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10 abril 2017

Redentor não resiste e se vira duas vezes para bater palmas para a Gávea

Stud Figuron & Varanda
Da primeira vez , o relógio marcava cinco horas e o Senhor aplaudiu demoradamente o feito de No Regrets, que venceu categoricamente o Zelia Peixoto de Castro, tornando-se mais um animal a se imortalizar com o título de tríplice coroado. A potranca do Doce Vale não tem nenhuma adversária entre as fêmeas, caso já comprovado por três vitórias sem dificuldade nenhuma na companhia. Digo mais, caso fosse cavalo, também ganharia as três prova da coroa de potros. Não temos potros de exceção e nem de alta qualidade. São apenas bons.

Qundo o Cristo agradeceu novamente ao belo espetáculo, a Ave Maria já havia tocado nas rádios do Brasil. Foi quando Emperor Cat cruzou facilmente na ponta, no nono páreo do programa. O entusiasmo não foi apenas por está vitória, de um favorito, mas de um jóquei - áquele que alguns conhecem pelo singelo apelido de "Ceará", mas que tem o nome de Ângelo "Monstro" Souza-, que sabe onde fica o disco.

O "show" começou com Discreto Belo, um simples azarão do Clássico Coaraze. O ginete fez do lícito ao ilícito, sugou todas as energias do seu pilotado e levou à vitória a quem a maioria dos turfistas nem tinha visto inscrito no páreo.

Logo em seguida, não fosse a largada com atraso e a falta de sorte do famoso "galão trocado", quase que emplaca o Derby com mais uma azarão, Voador Magee.

Ângelo só voltaria à raia no oitavo páreo, montando Invader, cavalo de muitas qualidades, porém voltando. Mais uma direção fantástica, se bem que do jeito que ganhou é daqueles que se podem dizer "esse até com minha vó ganhava".

Dizem que no Ceará há seca, mas o "nosso" Ceará emocionou tanto à alguém, que gotas vindas do Corcovado beijaram com raro deleite o gramado sagrado da Gávea.

29 novembro 2016

Meninos eu vi

Stud Figuron & VarandaAssisti algumas corridas com Mario Sergio Pontes de Paiva, única pessoa que conhecia da lista dos mortos deste terrível acidente. Menino ainda e achando futebol o melhor esporte do mundo (hoje pouco me importo com o que acontece dentro das quatro linhas), assisti o Mario jogar pelo Internacional. Neste time tinha também Falcão. Pode ser que posteriormente tenha havido um escrete melhor do que esse, pode ser que, no meu fanatismo de guri, tenha exaltado demais esse elenco, talvez o Flamengo de Zico possa lhe fazer sombra, mas isso agora não me importa. O que importa é que Mario faz parte dessa melhor memória e na pessoa dele, rendo homenagem a todos os outros que faleceram na madrugada desse 29 de Novembro.
Se futebol pode ser traduzido em poesia, Mário e seu Internacional me fazem lembrar de Gonçalves Dias e seu I Juca Pirama: Meninos eu vi!

12 março 2016

A potranca que ofuscou o Latino



É repetitivo, eu sei. Mais ainda,é  toda vez com a mesma farda (se não é a mesma farda, é pelo menos de criação). As cores são vermelho azul e branco, todos sabem. O nome, também, tá na boca de todos, o Haras se chama Araras. Mas senhores, há que se frisar, ressaltar e colocar no papel para que isso fique para toda a posteridade: O NOME DELA É DAFFY GIRL E É DO ARARAS.

Não lembro, nos meus quarenta anos de Turfe, ter visto uma atuação deste naipe. Os mais antigos vão me socorrer com atuações de Emerald Hill, Joiosa, Irme, Dulce, Corejada e outras mais. Mas essas eu não vi correr e graças a esta maravilha de hoje, posso afirmar com certeza, "eu não tenho mais inveja dos  que viram super-craques do passado".  Sim, meus olhos hoje viram, no dia 12 de Março de 2016, uma atuação que posso daqui a trinta anos afirmar, quando outras tantas potrancas boas fizerem história, ganhando tanto s páreos belos  que de vez em quando o Tempo nos proporciona: foi a corrida do século.

Daffy Girl mostrou super poderes. Seguiu os coelhos de perto e quando a cachorrada começou a dar a partida, na esperança de encurtar, tirou mais e mais. Vitória  por vários corpos contra os machos e em estilo de cânter. e mais não digo porque seria insensatez...

