03 novembro 2010

Acham que o turfista é burro

Aqui você tem o link para um comunicado da Comissão de Corridas do JCSP, sobre os motivos que os levaram a mudar a pista no último sábado. Reproduzo uma parte aqui, para avaliação da coletividade turfística.

2 – Conforme determinação da própria motomecanizada, em poder da Comissão de Corridas assinada por Daniel Tapia, em 02/03/2010, a ocorrência de índice pluviométrico de 10mm ou superior autoriza a Comissão de Corridas a proceder a alteração das raias programadas, ou seja, da pista de grama para a pista de areia, tendo em vista a segurança dos jóqueis e dos animais que participarão das provas alteradas. No caso em tela, a Comissão de Corridas procedeu a alteração da raia de todas as provas baseada em documento escrito e que sempre esteve e continuará a estar na Secretaria da Comissão de Corridas à disposição da coletividade turfística.

Das duas uma: ou eles erraram gravemente por ter mudado a pista, ou pior, nunca divulgaram a determinação da motomecanizada para o público turfista. Não há um dia em que não seja publicada na revista, os índices de penetrômetro e todas as suas medidas, para se modificar a raia ou não. Agora a pergunta que não quer calar: como esse índice pluviométrico ficou tanto tempo sem ser do conhecimento do turfista e do apostador? Se tal índice pode alterar a raia em que vai correr os páreos de uma reunião, o que ele está fazendo "em documento escrito e que sempre esteve e e continuará a estar na Secretaria da Comissão de Corridas à diposição da coletividade turfística"?. Façam o favor, não nos tomem por burros. Isto não tem que estar na Secretária de lugar algum, isto tem que estar impresso com os dados do penêtrometro que é divulgado há anos e  à exaustão por esta mesma Comissão, toda semana na revista Turf Brasil. Será que tem alguém que possa explicar essa incoerência?

6 comentários:

  1. Honestamente eu não entendo tanta gritaria pela mudança de pista.

    1) Autoridade da comissão de turfe - Certo ou errado, a comissão de turfe tem total autonomia para transferir a raia - o que já foi foi pelo menos duas vezes sem que caisse uma gota dágua, quando a grama ficou com iluminação deficiente (não consigo imaginar um desrespeito maior com o turfista).

    2) A quantidade de água que choveu em SP por volta do segundo páreo foi realmente impressionante. Aliado a isso, ainda havia uma previsão de muita chuva para o decorrer do dia (que acabou não se confirmando). Se eu fosse um comissário, também teria transferido a raia.

    3) A comissão não tem obrigação de consultar nada para proceder a mudança de raia (ao contrário do que diz o comunicado). Porém, usando o bom senso, ainda recorreram ao pluviômetro (um equipamento muito simples - basicamente um tubo graduado que coleta a chuva) que determina o quanto choveu - no caso, 16 mm é uma enormidade.

    4) Honestamente eu não conheço o comissário em questão - mas eu jamais imaginaria um comissário de corrida mudando arbitrariamente a raia para que um animal seu fosse favorecido (e isto mesmo no JCSP atual).

    5) Naturalmente, o sistema de informação ao turfista de SP é (a despeito do esforço de quem lá trabalha) bastante precário. A falta de transparência de como são tomadas as decisões, e a falta de empenho em informar os turfistas sobre o que esta acontecendo cria uma sensação de insegurança. Neste caso, devido ao conflito de interesses, se tivesse sido informado tempestivamente que o comissario em questão se absteve e que a mudança foi unânime (mesmo porque o turfista não tem como verificar) teria evitado todos os acontecimentos que se seguiram.

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  2. Sr PauloH

    Aceito suas ponderações, porem lembro que o páreo em questão era um Grupo III e que foi horas antes de correr o páreo, ou seja, deram uma de mãe Dinah. Já presenciei uma quase tranferencia de pista num GP Sao paulo, quando Urnban Hero com Nelito, ganhou com água ate as canelas e meu pai sempre contou que Chubasco perdeu para o lameiro Zemario devido a um pé d`agua de dar medo a Sao Pedro (e a Tática do clã dos Garcia...rsrsrs). Isso tudo narrado, 1 hora antes do Páreo.
    Grande abraço

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  3. Vamos lá, PauloH

    Apenas para debater alguns pontos do seu comentário:

