engano ele correu na Europa e decepcionou na primeira aí na outra chamaram a Lezcano e, se não me engano ganhou.
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