20 outubro 2015

Wishing The Moon e seus sonhos

Stud Figuron & VarandaMeu nome é Wishing The Moon e mamãe me colocou este nome porque tinha desejos de ir a lua. Papai também era ligado nos fenômenos do céu e admirava muito os raios e seus trovões.  Mesmo com eles sempre a pensar nas nuvens, nasci sem estes devaneios, o que eu queria mesmo era correr, saracotear, pular e escoicear. Coisas da minha raça.

Desde cedo, todos que me viam no galope diziam: "olha como ela se atira bem, na certa vai ser o orgulho da família". Tanto ouvi que acreditei. Comecei a me preparar com afinco e na flor dos meus dois anos já estava quebrando os relógios naquele lugar que os humanos deram por  nome  hipódromo. Eles me viam treinar e se entusiasmavam, "como corre essa danada". Eu, feliz, correspondia mais e mais.

Dizem que o que tem que ser será, mas eu não acredito muito no destino. Um dia acordei tão feliz que resolvi galopar com mais intensidade. Ia lépida e faceira, tanto que me distraí e  esqueci de fazer a curva. Bati com toda a força na cerca e fiquei severamente machucada, entre a vida e a morte mesmo. Começava aí o meu calvário, mas também o início de um sonho.

Foram tantos os cuidados, tão sinceros e comovidos, que aos poucos fui me recuperando. Os humanos gostam de mim, "ela se salvou, que bom" era o que eu mais escutava. Mas escutava também "voltar a correr é difícil, a mão esquerda foi muito afetada". Realmente, doía  demais a minha mão.

Genética em cavalo tarda mas aparece. Comecei a ter os devaneios de mamãe. Sonhei em voltar a treinar . Sonhei em quem sabe competir...

A partir daí, todas as energias foram canalizadas para este propósito. Aprendi tudo outra vez: caminhei, trotei e depois galopei.

Volto a dor. Disse Pessoa " o poeta é um fingidor, finge tão perfeitamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". O poeta no caso era eu. Porque doía para cacete, com perdão do mau vocabulário. De tanto conviver com a maldita, ficamos amigas e fizemos um trato: pode doer, mas na carreira não.

Enfim, depois de longo e tenebroso inverno, participei de minha primeira corrida. Orgulho e decepção. Orgulho por cumprir o sonho, decepção por ter feito de forma apática. Me acovardei mesmo. Mas meus "interessados" (já disse para todo mundo que tenho interessados, donos não) só me exaltaram.

Abro um parêntese para falar dos meus interessados. Compreensivos ao extremo e muito amorosos comigo, sinto o maior orgulho de ir a raia sob a farda do famoso Turfe Polêmica. São mais de 2700 pessoas que torcem por mim, ninguém tem um fã clube como esse meu.

Me compenetrei mais e mais nos treinos e na segunda atuação fiz segundo lugar, gostei demais daquela areia cheia de água e deslanchei de verdade, citando o Pessoa de novo, digo que navegar é preciso, o resto que se dane. Poderia ter ganho o páreo, mas deixei para uma ocasião mais especial, sempre amei o Rio de Janeiro...

Os meus interessados logo sacaram esse meu amor e me concederam mais esse desejo. Na primeira e na segunda apresentação  no majestoso Hipódromo da Gávea, eu não correspondi. Sangrei demais.

Ontem, todavia,na terceira, com aquele aguaceiro na pista, do jeito que eu gosto, consegui viver e propiciar um sonho dentro de um sonho. Correr era o primeiro, todos vocês sabem, mas ganhar era  o meu sonho secreto, seria meu tributo a todos que acreditaram em mim, e ele também se realizou.

Queria deixar aqui a minha homenagem a todos os meus interessados, está claro que sem o incetivo dos mesmos, nenhum dos sonhos seria possível. A música abaixo é para vocês... Lembrem-se, não há uma sem duas. Meu muito obrigada!




28 outubro 2013

Going Somewhere

Neste domingo, Going Somewhere, cavalo do Haras Phillipson, fez segundo em GI na França. Como está difícil de arranjar o vídeo inteiro da carreira, coloco aqui, os melhores momentos. A prova foi vencida pelo tordilho Tac De Boistron.



