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04 julho 2020

O gênio das rédeas




Este post é uma homenagem póstuma a  Albênzio Barroso, que foi para mim, o melhor largador que pude presenciar ao longo de minha vida como turfista. Não me refiro a jóqueis ligeiros, no que ele também foi um dos maiores, mas sim aqueles dois ou três primeiros galões depois do larga. Não, senhores, não era uma percepção o que o homem tinha, era quase uma clarividência. A mão do Barroso era o dedo do starter, acionados na mais perfeita sincronia, e dada a partida, dificilmente não era seu pilotado que aparecia na frente. Esse dom da percepção, não só na partida mas também em todo o percurso, é o que distingue uma imensa legião de jóqueis bons, dos verdadeiros gênios das rédeas. Um dom que é privilégio de poucos, muito poucos.

Relatarei aqui duas pequenas histórias que me foram passadas, não sei por quem, não sei aonde, já que  Barroso, mesmo  que afastado das pistas, por aproximadamente duas décadas, é sempre lembrado em qualquer conversa que remetam a corridas memoráveis  que houve principalmente no Hipódromo de Cidade Jardim, local de seus maiores feitos .

A primeira delas tem como coadjuvante o craque Meu Gaucho, criação e propriedade do saudoso Haras Rosa Do Sul. Era o final de Maio de 1989. O palco, a majestosa grama do Hipódromo da Gávea.

O staff estava preocupado, pois se aproximava a hora do páreo e nada do fabuloso jóquei comparecer para o compromisso de montaria. A substituição por um ginete carioca parecia certa, pois, embora tendo havido tolerância por parte da Comissão de Turfe, Barroso não chegava. Mas chegou!! Todo estropiado, manquitola, cheio de arranhaduras e esparadrapos pelo corpo e pedindo para montar. Na viagem de automóvel de São Paulo ao Rio, o piloto sofrera um acidente, saiu do hospital direto para o hipódromo. Comissão de Corridas reunida, monta ou não monta, deixaram montar, dizem as más línguas, para facilitar a vitória de um representante do turfe carioca, já que as condições físicas de Barroso eram aparentemente péssimas.

A corrida não lembro bem do desenrolar, mas na frente, como era  costume,  Meu Gaucho/Barroso. Aquele filme mil vezes visto, pic-pic, pic-pic, um corpo com luz, entra na curva e dá uma alça, e lá vem a tropa se aproximando. Iniciam a reta, o grande jóquei, talvez por causa do acidente, se fingindo de morto, vem um e não passa, vem outro e já cansou, lá vem o Ricardinho em cima da espada dos cariocas, Ego Trip, do Santa Ana do Rio Grande. Ernani Pires Ferreira diz que vai passar, mas aquele que  fingia, agora mostra que está vivo, troca o chicote de mão e faz o potro render, mais são do que o melhor atleta no apogeu de sua forma, e desdiz o grande locutor, Até o monstro Jorge Ricardo sabia, botar do lado é fácil, passar é que são elas. Uma direção sensacional, uma das maiores do "Feiticeiro".









A outra história. Tinha um potro de 2 anos inédito, também do Rosa Do Sul, o nome era A Good Reason. Nos trabalhos para a seletiva da IV Copa de Velocidade da ANPC, Barrosinho salta do animal e diz, "esse é melhor cavalo que montei na vida". Para um ginete que tinha montado grandes cavalos, como  Kenetico e Off The Way, pareceu um disparate, afinal o bicho nem tinha estreado ainda. Pois bem, na Seletiva, A Good Reason pulverizou o Record dos 1100 areia de Cidade Jardim, uma vitória por larga margem que deixou a todos no hipódromo estupefactos. Pena que o vaticínio  do jóquei não pode ser confrontado, já que A Good Reason quebrou o joelho nesta prova e nunca mais correu,

E assim foi Barroso, aquele que antevia craques,que enfeitiçava os cavalos e, também, porque não dizer, os senhores starters. Descanse em paz, Feiticeiro.

06 fevereiro 2015

SE

Stud Figuron & VarandaSE eu correr contra uma tartaruga, vou parecer um coelho. SE eu correr contra um coelho, vou parecer uma tartaruga.

Dito isso, vou relembrar mais uma vez aquela celeuma da percurso do Domingos no Paint Naif. Por tudo quanto conhecemos de turfe, o jóquei teve percurso mais do que perfeito (curva sempre raspando a cerca e passagem livre na reta de chegada também por dentro). Estas regras que são sabidas por todos os estudiosos, por uma declaração do proprietário, logo após o páreo, foi praticamente esquecida por quase toda a coletividade. O titular do Haras São Francisco da Serra disse "tinha que ter vindo por fora na reta". Pronto, bastou esta frase para que tudo o que sabemos sobre percursos de corridas de cavalo fosse jogado as traças. A frase é que virou regra. O jóquei foi acusado de ter montado pessimamente, mesmo que meus olhos, que ainda veem, dissessem o contrário. A verdade ficou  toda no juízo  do proprietário, como se ele, por ser dono do cavalo, tivesse a unanimidade de um Deus nas suas assertivas.
A assertiva que pode ser a correta neste caso, eu disse pode ser, já que nada é definitivo é:
O cavalo Paint Naif PODE SER que se acovarde vindo por dentro, então, PODE SER que, SE tivesse vindo por fora e perdendo terreno (quem vem por fora perde terreno, isto é definitivo), sua atuação fosse melhor.
 Mais: não façam regras definitivas tendo como base uma atuação. Ou seja, bastou o cavalo ter vindo por dentro e não ter ganho a corrida para que todos soubessem que ele só rende vindo por fora. Qualquer cientista que testa "n vezes" suas descobertas, gargalharia.
Mais: me parece que depois de todo o imbróglio, o jóquei convidado para montar Paint Naif na Segunda Prova da Tríplice Coroa foi... Sim o apedrejado, Altair Domingos.


