O jornal
britânico The Guardian acaba de eleger a livraria Yenny- El Ateneo em
Buenos Aires, mais especificamente na Av. Santa Fe, como a livraria mais
bonita do mundo e, aproveitando-se deste fato, o diário argentino
Clarin informou que nos últimos 3 anos foram abertas 100 novas livrarias
apenas na cidade de Buenos Aires, o que eleva o número total para
400, mais do que temos no nosso país inteiro. Por lá há uma livraria
para 7.645 habitantes, o que explica o interesse do povo portenho pela
literatura. Embora não se possa medir o nível cultural de um povo pelo
número de livrarias, pode-se imaginar que povo que não gosta de ler
torna-se, aos poucos, refém de sua própria ignorância. Na maior e mais
rica cidade da América Latina, que é São Paulo, não há nem perto de 400
livrarias e as poucas que resistem contratam atendentes despreparados
para a função, como aquele da livraria Cultura que quando perguntado se
tinha o livro Brasil, do jornalista Mino Carta, apontou para o segundo
andar e disse que livros de História ficavam naquele piso. Talvez isso
possa explicar o desinteresse das pessoas em corrigir erros grosseiros
cometidos diariamente nos nossos veículos de comunicação, o que nos leva
a ouvir Gáudi e não Gaudí (coitado do arquiteto catalão ), " ao nosso
ver" e não "a meu ver" e, inacreditavelmente, por duas semanas
consecutivas, o uso de "chego" ao invés de "chegado" para o particípio
passado do verbo chegar. E, quando animadores de auditório de programas
de segunda linha dizem que fazem o que mais gostam, eventuais ouvintes
não precisam ouvir tantos atentados contra a língua portuguesa, todos
eles, como um dia já foi dito por ele, cometidos " in a row". Livraria
neles!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Envie seu comentário