06 outubro 2013

Se continuar assim, será fenômeno


Stud Figuron & Varanda

O aprendiz Wesley Cardoso, o W.S.Cardoso dos programas da Gávea, mostra uma aptidão acima do normal para o ofício de ginete. Acompanho desde as suas primeiras atuações, e devo dizer que dificilmente faz erros no percurso, coisa praticamente impossível neste estágio. Reúne todas as qualidades para se tornar um grande jóquei, e o fato de não ter tido uma bagagem anterior em qualquer outro hipódromo, é mais um motivo para eu o chamar de fenômeno. Se tiver, a partir de agora, uma evolução normal, não tenho dúvidas que irá brilhar rapidamente no topo das estatísticas. Por enquanto, suas performances são de encher os olhos.

14 julho 2013

Maltês e o voo do Falcão

Stud Figuron & VarandaCorrida a preparatória para a  milha do GP Brasil e um forte nome se candidata ao posto de favorito da prova. Eu, sinceramente, não conhecia este Maltês que atuou hoje. Acompanhar fácil ao Tokay, se dar ao luxo de ser o único animal que vinha ao natural no curva, perto de entrar na reta, e, the last but not de least: mostrar uma aceleração digna de campeão, posto que foi dada depois de perseguir o ponteiro. Uma atuação sensacional.
Maltês é um filho de Red Runner em Número Uno, propriedade do Stud Malta, conexão do seu criador, o Haras J.B.Barros.Como é pouco corrido, pode ser até que tenha algo a evoluir, mas desde já, vai levar minha torcida agora na primeira semana de Agosto na Cidade Maravilhosa.
Quem não viu veja, quem já viu aprecie novamente:





17 abril 2013

BLACK CAVIAR SE APOSENTA

Por Laércio Sábato





Segundo o Sidney Morning Herald, foi decidida ontem a aposentadoria da campeã invicta Black Caviar,. Havia especulações sobre sua participação brevemente, no festival de Royal Ascot, na Inglaterrra ou mesmo em Brisbane, na própria Austrália, mas Peter Moody, o treinador, juntamente com os proprietários, decidiram ontem pelo encerramento da campanha.

O FENÔMENO

Difícil para nós brasileiros, onde só o futebol consegue audiência de massa, acreditar que um puro sangue de corridas possa ocupar o papel de astro esportivo mais conhecido no país. Mas é o que acontece na Austrália, com Black Caviar. Para começar, a égua que manteve-se invicta em 25 apresentações - a última "em casa" - tem Blog próprio, páginas no Facebook, Twitter e outras redes sociais e sua primeira "biografia", Black Caviar, the Horse of a Lifetime ( Gerard Whateley) está com a edição esgotada.

É so entrar no Google ou outro site de busca com o seu nome observar quantas milhões de páginas estão disponibilizadas no universo midiático, sob a forma de notícias,imagens, vídeos ou como marca/griffe impulsionadora de negócios.


                                      

                                



O exemplo serve bem para obrigar a uma melhor reflexão aqueles que costumam dizer que o turfe tem seus dias contados. Dias contados para os que insistem em tratá-lo como produto de fundo de quintal.



26 fevereiro 2013

Kill Bill

Há vários que acham Kill Bill, do cultuado  Quentin Tarantino, a principal obra do diretor. O filme trata basicamente de  um tema bem comum aos mortais, a vingança, pois não há na terra quem pelos menos uma vez, não sentiu aquele violento desejo de dar o troco. A atriz principal é a magrela Uma Thurman em um dos seus melhores papeis. Recomendo, tanto o Volume I quanto o II, mas faço um alerta para os que não gostam de violência explicita, pois se há algo em que Tarantino é craque, é em filmar sangue jorrando para todos os lados.

Divaguei ao começar, mas volto ao tema, cavalos. Kill Bill deu uma insofismável mostra de potranca de muito futuro em sua estreia acontecida neste domingo em Cidade Jardim, no oitavo páreo, olhem:





 Vejamos os motivos:


1) Largou mal (cerca de três corpos).
2) Se recuperou rápido e já na passagem da curva está do lado da ligeira Heart Of Storm.
3) O jóquei Silvio Generoso em momento algum usou o chicote e só na remada consegue chegar ao espelho com com impressionantes 7 1/4 na frente da segunda colocada, Concordata.
4) Concordata, esta, que tinha chegado a 9 1/4 da líder da geração até o momento, Viuva Rica (mas esta colocou esta vantagem já sendo corrida e bem exigida).