                                             *

Algo parecido ocorreu neste fim de semana. O potro Casual Affair, que parece ser muito bom, correu na areia, reaparecendo. Ganhou por longa margem, embora tenha sido solicitado pelo Lavor, até perto do disco. A vitória foi muito bafejada, afinal voltando de parado, na areia, sendo um Shirocco, é de se esperar que venha a dar trabalho à parelha do São Francisco da Serra na segunda prova da Tríplice Coroa.

Já o menos bafejado Bebê Real (parece ser mais de areia), um páreo antes, fez tempo quase dois segundos melhor, pelo meu cronômetro. Sendo que Canto Aberto chegou grudado e Carismático, voltando de parado também e largando mal, fez terceiro. Ora, estes dois últimos,  Canto Aberto e Carismático,ótimos gramáticos,  também vão a  Segunda Prova da Coroa Carioca. Os dois fizeram melhor treino, se é que podemos considerar estas duas corridas como preparatórias, que o Casual Affair, mas, no entanto, o que vale como regra é o "Mise-en-scène" que se faz das informações que recebemos. SE tivessem juntado as duas provas e corridos juntos, essa impressão por certa não existiria.

No oba a oba, já sabemos de antemão quem vai ser a segunda força no Francisco Eduardo de Paula Machado.

30 janeiro 2014

A Munheca de Ouro e o Hubble redivivo

A história de Marina Lezcano foi assim: menina de classe média que estudava piano e inglês. Um belo dia, a caminho da escola, deu de cara com a tordilha Tanita. Dizem que nesta vida, em algum momento, se nasce  de novo. Nesse dia nasceu Marinita "Muñeca de Oro" Lezcano, talvez a maior joqueta de todos os tempos.

 Por suas mãos passaram nomes com Cipayo, First Moon, Babor, Sexerns, Fort de France, além da campeã argentina nos Estados Unidos, Bayakoa. Só o fato de ter montado estas estrelas, já lhe colocaria em qualquer lista dos melhores.
Porém, não é este fato ,aliado com ter ganho um Pellegrini, que a distinguiu, e sim descobrir o segredo de Telescópico.

Lezcano e Telescópico
Peço um pequeno intervalo para falar deste brilhante animal: dizem que os pais de Telescópico, Table Play e Filipina, são considerados pelos argentinos como um dos melhores cruzamentos de todos os tempos, já que além de nosso campeão, deu também Taba e Telefonico outros dois brilhantes exemplares do PSI. Acontece que Telescópico era mais novo que seus irmãos famosos, animais que saíram ganhando já em suas primeiras apresentações. Isto não
aconteceu com nosso herói, que foi apresentado a Lezcano depois de alguns insucessos em que não viu a cara do vencedor. Segundo seu treinador o renomado Juan Bianchi, não havia jeito de fazer o filho de Table Play confirmar,  era o que nós brasileiros conhecemos como ladrão de trabalho.

Volto a falar de nossa joqueta, mas em parceria com aquele que segundo ela, foi o melhor cavalo que teve a honra de montar, este que foi mencionado no parágrafo anterior. Bianchi, já meio desiludido com seu pupilo, deu sua montaria para Lezcano. Esta que nunca foi adepta de usar em demasia o chicote, conta que nesta primeira oportunidade, Telescópico vinha muito bem na frente e que, instintivamente, quando os de trás se aproximaram usou da tala e ele simplesmente retrocedeu. Ao pular do cavalo disse: "me dê mais uma oportunidade, ele vai ganhar e nele, nunca mais uso o chicote". Dito e feito, na sua atuação posterior, Telescópico abandonou o perdedor, deixando o segundo colocado a 15 corpos.

A corrida foi tão boa que entusiasmou os seus responsáveis a inscrevê-lo na Polla de Potrillos, a primeira prova da tríplice coroa, na milha. Força mediana da carreira, não decepcionou em quem lhe deu uma chance de brilhar. Vitória por pequena margem, mas vitória.

Um mês depois, ainda descrente dos apostadores (cabe ressaltar que à parte o potro até então não ter uma campanha de campeão, era brutal o machismo no mundo turfístico) no GP Jockey Club, em 2200 metros, Telescópico, mais uma vez por pequena margem, derrotava o mesmo adversário da corrida anterior, Botón.

Sonhar é bom e Telescópico fazia o seu "staf" sonhar.  Chegava a hora do GP Nacional, broche final e consagratório para os três anos da geração. Treze largaram para uma plateia de mais de 65 mil pessoas. Telescópico, Marina e Biachi alcançavam a tríplice coroa e a fama.

A despeito de suas vitórias e da mesma forma como ocorreu em São Paulo com Fixador, último tríplice coroado paulista, ainda existiam dúvidas a respeito do real poderio locomotor de Telescópico. As três vitórias tinham sido por apenas meio corpo de diferença, com Lezcano se desdobrando para passar pelos adversários a menos de 50 metros para o disco.  Sem negar fogo, sua equipe resolveu inscrevê-lo na prova mais importante do turfe Argentino, o GP Carlos Pellegrini, prova em que se defrontaria com os mais velhos e que é uma espécie de quádrupla coroa, em que os mais novos medem forças com os mais velhos. Eram vinte participantes de vários países, ao longo de 3 mil metros. Enfim, Telescópico era o favorito...

Até hoje não se sabe se por raiva (da inveja) ou  por orgulho (de ser o favorito), o castanho deu uma exibição que apenas os fora de séries conseguem dar. Fez o que nenhum ganhador de Pellegrini jamais chegou perto: deixar o segundo colocado a mais de 50 metros.

Alguns dados finais: Telescópico chegou a ser reprodutor no Brasil, por curto espaço. Servia no Haras Inshalla. Marina Lezcano montava em regime de freio, encerrou carreira em 1989 e hoje dirige a escola de aprendizes de La Plata. Deixo um tango em sua homenagem para encerrar a matéria.





27 novembro 2013

Ryan Moore faz sombra a Lester Piggott - Por Laércio Sábato

Stud Figuron & Varanda
Jóquei britânico vem montando em corridas de grande expressão em todo o mundo e tem ganho mais do que se podia imaginar.



