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03 novembro 2016

Melodia Sentimental

 Aqui está a poesia de Dora Vasconcelos:


Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que fulge tão bela e branca
Derramando doçura

Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar

Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor

Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir teu amor e sonhar




Aqui a singela melodia de Villa-Lobos:







Depois veio Maria Bethania e deu alma, brilho e intensidade ao que já era deveras belo:








20 outubro 2015

Wishing The Moon e seus sonhos

Stud Figuron & VarandaMeu nome é Wishing The Moon e mamãe me colocou este nome porque tinha desejos de ir a lua. Papai também era ligado nos fenômenos do céu e admirava muito os raios e seus trovões.  Mesmo com eles sempre a pensar nas nuvens, nasci sem estes devaneios, o que eu queria mesmo era correr, saracotear, pular e escoicear. Coisas da minha raça.

Desde cedo, todos que me viam no galope diziam: "olha como ela se atira bem, na certa vai ser o orgulho da família". Tanto ouvi que acreditei. Comecei a me preparar com afinco e na flor dos meus dois anos já estava quebrando os relógios naquele lugar que os humanos deram por  nome  hipódromo. Eles me viam treinar e se entusiasmavam, "como corre essa danada". Eu, feliz, correspondia mais e mais.

Dizem que o que tem que ser será, mas eu não acredito muito no destino. Um dia acordei tão feliz que resolvi galopar com mais intensidade. Ia lépida e faceira, tanto que me distraí e  esqueci de fazer a curva. Bati com toda a força na cerca e fiquei severamente machucada, entre a vida e a morte mesmo. Começava aí o meu calvário, mas também o início de um sonho.

Foram tantos os cuidados, tão sinceros e comovidos, que aos poucos fui me recuperando. Os humanos gostam de mim, "ela se salvou, que bom" era o que eu mais escutava. Mas escutava também "voltar a correr é difícil, a mão esquerda foi muito afetada". Realmente, doía  demais a minha mão.

Genética em cavalo tarda mas aparece. Comecei a ter os devaneios de mamãe. Sonhei em voltar a treinar . Sonhei em quem sabe competir...

A partir daí, todas as energias foram canalizadas para este propósito. Aprendi tudo outra vez: caminhei, trotei e depois galopei.

Volto a dor. Disse Pessoa " o poeta é um fingidor, finge tão perfeitamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". O poeta no caso era eu. Porque doía para cacete, com perdão do mau vocabulário. De tanto conviver com a maldita, ficamos amigas e fizemos um trato: pode doer, mas na carreira não.

Enfim, depois de longo e tenebroso inverno, participei de minha primeira corrida. Orgulho e decepção. Orgulho por cumprir o sonho, decepção por ter feito de forma apática. Me acovardei mesmo. Mas meus "interessados" (já disse para todo mundo que tenho interessados, donos não) só me exaltaram.

Abro um parêntese para falar dos meus interessados. Compreensivos ao extremo e muito amorosos comigo, sinto o maior orgulho de ir a raia sob a farda do famoso Turfe Polêmica. São mais de 2700 pessoas que torcem por mim, ninguém tem um fã clube como esse meu.

Me compenetrei mais e mais nos treinos e na segunda atuação fiz segundo lugar, gostei demais daquela areia cheia de água e deslanchei de verdade, citando o Pessoa de novo, digo que navegar é preciso, o resto que se dane. Poderia ter ganho o páreo, mas deixei para uma ocasião mais especial, sempre amei o Rio de Janeiro...

Os meus interessados logo sacaram esse meu amor e me concederam mais esse desejo. Na primeira e na segunda apresentação  no majestoso Hipódromo da Gávea, eu não correspondi. Sangrei demais.

Ontem, todavia,na terceira, com aquele aguaceiro na pista, do jeito que eu gosto, consegui viver e propiciar um sonho dentro de um sonho. Correr era o primeiro, todos vocês sabem, mas ganhar era  o meu sonho secreto, seria meu tributo a todos que acreditaram em mim, e ele também se realizou.

Queria deixar aqui a minha homenagem a todos os meus interessados, está claro que sem o incetivo dos mesmos, nenhum dos sonhos seria possível. A música abaixo é para vocês... Lembrem-se, não há uma sem duas. Meu muito obrigada!




26 agosto 2015

Um simples cantador das coisas do porão

Desde cedo, ouvindo mil vezes aquele disco "Alucinação", Belchior entrou na minha lista dos mais mais e nunca mais saiu de lá, mesmo sem compor há muito tempo. Letrista de mão cheia, aliou esse saber poético com canções de fácil assimilação , criando vários hits que explodiram nas rádios do País. Mas isso foi quando "Ainda Havia Galos, Noites e Quintais".
Lanço neste momento, não a campanha chula e sem respeito pelo  grande compositor, "Aonde está Belchior?" e sim a que clama por suas melodias: "VOLTA BELCHIOR" você faz falta...