Então, é ou não é para ter esperanças nesta pequenina (425 quilos), filha de Good Reward em Nineties.
Por fim, sem perder tempo em corrigir o cronômetro que marca os finais, mas no movimento técnico está afixado "200m 13:188", o que  é piada. Se ela fez 13 para os duzentos, significa que as outras todas fizeram mais de 14, o que definitivamente é impossível. Se o relógio tivesse olhos, ficaria com vergonha de ver uma ação daquelas ser traduzida desta forma.

30 outubro 2012

O surgimento de um super cavalo

Qual a definição para turfista? Sem medo de errar, teríamos de ser sucinto: turfista é aquele que gosta de corridas de cavalos (esta é uma das definições do dicionário). Da minha parte eu tornaria esta frase um pouco mais extensa para designar o verdadeiro amante do esporte das rédeas, "turfista é aquele que gosta de ver corridas de cavalo em todos os seus detalhes e discutir e falar sobre o assunto".
Não irei cair na falácia de chamar de pseudo-turfistas, aqueles que gostam de criar PSI, aqueles que gostam de apostar no páreo a páreo, aqueles que gostam do dia a dia da Vila Hípica. Quem cria é criador, quem aposta é apostador, quem vai na Vila Hípica e não é profissional de turfe, é conhecido como o famoso "rato de cocheira" e se você se encaixa em apenas uma destas afirmativas, não é um pseudo, mas um meio turfista. Turfista de carteirinha é tudo isto junto, mas se ele estiver apenas na definição do primeiro parágrafo, eu vou considerá-lo um ser turfístico.
Deixando definições de lado e partindo para o que daria prazer aos olhos de quem gosta de assistir uma corrida. Um grande evento (GP Brasil, GP São Paulo, Derby, Diana, Provas da Coroa) dá prazer. Um turfe forte, organizado e que proporcione belos espetáculos de forma constante, acho que dá prazer (infelizmente este é um prazer que não sei se vou poder vivenciar).
Cada turfista tem suas peculiaridades e gostos, mas ao escriba aqui, nada se compara ao exato momento que você percebe estar assistindo a exibição de um cavalo de poderio locomotor descomunal, um super cavalo. Estes lances não ocorrem amiúde, lembro que senti esta sensação  pela última vez, na primeira e única vitória de Leroidesanimaux no Brasil. Sem querer plagiar o grande Gonçalves Dias, no seu mais famoso poema Y-Juca-Pyrama, mas já plagiando, eu digo: "meninos eu vi". Foi ontem, e o palco a pista de areia da Gávea.
O cavalo Kito Hope é um super campeão em provas de areia até a distância da milha. Talvez, o melhor cavalo do Brasil neste tipo de terreno. Some-se a isso a grande fase que atravessa, nas últimas duas tinha ganho fácil de seus adversários. O cartel é sensacional: correu 18 vezes na areia carioca, venceu 9, e fez mais 6 segundos nunca saindo do marcador.
Pois bem, um potrinho (ou potraço, porque tem mais de meia tonelada) criação do Haras Anderson, entrou na reta uns dois corpos atrás deste rival, e quando acelerou parecia que não era o grande Kito Hope que estava do lado. Passou , e se ontem foi noite de furacão pela bandas de cima, aqui também houve um, e não deixou nada a desejar. Um legítimo rolo compressor. Ganhou de seu valente adversário por mais de 5 corpos. Detalhe: Kito Hope deixou o terceiro colocado (seu eterno rival) Aye Lad a cerca de 9 corpos, o que torna a façanha ainda mais impressionante.
O nome da fera é Age Beautiful, na primeira incursão de areia de sua campanha. Pausa para um pedido: mesmo sabendo que todas as provas de importância deste  Brasil correm na grama, mesmo sabendo tratar-se de excelente corredor neste tipo de pista, senhor proprietário, não nos prive da emoção de ver este filho de Point Given atuando na pista de sua predileção, pois é nela que ele fará a felicidade dos verdadeiros turfistas que restam por estas plagas.
As minhas homenagens vão da seguinte forma:

1) Link da corrida, aqui .

2) Detalhes do páreo, abaixo.

















3) Histórico até antes de ontem:



12 julho 2012

Rigoni e El Aragones, a atropelada que entrou para a história

 Por Olavo Rosa Filho

Este artigo lembra e homenageia um grande jóquei e um cavalo de grande categoria, para isso narraremos os fatos que antecederam a corrida até chegar ao disco final.