Nunca desde os tempos de Lester Piggott um jóquei britânico foi tão requisitado internacionalmente como Ryan Moore, que voltou mais uma vez ao centro das atenções mundiais no fim-de-semana passado, levando à vitória e ao bicampeonato inédito a Gentildonna, na Japan Cup, em Tóquio.

Moore vem orientando o seu trabalho em função do calendário mundial de grandes eventos turfísticos. E o ano ainda não acabou para ele, pois sairá do Japão, daqui a alguns dias, para uma breve viagem a Hong Kong, onde participará do meeting da Hong Kong Cup, em Sha Tin, marcada para 8 de dezembro (mesmo hipódromo onde vem montando nosso João Moreira).

Ryan teve até agora uma temporada incrível e com isto ampliou seus contatos internacionais, passando a contar com uma demanda cada vez maior de seus serviços.

Tony Hind, seu agente, não cansa de alardear a impressionante carteira de grandes vitórias já obtidas este ano, em seis diferentes países.

Sua trajetória começou em março com uma vitória no Derby dos Emirados Árabes (UAE Derby), montando Lines Of Battle.

Em junho, em apresentação magistral, conquistou o Derby de Epsom (Investec Derby), com Ruler Of The World e dias depois deu à rainha um presente especial vencendo com seu cavalo, Estimate, a Royal Ascot's Gold Cup.

Foi depois à França onde vitoriou-se com o representante alemão, Novellist, no Grand Prix de Saint-Cloud (ainda em junho).

A seguir em uma visita relâmpago a Arlington/Chicago obteve vitórias no American St. Leger, com Dandino, e no Beverly D. Stakes, com Dank.

Depois disso numa viagem também rápida, a Toronto, foi o piloto do 6-anos Joshua Tree em seu festejado tricampeonato no Canadian International (Hipódromo de Woodbine).

Já em Santa Anita, no início deste mês, conduziu o ganhador irlandes Magician na Breeders Cup Turf e dobrou a façanha, vencendo com Dank a Breeders Cup Filly e Mare Turf.

Agora, no domingo, com Gentildonna levantou a maior prova do Japão.

Foram 10 vitórias maiúsculas no ano e ainda dá para almejar mais em Hong Kong.

O que chama mais a atenção é o fato de Moore, além dos cenários das vitórias, ter participado ainda de provas da expressão do Arco do Triunfo, do Kentucky Derby, da Melbourne Cup, da Dubai World Cup.

Uma condição invejável para um piloto que já acumula conquistas anteriores de primeira grandeza, como o L'Arc de Triomphe de 2010, com Workforce e a própria Hong Kong Cup de 2010 com Snow Fairy, entre outros sucessos.

22 outubro 2013

Joquetas fazendo chover

Stud Figuron & Varanda

As joquetas estão em alta no Brasil! Vejamos:

1. Josiane Gulart ganhou seu primeiro GI no GP Paraná, com Victory Is Ours. Sem dúvida, ela está um degrau acima de suas companheiras de trabalho.
2. Neste sábado que passou, um fato inédito: dois Clássicos em Cidade Jardim. Um ganho pela mesma Josiane, com Mr. Bojangles, outro vencido por Jeane Alves, com Dinovo, também fazendo seu batismo clássico. Sobre Jeane: a joqueta passou por má fase técnica, mas vem se reinventando na profissão e voltado a montar com bom destaque.
3- Ontem, tivemos a vitória emocionante de Juliana Blandi, na sua segunda atuação, pilotando Dancer New Man. Segundo relatos, a torcida no hipódromo foi grande, com muita gente gritando como se tivesse apostado no cavalo vencedor. A condução foi precisa, pois nesta fase inicial, apenas conseguir contornar a curva sem abrir já é muito bom. Lembrando aos treinadores que, neste momento, a Juliana tem de handicap, preciosos cinco quilos em relação aos jóqueis. Fator por demais atrativo para conseguir boas montarias.
4. Um pouco depois, foi a vez de Lu Andrade dar show na Gávea. Pilotando Angico Preto,um cavalo essencialmente veloz (mas que já tinha dado a dica aos seus responsáveis, que poderia correr mais acomodado com bons resultados, pois uma vez correu desse modo e fez um corridão), largou com bom atraso e ainda assim conseguiu levar o filho do bom Qais à vitória. Não adianta dizer que o cavalo que levou ela para o disco, pois só a calma mostrada, deixando para desenvolver toda a ação na última parte do percurso, é digna de elogios.
Vem se aprimorando bastante e dizem que é bastante trabalhadora. Não pude deixar de observar que a mesma parece ter mais compleição física que as suas colegas de profissão, o que em princípio, é uma vantagem considerável em uma reta em que o rigor for necessário.

Lembrando que ainda temos outras profissionais atuando: Aderlandia Alves, Jaqueline Cabral, Marcelle Martins e Mariane Beatriz. Me ajudem, leitores se tiver esquecido alguém. Me parece que na Gávea, tem uma aprendiz que vai estrear logo, o que significa, que hoje no Brasil, tenhamos cerca de uma dezena de joquetas em atividade. Esse número é bastante expressivo e impensável se retrocedêssemos vinte anos no túnel tempo. Deixo minha congratulações as guerreiras, já que abraçar uma profissão tipicamente de homens e em um ambiente notoriamente machista como o que existe no esporte, não é para personalidades fracas.

06 outubro 2013

Se continuar assim, será fenômeno


Stud Figuron & Varanda

O aprendiz Wesley Cardoso, o W.S.Cardoso dos programas da Gávea, mostra uma aptidão acima do normal para o ofício de ginete. Acompanho desde as suas primeiras atuações, e devo dizer que dificilmente faz erros no percurso, coisa praticamente impossível neste estágio. Reúne todas as qualidades para se tornar um grande jóquei, e o fato de não ter tido uma bagagem anterior em qualquer outro hipódromo, é mais um motivo para eu o chamar de fenômeno. Se tiver, a partir de agora, uma evolução normal, não tenho dúvidas que irá brilhar rapidamente no topo das estatísticas. Por enquanto, suas performances são de encher os olhos.

