18 setembro 2008

Análise de corridas - IV

Um fator que precisa ser lembrado sempre, é de que o jogo nas corridas de cavalos é extremamente difícil para o apostador que deseja traduzir em lucro o seu eventual conhecimento da matéria. Com retiradas que vão de 25 a 67 por cento, a única coisa certa é o lucro da BANCA, no caso a instituição Jockey. Esta retirada faz com que seja humanamente impossível que haja lucro para uma maioria de apostadores, muito pelo contrário, quem está no lucro pode se considerar um iluminado e tenho certeza que a quantidade ínfima de turfistas que ostentam esta condição, assim o estão, por um golpe de sorte em algum Concurso acumulado. Se alguém conhece um apostador que se dedique apenas as apostas básicas, de vencedor a quadrifeta, e que seja ganhador, apostando diretamente no guichet, deve reverenciá-lo seguidamente, pois não há dúvida que estará diante de um fenômeno.
Outro ponto, seria situar as apostas em corridas, no universo da lógica e não no universo da aleatoriedade. Agora, embora sendo um jogo de prognóstico com uma série de fatores para serem ponderados, também não podemos colocá-lo como um jogo de lógica pura, uma vez que mesmo em disputas extremamente racionais, como o basquete e o xadrez, ainda há um elemento sorte a rondar estes jogos. Este elemento sorte é muito mais acerbado no Turfe. Olhem só quantos motivos podem fazer o fracasso de um favorito: largada com atraso, percurso defeituoso por parte do jóquei, anomalia física, condições atléticas deficientes e até falta de interesse do jóquei, treinador e proprietário na vitória do seu pupilo. Não é a toa que os azarões ganham em boa dose de vezes, pois para eles, estes fatores também valem, só que na ordem inversa: uma boa largada, um tratamento visando deixar o animal no "último furo", o desejo de vitória por parte dos seus interessados e jóqueis caprichando como se estivesem em pleno GP São Paulo, costumam pegar a coletividade turfística de surpresa , procurando explicação do porquê de melhora tão repentina de determinado competidor. Esta aleatoriedade no meio da lógica é que faz o jogo ser tão apaixonante e explica também porque em determinado páreo, todos os cavalos recebam jogo, desde o aparentemente mais fraco até o favorito. Os teoricamente mais fracos também vencem, e não é raro que isso aconteça.

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