A trajetória do Rigoni no turfe brasileiro é bastante conhecida, já muito se escreveu sobre ele, porém no caso deste GP, teve um aspecto especial: Rigoni já havia ganho estatísticas na Gávea, Derby, dois GP. São Paulo (Garbosa Bruleur e Saravan), era o "homem do violino", o "fantasma da Gávea", numa turma onde haviam os chilenos(Ulloa, Marchant, Castillo, Yrigoyen, Luiz Diaz), os brasileiros (Candido Moreno, Minguinho Ferreira, J.Portilho), mesmo assim ele ganhava deles
com frequência, até acontecer o infortúnio.
 
No domingo do GP Brasil de 53, ganho por Gualicho, houve um páreo de handicap em 1300m na grama com 34 inscrições(!), no fim alinharam 22 na partida, com fita, naquele tempo.Uma temeridade, porque a partida ficava bem perto daquela curva de cotovelo. Na altura dos 800m, rodaram La Vestal(G. Cabrera, chileno radicado no Rio) Eletric (S.Machado) e Porfio (L.Rigoni).
 
Cabrera veio a falecer dias depois, Machado teve escoriações, e Rigoni teve uma forte lesão na coluna, temia-se até que ele não pudesse mais andar.
 
Paralelamente sua vida particular sofreu percalços e ele viu em poucos meses tudo ruir. Perdeu bens e propriedades, perdeu a auto estima, a confiança, só não perdeu o talento e a esperança.
 
Algumas semanas antes do Brail de 54, milagrosamente, ele volta a montar, ganhando corridas, é claro, com mais dificuldades e muitas dores. Embora não devendo se arriscar e tendo que esperar mais tempo tempo para se recuperar totalmente, Rigoni arriscou, pois além de todos os problemas com sua vida particular, havia surgido um novo líder, o Bequinho (M. Silva). Só uma vitória no GP Brasil, poderia recolocá-lo no destaque que sempre teve.
 
Sua esperança veio ao encontro de um convite feito por proprietários de SP (como veremos a seguir), para montar o cavalo El Aragones, um Ramazón em Ei-Chú.

El Aragones, argentino, quando potro teve uma campanha admirável e seus donos o trouxeram para correr o GP São Paulo de 1953, onde pegou pela frente nada mais que o Gualicho; fez segundo deixando o 3º a mais de 10 corpos.
 
 
 
 Isto chamou a atenção de alguns diretores do Jockey, que queriam um cavalo para representar o turfe paulista no IV Centenário, prova que seria a maior de todas, até hoje, de repercussão internacional, dotação de US$ 300.00,00. Faziam parte deste grupo de sócios diretores, entre outros, Luis Oliveira de Barros, Glauco Colli, Franco Clemente Pinto Jr (Haras Old Friends atual), Conde Prates, Fabio Prado. O preço foi 
caríssimo, mas pelas provas que teria pela frente valia a pena o investimento. O Stud La Forja e o treinador J.M.Boquin fecharam o negócio e El Aragones passou para o Stud Piratininga (farda branca, preto e vermelho, cores da bandeira paulista), e antes de vir para São Paulo, nas cocheiras do treinador Orfilio Ojeda e tendo R.B Quinteros como seu jóquei,  ganhou o Pellegrini de 53 (dezembro).
 
Antes da virada daquele ano, embarcou rumo as cocheiras de Cidade Jardim, para se preparar para o IV Centenario.
 
As expectativas com esta prova forma plenamente confirmadas, pois, no dia do Grande Prêmio, havia gente do mundo inteiro, até o Priíncipe Aly Khan aquí esteve, trazendo seu cavalo Shikampur. Uma festa inesquecível. 
 
El Aragones não decepcionou, ganhando facilmente a carreira. Tendo Quiproquó (Peixoto de Castro) como escudeiro, em segundo.
 
 

Em Maio do mesmo ano, houve o GP São Paulo, e os dois se encontraram novamente, num campo reduzido de 6 cavalos. Desta vez ganhou Quiproquó, numa joqueada incrível do Marchant  sobre Luis Gonzales, piloto naquela oportunidade do filho de Ramazón.
 
 

No fim de Julho, El Aragones foi para o Rio em preparativos para o GP Brasil. Foi então que juntaram-se as duas estrelas (ele e Rigoni). O campo da prova teve 16 cavalos, destacando-se o rival Quiproquó, Joiosa (tríplice coroada), Pontino (argentino), Taia(chilena), Yorick (francês), todos ganhadores clássicos.
 