20 fevereiro 2013

A joqueada da semana

É um tanto quanto ambíguo o que vou falar, mas vou tentar me expressar com o máximo de clareza para o entendimento do nobre leitor: Lourencina, com E.Oliveira (Erik Oliveira, caro Paulo Cassa,rs) deu muita vantagem no segundo páreo desta segunda-feira na GV, fazendo a curva aberta, mesmo assim ganhou. E por que seria a melhor joqueada da semana? Porque ele mudou completamente a característica da égua, ligeira por natureza em um páreo de ligeiros, e que nas mãos dele atropelou duro. Olha, se um aprendiz de quarta, consegue mudar a característica de um animal veloz, corre para uma atropelada e essa tentativa é coroada de pleno êxito, tenho que tirar o chapéu. Direção nota dez.
Falando em aprendizes, esse Raphael Freire também pinta muito bem (gente, quando eu falo que um aprendiz é muito bom, é sempre tendo como parâmetro aprendizes da mesma categoria. Depois que elogiei o Erik na semana passada, acreditem, teve um turfista que me perguntou se eu achava ele melhor que o Ricardo!?!?!).

29 janeiro 2013

Tributo a Luiz Rigoni

Por El Aragones

Será corrido no próximo domingo, na Gávea, o premio Luiz Rigoni, uma homenagem ao maior jóquei brasileiro de todos os tempos, o freio paranaense Luiz Rigoni.
Conta a lenda (descrita no livro Dá-lhe Rigoni, do jornalista José Perelmiter e confirmada por vários conhecidos meus) que, numa manhã de 1954, Rigoni foi visitar seu amigo Wilson Do Nascimento, cronista de turfe da velha guarda, em Copacabana. Como Wilson estivesse meio deprimido, Rigoni tratou de animá-lo, dizendo que naquele dia tinha tres barbadas, duas pilotadas por ele e uma outra por Oswaldo Ulloa, famoso jóquei na época. Wilson pediu dinheiro emprestado ao pai e acumulou os tres animais no duro e invertido, não sem antes saber de Rigoni porque indicava o animal pilotado por outro jóquei, já que ele próprio montava na prova.Rigoni lhe disse que seu animal vinha de parado,corria melhor na grama e que o cavalo pilotado por Ulloa tinha trabalhado para passar por cima. Jogo feito, Wilson foi para casa enquanto Rigoni se dirigiu a Gávea. Ao ligar o rádio, entretanto, e ouvir que os dois pilotados de Rigoni haviam vencido com boas pules,Wilson se animou todo e pegando um táxi foi para o clube ver o páreo do fecho da acumulada. Lá chegando percebeu que o cavalo de Ulloa pagava bem e, caso vencesse, a grana daria para comprar um apartamento pequeno na zona sul do Rio. Já visivelmente nervoso, viu o starter Ney Costa dar a partida e que o favorito Sileno tomou a ponta, seguido por Palermo,pilotado por Rigoni, com Prometheu, com Ulloa, próximo. Nas Especiais, Palermo toma a ponta mas Prometheu avança por fora e livra vantagem sobre o pilotado de Rigoni, já com os gritos de Wilson, fazendo as contas.Mas eis que sucede algo imponderável. Naquele tempo (impensável nos dias de hoje), Rigoni era tão idolatrado que possuia uma torcida uniformizada,que ia ao hipódromo apenas para ver seu ídolo vencer, não importava com que cavalo. Pois bem, ao ver que o cavalo do Rigoni custava a se entregar, por dentro, esses torcedores se levantaram e começaram com o grito de ' dá-lhe Rigoni, dá-lhe Rigoni' e para surpresa de Wilson, Palermo reagiu e foi para a foto com Prometheu, foto essa que ,para total desespero dele, acusou vantagem para o pilotado do Rigoni. Wilson, lívido, foi até o estacionamento esperar por seu amigo.Quando este chegou, de banho tomado, perguntou-lhe: "O que é que houve? ", ao que o paranaense respondeu "nada, simplesmente não aguentei". Não aguentou o que?, insistiu Wilson, ouvindo a seguinte resposta "não aguentei o povo gritando meu nome e algo estranho se passou, já que reuni todas as minhas forças e violinei como nunca. A sensação é irresistível". E aí Wilson descobriu que a glória também tem seu preço.
Num tempo em que seus adversários na raia eram Francisco Irigoyen, Juan Marchant,Oswaldo Ulloa, "El Negro" Dias,Emigdio Castillo e outros que tais, Rigoni era o único a levar multidões ao hipódromo. Rigoni de El Aragones de Viziane, de Terminal, de Embuche, de Quartier Latin, de Ugíaco (venceu essa prova com o braço enfaixado). Enfim, Luiz Rigoni, que com seu violino, fez com que eu e muitos outros se apaixonassem por corridas de cavalos. Para ele, minha singela homenagem.

12 julho 2012

Rigoni e El Aragones, a atropelada que entrou para a história

 Por Olavo Rosa Filho

Este artigo lembra e homenageia um grande jóquei e um cavalo de grande categoria, para isso narraremos os fatos que antecederam a corrida até chegar ao disco final.

A trajetória do Rigoni no turfe brasileiro é bastante conhecida, já muito se escreveu sobre ele, porém no caso deste GP, teve um aspecto especial: Rigoni já havia ganho estatísticas na Gávea, Derby, dois GP. São Paulo (Garbosa Bruleur e Saravan), era o "homem do violino", o "fantasma da Gávea", numa turma onde haviam os chilenos(Ulloa, Marchant, Castillo, Yrigoyen, Luiz Diaz), os brasileiros (Candido Moreno, Minguinho Ferreira, J.Portilho), mesmo assim ele ganhava deles
com frequência, até acontecer o infortúnio.
 
No domingo do GP Brasil de 53, ganho por Gualicho, houve um páreo de handicap em 1300m na grama com 34 inscrições(!), no fim alinharam 22 na partida, com fita, naquele tempo.Uma temeridade, porque a partida ficava bem perto daquela curva de cotovelo. Na altura dos 800m, rodaram La Vestal(G. Cabrera, chileno radicado no Rio) Eletric (S.Machado) e Porfio (L.Rigoni).
 
