06 dezembro 2012

JOGANDO CONVERSA FORA 10

Por Marcelo Augusto

O potro HOLDING GLORY, defensor da Coudelaria Jéssica, que no ultimo final de semana sagrou-se vencedor do Clássico Julio Capua, arranhando o record da milha, é mais um produto clássico do fantástico ganharão PUBLIC PURSE (Private Account x Prodigious, por Pharly). Em observações anteriores, venho batendo na tecla da sobreposição de caracteres nos pedigrees da grande maioria dos elementos clássicos, onde se busca a duplicação de uma mesma família dentro do pedigree até a segunda linha (onde encontramos os avós). No caso do Public Purse, tanto seu pai Private Account como sua mãe Prodigious, pertencem a família 1-x . Essa família 1-x  (La Troienne) é famosa pela formação de vários garanhões, como Poker, Buckpasser,  Sky Mesa, Berstein, Woodman, Smart Jones, Midnight Tiger, etc. Aqui no Brasil, por exemplo, além do citado Public Purse, temos também o Redattore, o que sugere que não seria de mal tamanho esse cruzamento (Public Purse/Redattore ou Redattore/Public Purse). Temos em nosso book algumas descendentes do Midnight Tiger, Effervescing e Confidential Talk, que como os já citados também pertencem a família 1-x.  Futuramente publicarei uma relação de garanhões que fizeram parte do leilão anual de coberturas da A.B.C.P.C.C que possuem no seu pedigree, até a sua 2ª linha, a duplicação de família (incluindo-se aqueles pertencentes a ramos distintos).  

A ENGENHARIA DOS PEDIGREES
Sem muito comentário, vou me limitar apenas a apresentar os pedigrees abaixo e deixar para que os amigos observem as configurações e as duplicações exploradas por seus idealizadores ou como podemos dizer, seus engenheiros. Das reprodutoras abaixo exemplificadas descendem dois craques que entraram para a história do turfe mundial, um deles o tríplice coroado AFFIRMED (Exclusive Native e Wont Tell You) e o outro seu maior rival - ALYDAR (Raise A Native e Sweet Tooth).







                Fiquei encantando com a sinergia desses pedigrees.

SESSÃO NOSTÁLGIA
Publico aqui fragmentos de uma entrevista pingue-pongue concedida pelo locutor Vicente Chieregatti, poucos meses antes do seu falecimento ocorrido em 28 de setembro 1989, para o livro “Memórias do Jockey Club de São Paulo”.
........................ Aí o Chateaubriand mandou chamar na redação o cronista de turfe. Eu me apresentei a ele que falou: “Você (com aquele sotaque alagoano) vai ao Jockey Club, eu quero que eles me dêem um avião”.
                            O Chateaubriand naquela época estava fazendo uma campanha para doar aviões a aeroclubes.
                              “Eu preciso do dinheiro, tem que doar um avião para mim”. Ele era pessoa perigosíssima, como todo mundo sabe. Se não desse, poderia começar uma campanha contra o Jockey, não tem nem dúvida.
                                  Então eu fui falar com o Dr. Roberto Alves de Almeida, que disse: “olha, você tem razão, se a gente não der ...., mas, eu não vou dar um avião, vou dar dois. Um pelo Jockey Club e outro pela Usina Santa Bárbara”.
                                   “A usina da família vai doar um”. Naquele tempo um Pipper, custava 47, moeda antiga, 47 mil cruzeiros.
                                      Ele deu dois, um em nome do Jockey Club e outro em nome da usina

....................... Houve uma fase – agora não posso precisar bem o ano qual foi – que a diretoria do Jockey Club resolveu proibir as “irradiações”, eram só 2 emissoras. A Excelsior na qual eu trabalhava e a Rádio São Paulo.
                            Proibiu para ver se evitava o jogo clandestino, pois se jogava abertamente em todos os chalés de “bicho” e loterias.
                             Mas não era possível deixar de trabalhar e uma motocicleta corria do Jockey até o Largo de Pinheiros, numa padaria para a gente dar os resultados dos páreos. Assim ficamos quase um ano no morrinho, hoje altos de Cidade Jardim, acompanhando os páreos.
                              Tudo ia bem, mas quando chovia, era um inferno. Locutor, comentarista, técnicos de som, todos molhados, mas não se desistiu. Era uma espécie de guerra. E as emissoras continuaram a irradiar porque tinham compromisso. Ficamos firmes lá em cima do morro, no barro, porque estava sendo feito um loteamento.
                                Não seria uma tentativa de aumentar a freqüência do Jockey. A razão principal era fundamentalmente o jogo clandestino. Depois de alguns meses o Jockey cedeu e tudo voltou ao normal. Foi uma festa.

Que saudades das corridas transmitidas pelas rádios, me recordo que nas noturnas ficava no meu quarto acompanhando as corridas pela rádio Eldorado AM 700. Nos intervalos dos páreos a trilha musical era recheada de grandes clássicos do Jazz e do blues. Na esteira do Aron, que freqüentemente nos brinda com excelentes temas musicais, enviou uma performance da cantora norte-americana LILLIAN BOUTTÉ, que em 1986 foi considerada a Embaixatriz Musical de New Orleans, sendo a segunda lenda do jazz a receber esta honra na história da cidade, depois de Louis Armstrong.  Comecei a apreciar esse estilo musical acompanhando as corridas pela Rádio Eldorado. 



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