 

Partida na fita dos 3000m (foto) e largaram! Cyro, Taia e Bakari, revezaram-se na ponta até a entrada da reta, onde muitos foram para fora ocasionando a queda de Titanic(J.P.Souza) e Efusivo (O.Reichel). Disso se aproveitou Joiosa (E.Castillo), passando por dentro e dominando Bakari nos 200m. De repente, não mais que de repente, aparece El Aragones, que tinha entrado último na reta, passando uma a um os seus rivais,também por dentro, e domina Joiosa em cima do disco.
 
 
 
Perante uma multidão de mais 20.000 pessoas,  Rigoni e El Aragones foram aplaudidos de pé,  por mais de 10 minutos, uma ovação estrepitosa, digna de um gênio e de um cavalo valente como poucos.

Esta corrida até hoje é lembrada como "Rigoni e El Aragones, a  atropelada que entrou para a história".

30 maio 2012

19 novembro 2011

É Bi

Mister Nedawi acaba de vencer pela segunda vez consecutiva o GP Dardo Rocha, em La Plata. E o tempo foi o record da distância, 2.28:90. Direção magistral de J.Aparecido que sempre fez as curvas por dentro, com destaque para uma entrada de reta primorosa.

17 setembro 2011

Ligeirinhas

Mazini -Um dos melhores jóqueis do Brasil é um sujeito de sorte. Teve várias oportunidades, aproveitou algumas, tanto que foi campeão de estatística, mas por algum motivo não consegue manter as mesmas. Perdeu contrato com o Alvarenga na melhor fase do stud. Perdeu o apoio de quase todos os treinadores de ponta. E segunda-feira foi alvo de grande polêmica, ao agredir um animal do Haras Nacional.
A sorte fica por conta de que, ao que tudo indica, as portas não se fecharam para o jóquei. Parece que o titular do Haras Nacional vai dar uma nova chance para ele. Mas antes vai ter que passar pelo jugo da Comissão de Corridas na próxima segunda-feira e pelo menos de um mês de gancho não tem como escapar.
Los Burros - O Clássico Ensayo, corrido hoje na grama mágica de San Isidro, foi vencido por Perversado, com Edwin Talaverano up. Derrotou por cabeça a Emperador Juan, montado pelo brasileiro Jorge Ricardo. O vencedor é um Thunder Gulch e Perversa, por Fitzcarraldo e marcou 1.47.55 para os 1.800m. Ricardinho venceu três provas e Altair Domingos uma.
Amanhã, em Palermo, a prova principal será o GP Vicente Casares(GIII),em 2.500m, programada para  as 18h30min (horário local), para cavalos de 4 e mais anos. Mr.Nedawi, com José Aparecido(58.5ks), medirá forças com Lingote de Oro(58.5), Calidoscopio(58.5), Expressive Halo(57) e Mustang Force(57), sendo os dois últimos os mais novos do lote.
Suspensão - W.Alencar vai ter a pena convertida para "falta de empenho" com relação a pilotagem de Até o Chuí. Portanto, o gancho será de 90 a 120 dias.
Eleições no JCB - Circula a boca pequena que os candidatos de oposição para as próximas eleições do JCB serão Luis Fernando Alencar para presidente e Cláudio Ramos como vice.
Para desespero de alguns, é bem provável que o atual presidente Lecca dispute a reeleição.
Stud Los Angeles - Correm seus cavalos para irem se colocando, um belo dia pimba. Reason Famous tinha corrido dez vezes na Gávea. Ficava a perder de vista e atropelava no final. Resultado: sempre se colocou. Na última, levou vareio da Jadde Di, com eventual de cinco reais. Hoje enfrentava a mesma adversária e o rateio era apenas de três reais. Ganhou por vários corpos. Pelo estilo do Stud, agora serão mais dez colocações e aí, uma nova apresentação parecida com a deste  sábado. Vivendo e aprendendo...