Cabrera veio a falecer dias depois, Machado teve escoriações, e Rigoni teve uma forte lesão na coluna, temia-se até que ele não pudesse mais andar.
 
Paralelamente sua vida particular sofreu percalços e ele viu em poucos meses tudo ruir. Perdeu bens e propriedades, perdeu a auto estima, a confiança, só não perdeu o talento e a esperança.
 
Algumas semanas antes do Brail de 54, milagrosamente, ele volta a montar, ganhando corridas, é claro, com mais dificuldades e muitas dores. Embora não devendo se arriscar e tendo que esperar mais tempo tempo para se recuperar totalmente, Rigoni arriscou, pois além de todos os problemas com sua vida particular, havia surgido um novo líder, o Bequinho (M. Silva). Só uma vitória no GP Brasil, poderia recolocá-lo no destaque que sempre teve.
 
Sua esperança veio ao encontro de um convite feito por proprietários de SP (como veremos a seguir), para montar o cavalo El Aragones, um Ramazón em Ei-Chú.

El Aragones, argentino, quando potro teve uma campanha admirável e seus donos o trouxeram para correr o GP São Paulo de 1953, onde pegou pela frente nada mais que o Gualicho; fez segundo deixando o 3º a mais de 10 corpos.
 
 
 
 Isto chamou a atenção de alguns diretores do Jockey, que queriam um cavalo para representar o turfe paulista no IV Centenário, prova que seria a maior de todas, até hoje, de repercussão internacional, dotação de US$ 300.00,00. Faziam parte deste grupo de sócios diretores, entre outros, Luis Oliveira de Barros, Glauco Colli, Franco Clemente Pinto Jr (Haras Old Friends atual), Conde Prates, Fabio Prado. O preço foi 
caríssimo, mas pelas provas que teria pela frente valia a pena o investimento. O Stud La Forja e o treinador J.M.Boquin fecharam o negócio e El Aragones passou para o Stud Piratininga (farda branca, preto e vermelho, cores da bandeira paulista), e antes de vir para São Paulo, nas cocheiras do treinador Orfilio Ojeda e tendo R.B Quinteros como seu jóquei,  ganhou o Pellegrini de 53 (dezembro).
 
Antes da virada daquele ano, embarcou rumo as cocheiras de Cidade Jardim, para se preparar para o IV Centenario.
 
As expectativas com esta prova forma plenamente confirmadas, pois, no dia do Grande Prêmio, havia gente do mundo inteiro, até o Priíncipe Aly Khan aquí esteve, trazendo seu cavalo Shikampur. Uma festa inesquecível. 
 
El Aragones não decepcionou, ganhando facilmente a carreira. Tendo Quiproquó (Peixoto de Castro) como escudeiro, em segundo.
 
 

Em Maio do mesmo ano, houve o GP São Paulo, e os dois se encontraram novamente, num campo reduzido de 6 cavalos. Desta vez ganhou Quiproquó, numa joqueada incrível do Marchant  sobre Luis Gonzales, piloto naquela oportunidade do filho de Ramazón.
 
 

No fim de Julho, El Aragones foi para o Rio em preparativos para o GP Brasil. Foi então que juntaram-se as duas estrelas (ele e Rigoni). O campo da prova teve 16 cavalos, destacando-se o rival Quiproquó, Joiosa (tríplice coroada), Pontino (argentino), Taia(chilena), Yorick (francês), todos ganhadores clássicos.
 
 

Partida na fita dos 3000m (foto) e largaram! Cyro, Taia e Bakari, revezaram-se na ponta até a entrada da reta, onde muitos foram para fora ocasionando a queda de Titanic(J.P.Souza) e Efusivo (O.Reichel). Disso se aproveitou Joiosa (E.Castillo), passando por dentro e dominando Bakari nos 200m. De repente, não mais que de repente, aparece El Aragones, que tinha entrado último na reta, passando uma a um os seus rivais,também por dentro, e domina Joiosa em cima do disco.
 
 
 
Perante uma multidão de mais 20.000 pessoas,  Rigoni e El Aragones foram aplaudidos de pé,  por mais de 10 minutos, uma ovação estrepitosa, digna de um gênio e de um cavalo valente como poucos.

Esta corrida até hoje é lembrada como "Rigoni e El Aragones, a  atropelada que entrou para a história".

13 fevereiro 2012

Ligeirinhas de dois grandes jóqueis

* Somente Jorge Ricardo para conseguir cerca de três minutos de espaço para o turfe no horário nobre da Globo. Foi agora no Jornal Nacional.
* Recebi a informação de que Luiz Duarte  é o novo contratado do Stud Ninives de Áquila, de Rogério Maia.

19 janeiro 2012

RIGONI, O MITO

 Marcelo Augusto da Silva me enviou outra entrevista com um grande jóquei do passado, na opinião quase unânime de quem o  viu montar, o melhor de todos os tempos. Seu nome: Luiz Rigoni. Esta matéria, ainda tem algo de muito especial, pois saiu no último exemplar da revista "O Coruja", de 12/10/1988. Antes, porém, uma brincadeira. Coloco uma imagem com o retrato de grandes jóqueis do turfe paulista. Os dois primeiros que  acertarem o nome de cada um deles, da esquerda para direita e de cima para baixo, recebe um mês de assinatura gratuita dos meus prognósticos (sei que o prêmio não é grande coisa, mas enfim, é uma brincadeira).