Deixo abaixo uma de suas composições certamente não das mais badaladas, CONHEÇO O MEU LUGAR. Também deixo uma interpretação para Galos Noites e Quintais, de vejam só, Chico Anisio no Bem Brasil. Belchior estava presente e não conseguiu conter as lágrimas.









Conheço o Meu Lugar

O que é que pode fazer o homem comum
Neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
A vida comovida
Inteiramente livre e triunfante?

O que é que eu posso fazer
Com a minha juventude
Quando a máxima saúde hoje
É pretender usar a voz?

O que é que eu posso fazer
Um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
Que sob a luz da lua
Os tratam como gente - é claro! - aos pontapés

Era uma vez um homem e o seu tempo
Botas de sangue nas roupas de lorca
Olho de frente a cara do presente e sei
Que vou ouvir a mesma história porca
Não há motivo para festa: Ora esta!
Eu não sei rir à toa!

Fique você com a mente positiva
Que eu quero é a voz ativa (ela é que é uma boa!)
Pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: Eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
A palavra "pessoa" hoje não soa bem
Pouco me importa!

Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!

Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem: Conheço o meu lugar!




Galos Noites e Quintais

Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde
que ondeia, com saudade do verde marinho:

Eu era alegre como um rio,
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo:
hoje eu canto muito mais

03 abril 2015

Admiração - Paulinho Moska

Sensacional canção. Leva toda minha admiração.






Meus olhos, famintos, não se cansam
de te acariciar
Procuram sempre um novo ângulo
pra te admirar
E sonham mergulhar na sua boca de vulcão
Provar todo o calor que há na sua erupção

Escorregar nos rios claros
das margens dos teus pêlos
E encontrar o ouro escondido
que brilha em seus cabelos
Devorar a fruta que te emprestou o cheiro
E talvez desfrutar de um amor puro e verdadeiro

Esquecer o espaço, o tempo e o viver
Perder a noção do que é ter a noção do perder
Se um dia eu fui alegria ao te conhecer
Agora canto porque sinto a dor de não te ter

24 outubro 2013

Dolores Duran

O EL Aragones enviou um comentário sobre Dolores Duran, que reproduzo abaixo, além de agregar um vídeo em que a ainda desconhecida Nanda Costa interpreta a cantora em "A noite do meu bem ".

El Aragones
Aron e demais amigos do blog,
Há 54 anos , mais precisamente no dia 24/10/1959, morria no Rio de Janeiro aquela que foi uma das maiores compositoras da música popular brasileira, refiro-me a Adileia Silva Da Rocha, mais conhecida como Dolores Duran. Menina de infância pobre no Rio, era auto didata em inglês, francês, italiano, espanhol e até esperanto. A grande Ella Fitzgerald, quando em visita ao Rio em 1.950 foi à boate Baccarat para ouvi-la e declarou que jamais tinha ouvido interpretação tão perfeita para "My Funny Valentine" como a dela. Contratada da Rádio Nacional, foi grande amiga de João Donato, grande expoente da MPB e de Beatriz Silva Araújo, mais conhecida pelo seu nome artístico, Julie Joy. Foi parceira de Tom Jobim e para muitos é uma grandíssima compositora da música popular brasileira, ao lado do próprio Tom, de Vinicius de Moraes e outros. Tem na sua bagagem letras para " A Noite do Meu Bem", " Por Causa De Você", "Idéias Erradas", "Estrada do sol" " Quem Foi"( em parceria póstuma com o pianista Ribamar), e muitas outras maravilhas. Teve problemas de saúde em 1955 e continuou com seu estilo de vida até sua morte, devido a uma dose excessiva de barbitúricos e a um enfarto fulminante na manhã de 24 de Outubro. Não a conheci(somos de gerações diferentes), mas tenho por ela e por suas letras uma grande admiração e, para que seu nome não caia jamais no esquecimento posto aqui minha saudade de suas letras e de um tempo que, embora não o tenha vivido, foi bom, sobretudo para quem viveu no Rio de Janeiro.



30 agosto 2013

Boa música


Música de alto nível para saudar os catedráticos que estão participando do Torneio Tradicional da Gávea


26 junho 2013

Vermelho 27

Uma sugestão do Gustavo Leite  que, embora não tratando diretamente do Turfe, enriquece um pouco o tema que o El Aragones trouxe a baila, sobre a discriminação do Esporte dos Reis na nossa sociedade. Roletas também são mal vistas por "nosotros". A música é de Herivelton Martins e David Nasser. Interpretação de Nelson Gonçalves, o terceiro maior vendedor de discos do Brasil em todos os tempos.

02 maio 2012

Nadeah vale bis

Amigos de São Paulo, não percam: nesta sexta-feira a Nadeah vai estar no Cine Joia.



04 abril 2012

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