16 setembro 2011

Ligeirinhas

* Mr.Nedawi - Domingo próximo, em Palermo, será corrido,em 2.500m , o Clássico Vicente Casares. Teremos a presença de Mr.Nedawi,que enfrentará 4 rivais ,a saber: Lingote de Oro, Calidoscopio, Expressive Halo e Mustang Force.
* Eu é que sou ele - W.Freitas vem sendo a segunda monta do treinador R.Solanes na maioria das vezes. Geralmente, tendo dois cavalos no páreo, Dalto monta o animal que é levado com mais fé, o outro fica para o Freitas. Hoje, examinando o programa, estranhei o fato do Dalto montar em apenas três provas, nenhuma delas de responsabilidade do treinador em questão. Já o jóquei menos favorecido da cocheira monta em quatro oportunidades, todas com chances de vitória, inclusive as duas únicas inscrições do Solanes (Olympic Jump e Olympic Torrential). Será que é aniversário do ginete?
* Desferrados -  No decorrer destes mais de três anos de Turfemania, fiz algumas postagens no blog, alertando que correr desferrado na grama é doping consentido pelas Comissões de Turfe. Por que razão permitir que um animal melhore  sua performance, em carreira,  cerca de meio segundo? É a mesma coisa que correr de agarradeiras na areia em um páreo que ninguém vá de agarradeiras. Dá vantagem e, se dá vantagem, não devia ser permitido. Uma barbaridade consentida sei lá por quem e que se perpetra por décadas (ou seria século?). Poucos chiam e se rebelam contra esta insensatez.
Bom, retornei ao assunto porque o Renato Gameiro escreveu sobre isto de uma forma bem mais categorizada do que a minha. Leia no Jornal do Turfe, ou aqui neste link direto.

09 setembro 2011

Desejo Infinito de melhorar

Amigos, Desejo Infinito não tinha a menor chance de ganhar a segunda prova da tríplice coroa de éguas, olhando o retrospecto pelo prisma que fosse. Mesmo que pegássemos a melhor atuação de sua campanha, a vitória sobre Vip Star, ocorrida curiosamente quando da realização da primeira etapa da coroa das potrancas. Naquela ocasião, venceu com dificuldade, percorrendo a milha em 1'35"219. Já a craque Alta Vista fazia 1'33"114. Falamos de uma diferença em torno dos dois segundos, diferença essa que, em se tratando de corridas de cavalos, é abissal.
Porém o Turfe tem seus mistérios, tem seus encantos... Afinal, o que levaria o Sr. Silvio Cybulski, feliz proprietário da filha de Nedawi, que teve a iluminação de arrematá-la em claiming no dia 30 de Maio, precisamente a data de sua primeira vitória, a pagar um added caro e em uma jornada fadada ao fracasso? Peço ao Ivan Jerônimo (sei que de vez em quando ele dá umas sapeadas aqui no Turfemania) que nos relate os motivos dessa inscrição, mas cá com meus botões acho que tenho a resposta. O Sr.Silvio, depois de ver sua potranca entrar em último, na primeira vez que atuou sob sua farda, percebeu que Desejo Infinito honraria o nome que leva. Quarenta dias após o fracasso, a potranca triunfou em uma milha para potrancas até uma vitória, mostrando notória evolução. Quem já teve cavalo de corrida (eu já tive) sabe, o proprietário é, acima de tudo, um crente. Não é à toa que a expressão "proprietário enfeitado" é tão difundida, pois trata-se de uma verdade absoluta. Acreditamos nos nossos animais, temos uma relação de amor com eles e ao menor sinal de aptidão, cremos ter um craque nas mãos. E foi com essa crença e fé que o Sr.Silvio pagou o added. Pagou pelo Desejo Infinito de ver sua farda brilhar em um Grupo I. Pagou pelo Desejo Infinito de ver a Desejo Infinito se transformar em craque, de uma hora para outra, e de quem sabe proporcionar a maior emoção da vida de um turfista: a vitória em uma prova de grande envergadura.
Como dizíamos, o Turfe tem seus encantos, um deles é que "proprietário enfeitado" volta e meia tem razão, taí a Desejo Infinito que não nos deixa mentir. Parabéns ao Sr.Silvio, pois trata-se  de um turfista apaixonado, não tenho medo de afirmar.

27 julho 2011

Frankel : invicto após oitava apresentação

O novo fenômeno mundial, dá mostras de incrível versatilidade, pois corre onde quer. De trás, de frente, de qualquer forma, apenas as vitórias são da mesma maneira. Com exceção apenas de sua penúltima apresentação, todos outros triunfos deste filho de Galileo em mãe Danehill foram de forma arrasadora, pulverizando os adversários.
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