Muitos turfistas, principalmente os novos, não sabem ainda o que significa o nome LUIZ RIGONI para o Turfe brasileiro. Além de ser um mito, este nome é um sinônimo de eficiência, coragem, dedicação e amor ao turfe.
Convidamos Luiz Rigoni, a contar aos nossos leitores um pouco da sua vida profissional, para ser publicado no último número de nossa revista. O “Homem do Violino” ou “O Fantasma da Gávea”, com era chamado no Rio de Janeiro, atendeu prontamente o nosso pedido.
Confortavelmente instalado numa poltrona, saboreando um delicioso cafezinho, Rigoni inicia seu relato:
Iniciei minha carreira no turfe em 1940, em Guabirotuva, Paraná, atuando como cavalariço. Aliás, não faz muito tempo, convidado pelo João Carlindo e Valter Siqueira, estive no Paraná a fim de assistir uma penca onde corria um cavalo de propriedade do João Carlindo, que por sinal venceu, e, de passagem, vi parte da arquibancada do hipódromo de Guabirotuva, que ainda se encontra no local.
Em 1942 tirei matricula de aprendiz e fiz minha estréia montando uma égua chamada Namorada, que era de propriedade de meu pai. Consegui chegar em segundo e, pouco depois com a mesma montaria, consegui minha primeira vitória.
Em 1943, menos de um ano depois, passei a jóquei. Neste mesmo ano, fui convidado por Pedro Gusso Filho a ir para o Rio de Janeiro. Pedro estava levando para a Gávea três animais; Que Lindo, Bonenota e outro animal cujo nome não me recordo no momento. Todos esses animais eram de propriedade de Hermínio Brunatto, que viria a ser sogro de Pedro. Na ocasião, recordo-me que tivemos que ficar aguardando alguns dias, em São Paulo, transporte especial para o embarque dos animais . Neste meio tempo, os animais ficaram alojados nas cocheiras de Silvio de Paula Mendes.
Em 1944, após um mês de minha chegada, fiz minha estréia no Rio de Janeiro montando a égua Juruaia. Era um sábado. A égua, portadora de péssimos trabalhos, chegou onde deveria chegar: último. Alguns meses depois, voltei a montar a égua numa prova corrida na pista de grama pesada. A bichinha correu uma barbaridade e, ninguém sabe como, venceu, pagando mais de mil cruzeiros por dez.
No domingo, numa prova em 1.200 metros, na grama, montei Que Lindo. Na mesma prova estreava um animal de nome Pica-Pau, de propriedade do Dr. Artur Lundgren. Que Lindo, muito ligeiro, tomou a ponta e na famosa seta dos 360 metros apareceu o grande favorito Pica-Pau, atropelando como um vento. Que Lindo, que ainda mantinha algumas reservas, “endureceu” e consegui levá-lo até o disco, com meio corpo de vantagem sobre Pica-Pau. É bom que se diga que, quando comecei na Gávea, as coisas não foram nada fáceis para mim. Morava numa cocheira e precisava escovar diariamente dois cavalos. Não me envergonho em contar estes detalhes. Sempre fui homem trabalhador. Naquela época havia muitos jóqueis de gabarito atuando no Hipódromo da Gávea. Somente em 1945 fui ganhar a minha primeira prova clássica, montando Valipor, numa prova disputada em 2.400 metros. Derrotamos Irará, de propriedade de José Buarque de Macedo, que mais tarde viria a ser meu patrão.
Fui convidado por José Buarque a trabalhar alguns potros de sua propriedade, que estavam aos cuidados do treinador Gabino Rodrigues, ainda no Rio. Entre a potrada encontrava-se a famosa Garbosa Bruleur, que montei em sua vitoriosa estréia, em 800 metros, e em varias outras oportunidades, também vitoriosas.
Garbosa Bruleur ficou invicta até ser derrotada por Helíaco. Nessa ocasião a égua não estava bem. Na semana da corrida eu disse ao “Don Gabino”, como era chamado o treinador. “A égua está morta”, gíria turfística usada entre os profissionais. “Don Gabino” respondeu: “No Rigoni. La yegua está muy buena”. Diante desta resposta, recorri ao proprietário e dei minha opinião. Afinal eu trabalhava a égua e conhecida muito bem o animal. Ninguém conhece melhor as condições do concorrente que o jóquei, que diariamente tem contato e sente a disposição do animal.
Todos sabem o que aconteceu. A égua correu e foi derrotada pelo Helíaco, perdendo também para Ilíada, a quem sempre havia derrotado. Ilíada era treinada por Juvenal Lourenço, o popular “Zezéco”, alegre e brincalhão, uma das muitas, entre tantas, boas e queridas pessoas com quem tive o prazer e a honra de conviver.
Depois da perda da invencibilidade de Garbosa Bruleur, foi realizada uma reunião, nas cocheiras, entre “Don Gabino”, José Buarque de Macedo e eu. Decidimos que a égua iria descansar alguns meses e seria preparada para correr o GP São Paulo. Antes porém, correria uma prova preparatória, no Rio, o que ela fez com sucesso.
Garbosa Bruleur foi a forra com Helíaco. Ele, que havia tirado a invencibilidade da égua, agora também perdia para o animal que ele havia derrotado.
Daí em diante minha vida profissional ganhou outro impulso. Comecei a liderar a estatística de jóqueis. Minha carreira estava no apogeu quando sofri um sério acidente com o cavalo Porfio. Na partida, o cavalo rodou e fraturou o joelho. Eu fui lançado ao solo, sofrendo pinçamento vertebral. Este fato, que me custou uma séria operação, me deixou afastado das pistas dois anos e três meses. Parecia uma eternidade.
A maioria pensava que este episódio havia selado definitivamente minha vida profissional. Não via a hora de voltar.
Num sábado, as portas do mundo se abriram outra vez para mim. Estava novamente no dorso de um cavalo. Montei Tendress e venci. No domingo, montei mais três vencedores.
Mas, diz o ditado: “Rei morto, Rei posto”. Na minha ausência, M.Silva, o popular “Bequinho”, havia se revelado um grande piloto e assumiu a liderança da estatística.
Voltei a montar, porém, o ambiente era outro, o clima não era mais o mesmo. Tudo havia mudado. Até os amigos mudaram. Durante todo este tempo que convivo no turfe, somente dois nomes ficaram marcados em minha mente. Claudemiro Pereira, treinador dos animais do deputado Euvaldo Lodi, e Mário D´Andréa. Estas duas pessoas foram muito amigas e incentivadoras.
Venci duas vezes do GP São Paulo, montando Garbosa Bruleur e Saravan. Poderia ter vencido também com Jocosa, cuja montaria recusei por causa do peso, 54 quilos. Seria muito sacrifício para mim chegar até aquela marca. Venci três vezes o GP Brasil. Em 1954, com El Aragonês; em 1970 com Viziane e em 1971 com Terminal.
No Rio de Janeiro venci, se não todas, quase todas as provas do calendário turfístico da Gávea. Em São Paulo, venci muitas provas do calendário turfístico de Cidade Jardim.
Em 1971, após ter vendido o GP Brasil com Terminal, fui convidado a montar o mesmo animal, na Argentina. Fiquei um mês no pais vizinho e, no hipódromo de Palermo, montei Terminal para vencer uma prova em 2.500 metros, na pista de areia.
Voltei ao Brasil e, alguns meses depois, devido a problemas de peso, abandonei a profissão.
Falando novamente sobre amigos, conheci muitos deles. Verdadeiros e interesseiros. Amigos existem, dos mais variados tipos.
Um treinador de famoso Haras disse-me certa ocasião: “Meu telefone tocava constantemente. Depois que deixei de cuidar de animais, só tocava vez ou outra. Era o compadre, convidando-me para pescar”. Nome do treinador: Abílio Sales Ventura.
No geral não posso me queixar do turfe. Orgulho-me de ter muitos e grandes amigos, inclusive vários políticos, entre eles o Jamil Achôa, um homem fora de série. Tenho muitos sinceros amigos entre criadores, proprietários, jóqueis, treinadores, cavalariços e mesmo entre os turfistas.
Não posso esquecer também os diretores, entre eles o José Antonio Pamplona de Andrade, pessoa a quem eu quero muito bem.
Finalizando, lamento profundamente, como a maioria dos turfistas, o encerramento das atividades da Revista “O CORUJA”. Depois de tantos anos lutando, o turfe perde sua bandeira maior.
Ao Dr. Paulo, meu grande amigo, minha solidariedade e meu abraço.

17 setembro 2011

Ligeirinhas

Mazini -Um dos melhores jóqueis do Brasil é um sujeito de sorte. Teve várias oportunidades, aproveitou algumas, tanto que foi campeão de estatística, mas por algum motivo não consegue manter as mesmas. Perdeu contrato com o Alvarenga na melhor fase do stud. Perdeu o apoio de quase todos os treinadores de ponta. E segunda-feira foi alvo de grande polêmica, ao agredir um animal do Haras Nacional.
A sorte fica por conta de que, ao que tudo indica, as portas não se fecharam para o jóquei. Parece que o titular do Haras Nacional vai dar uma nova chance para ele. Mas antes vai ter que passar pelo jugo da Comissão de Corridas na próxima segunda-feira e pelo menos de um mês de gancho não tem como escapar.
Los Burros - O Clássico Ensayo, corrido hoje na grama mágica de San Isidro, foi vencido por Perversado, com Edwin Talaverano up. Derrotou por cabeça a Emperador Juan, montado pelo brasileiro Jorge Ricardo. O vencedor é um Thunder Gulch e Perversa, por Fitzcarraldo e marcou 1.47.55 para os 1.800m. Ricardinho venceu três provas e Altair Domingos uma.
Amanhã, em Palermo, a prova principal será o GP Vicente Casares(GIII),em 2.500m, programada para  as 18h30min (horário local), para cavalos de 4 e mais anos. Mr.Nedawi, com José Aparecido(58.5ks), medirá forças com Lingote de Oro(58.5), Calidoscopio(58.5), Expressive Halo(57) e Mustang Force(57), sendo os dois últimos os mais novos do lote.
Suspensão - W.Alencar vai ter a pena convertida para "falta de empenho" com relação a pilotagem de Até o Chuí. Portanto, o gancho será de 90 a 120 dias.
Eleições no JCB - Circula a boca pequena que os candidatos de oposição para as próximas eleições do JCB serão Luis Fernando Alencar para presidente e Cláudio Ramos como vice.
Para desespero de alguns, é bem provável que o atual presidente Lecca dispute a reeleição.
Stud Los Angeles - Correm seus cavalos para irem se colocando, um belo dia pimba. Reason Famous tinha corrido dez vezes na Gávea. Ficava a perder de vista e atropelava no final. Resultado: sempre se colocou. Na última, levou vareio da Jadde Di, com eventual de cinco reais. Hoje enfrentava a mesma adversária e o rateio era apenas de três reais. Ganhou por vários corpos. Pelo estilo do Stud, agora serão mais dez colocações e aí, uma nova apresentação parecida com a deste  sábado. Vivendo e aprendendo...

16 setembro 2011

Ligeirinhas

* Mr.Nedawi - Domingo próximo, em Palermo, será corrido,em 2.500m , o Clássico Vicente Casares. Teremos a presença de Mr.Nedawi,que enfrentará 4 rivais ,a saber: Lingote de Oro, Calidoscopio, Expressive Halo e Mustang Force.
* Eu é que sou ele - W.Freitas vem sendo a segunda monta do treinador R.Solanes na maioria das vezes. Geralmente, tendo dois cavalos no páreo, Dalto monta o animal que é levado com mais fé, o outro fica para o Freitas. Hoje, examinando o programa, estranhei o fato do Dalto montar em apenas três provas, nenhuma delas de responsabilidade do treinador em questão. Já o jóquei menos favorecido da cocheira monta em quatro oportunidades, todas com chances de vitória, inclusive as duas únicas inscrições do Solanes (Olympic Jump e Olympic Torrential). Será que é aniversário do ginete?
* Desferrados -  No decorrer destes mais de três anos de Turfemania, fiz algumas postagens no blog, alertando que correr desferrado na grama é doping consentido pelas Comissões de Turfe. Por que razão permitir que um animal melhore  sua performance, em carreira,  cerca de meio segundo? É a mesma coisa que correr de agarradeiras na areia em um páreo que ninguém vá de agarradeiras. Dá vantagem e, se dá vantagem, não devia ser permitido. Uma barbaridade consentida sei lá por quem e que se perpetra por décadas (ou seria século?). Poucos chiam e se rebelam contra esta insensatez.
Bom, retornei ao assunto porque o Renato Gameiro escreveu sobre isto de uma forma bem mais categorizada do que a minha. Leia no Jornal do Turfe, ou aqui neste link direto.

31 julho 2011

Uma decisão inexplicável

Sandro Paiva abusou da sorte no dorso de Embalado More. Inexplicavelmente, ao mancar seu pilotado, no primeiro páreo deste domingo em Cidade Jardim, não olhou para trás para se jogar de cima do cavalo. Imprudência total, pois poderia ter lhe custado a vida, uma vez que Bola Sete que vinha logo atrás passou por cima do ginete. Um milagre que nenhuma pata do animal tenha lhe atingido com gravidade, como pode ser constatado aqui no . Pela reta frontal, no fim do vídeo dá para se observar claramente o lance

25 maio 2011

Ao meu professor de leitura

Encontrei este texto de Marcondes Neto naquele site da Folha de São Paulo que contém os arquivos de todas as edições do jornal (Laércio Sábato que mostrou o mapa da mina). Muito interessante e comovente, principalmente para quem conheceu o Marcondes, caso de alguns frequentadores aqui do blog. Por pouco tempo frequentamos a mesma agência, a Pamplona, e volta e meia batíamos bons papos. Logo depois ele ficou doente e sua morte foi relativamente rápida. Este texto intitulado "Ao Meu Professor de Leitura", de 3 de Agosto de 1971, é também uma forma de homenagem a este brilhante jornalista de turfe e também a Luis Rigoni, ao que parece seu jóquei preferido e dito por quase todos da velha-guarda, como o maior jóquei brasileiro de todos os tempos. Não sei se o passar do tempo me deixou de coração mole, a verdade é que as palavras abaixo me comoveram profundamente:





15 dezembro 2010

João Manuel Amorim

O Julio Carlos, membro lá do Barbadas em Destaque, comunidade do Orkut, descobriu este vídeo sobre a trajetória do grande jóquei João Manuel Amorim e nestas questões de mostrar a história do turfe, nós aqui do Turfemania não cansamos de mostrar e reverenciar esse passado, motivo de tanta saudade. O vídeo foi feito pela família e produzido por Luiz Gustavo Amorim.

07 setembro 2010

A recompensa veio a cavalo

Na segunda prova da tríplice coroa de potrancas realizada hoje em Cidade Jardim, dois jóqueis tiveram aquela percepção que já falei em postagens anteriores, a de saber de antemão que a pista de grama estava melhor pelo externo da pista, ou melhor, de saber que mesmo perdendo terreno e tirando para fora, esta ação ainda seria benéfica para suas montadas. Não deu outra, nos 200 finais, apareceram que nem bólides, Una Beleza (L.Duarte) e Estrela Magica (A.C.Silva), duas competidoras que, até agora, não tinham mostrado credenciais para fazerem respectivamente primeiro e segundo em uma prova de grupo I.
 Logo a seguir no Ipiranga, a primeira prova da tríplice coroa, desta vez para os potros, houve a recompensa para  àquelas joqueadas. Desta vez, todo mundo veio para fora, mas foi inútil. Xin Xu Lin, potro de exceção, ganhou aos esbarros, dando mostra de grande superioridade (ainda não entendi o motivo de seu fracasso na anterior, a despeito de ter sido mal montado).Thunderdome Luiz atropelou duro no final e fez a dupla. E quem foram os jóqueis? Os mesmos do páreo anterior, só mudou a ordem, em primeiro o A.C.Silva, em segundo L.Duarte .É isso, com competência não é preciso esperar por paraisos no céu, a recompensa vem a cavalo.

17 agosto 2010

Rumo a Cingapura

O jóquei Nelito Cunha embarca no princípio da semana que vem para Cingapura, onde deve permancer por no mínimo seis meses atuando ao lado de outro brasileiro, o líder atual das estatísticas daquele país, João Moreira. Mais um ginete que busca sair do marasmo das corridas paulistas. Fausto Durso, Eurico Rosa, Leandro Rocha, Manoel Nunes são os nomes que me vem rápido à memória mas evidentemente tem muito mais. Talvez a mudança de ares, traga o entusiasmo que estava faltando nos últimos meses ao Cunha e faça sua estrela voltar a brilhar. Boa sorte!

15 junho 2010

Será que existe sensibilidade?

Olha que interessante: no nono páreo de domingo, na Gávea, Tirada Boa, conduzida por Jean Pierre, entra em último na reta, é sacada para fora, junto a cerca externa, e passa de passagem uma a uma de suas adversárias.
No décimo páreo, os jóqueis dos três últimos a entrarem na reta se arriscam na mesma manobra (Mazini, J.James e Jean Pierre) e o resultado é um primeiro, um segundo e um quarto lugar.
Corre o décimo primeiro páreo e o mundo descobre o caminho da pólvora. Todos procuram a grade de fora, menos um. Marcos Mazini, com Mané Gol, fica por dentro e ganha o páreo. O jóquei fez o gol e mané vocês sabem quem foram...
Aí chega, por fim, a última prova. Um animal não faz a curva e vai parar na cerca externa, os outros todos vão por dentro. Quando chega na seta dos quatrocentos, V.Gil, conduzindo o até então inexpressivo Ever Dream, tira seu pilotado da cerca, nessa altura corria último a uns quatro corpos do penúltimo, e coloca-o a mais de meio de raia. Uma atropelada irresistível foi o que se viu, digna de um Ojantelle.
O que me parece, leigo na matéria, é que os jóqueis em geral,ao contrário do que se propaga, não tem a mínima ideia de que faixa do terreno está melhor. Eles vão experimentando e de acordo com os resultados, vão pautando suas conduções. Esse negócio de galopar e sentir pelo toque dos cascos onde está melhor, pode até ter um ou dois que sintam, mas a maioria é "maria vai com as outras". Nada de se comprometer, inclusive o primeiro a fazer a manobra, Jean Pierre, vinha em último, será que faria o mesmo se viesse na frente.
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