    1- Aqui me parece que se a grama estiver leve, não teremos o direito nem de chiar (afinal é isso que vem sendo feito aqui, chiar contra o que achamos errado).A autonomia pode vir a cair, justamente por um descontentamento geral de turfistas que se posicionem contra e pressionem.
    2- Como já disse o Milton, transferiram um páreo comum por causa de uma chuva de 16mm (foi em uma segunda feira passada que isso ocorreu, em pároe ganho por Action Street). Desta vez, foram 10mm, e era uma prova de grupo.
    3- Não tem obrigação de nada realmente, mas quem faz o que quer ouve o que não quer. Porque apregoam há anos, índices de penetrômetros e suas medidas para transferência e nunca citaram este Pluviomêtro?
    4- Acredito na idoneidade da Comissão, assim como acredito na sua ineficiência técnica e na falta de transparência para com o público turfista. Nunca dão satisfação de nada, a não ser aquele mise-en-scène de pedir exames quando um favorito fracassa.
    5- Concordo.

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  4. Aron ... eu concordo com vc especiamente na sua crítica do item 1. Tradicionalmente, nunca houve transferência de raia sem uma quantidade de chuva considerável, o que dava credibilidade a comissão de corridas. Mas depois dos dois páreos transferidos pela "iluminação" ?!? definitivamente isto não existe mais.

    Então, a transferência de raia acaba ficando muito arbitrária - seria bom algum documento explicitando mecanismos automáticos de transferência de raia em caso de chuva (talvez uma combinação entre penetrômetro e pluviometro), que tirasse a responsabilidade da comissão de ter que tomar uma decisão (que como vc também mencionou, sempre acaba sendo tomada "as escuras", sem a devida prestação de contas ao turfista).

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  5. Prezado Sr.Aron,

    Nenhum proprietário, muito menos nós do Stud Merx, como pequenos proprietários arriscar-se-ia a expor seu jockey e seus animais a situações de risco.
    No entanto, estou atônito de saber que, de um dia para o outro, as decisões da CC do JCSP são baseadas em pareceres de um certo Sr. Geraldo, da motomecanizada e de um certo Sr.Daniel Tapias, de cuja existência nunca nos foi dada ciência.
    Agradeceria se pudessem esclarecer de quem se tratam esses senhores, com tal poder!
    Infelizmente seria inútil levantar essas questões para a CC a quem a pergunta deveria ser dirigida...

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  6. Prezados Aron, Sr Paulo H, Sr Edison Furlani e demais turfistas:

    Só para procurar esclarecer alguns itens, gostaria de informar que o famigerado PLUVIOMETRO existe desde a gestão do Sr. Silvio Crespi como Presidente da Comissão de Corridas, quando as transferências ocorriam com o aparelho indicando 8mm de chuva.
    Pode ter ocorrido que algumas gestoes na sequencia tenham dado pouca importancia ao seu uso, mas a cultura do mesmo, embora muito provavelmente nao divulgada ao publico turfista (erroneamente, na minha opiniao, diga-se de passagem), é do conhecimento seja do pessoal tecnico (moto-mecanizada) quanto dos bons comissarios de corrida.
    Há cerca de tres anos, por indicacao de uma das maiores autoridades em raia de grama da America Latina - Sr Daniel Tapias - agronomo argentino responsavel pelos principais gramados seja dos hipodromos que dos campos de futebol de nosso continente, pra preservar primeiramente a vida dos joqueis e dos animais e tambem para conservar o estado da raia de grama, o mesmo voltou a ser usado nas decisoes da Comissao para eventuais transferencias de pista.
    Tentando esclarecer: o penetrometro é medido ás 9:00 na manha do dia da corrida, sendo entao zerado o pluviometro. Se apos a aferição do penetrometro, e no decorrer da jornada, o indice pluviometrico indicar mais de 10mm de agua na pista, a indicacao é de mudanca de raia para TODOS os pareos; se pensarmos bem, TODAS as mudancas nos ultimos anos ocasionadas por alto volume de chuva em curto espaco de tempo foram baseadas nao no penetrometro mas sim no PLUVIOMETRO, que fornece a medicao em segundos (o penetrometro demanda muito mais tempo, e nao retrata o verdadeiro estado da raia em casos extremos como os citados.
    Assim sendo, me parece que nosso erro maior foi nao ter divulgado de forma mais ampla tais criterios, de modo que a coletividade turfistica pudesse acompanhar com mais seguranca as tais transferencias. Ja' as vaias, acredito eu, se fizeram ouvir muito mais pelo fato do animal vencedor ser de criacao e propriedade de um membro da Comissao - o qual aproveito a oportunidade para esclarecer TER FEITO QUESTAO DE NAO PARTICIPAR DE NENHUMA DECISAO JUSTAMENTE POR TER ANIMAL NUM DOS PAREOS - do que pela decisao em si.
    Espero ter podido contribuir com tais esclarecimentos. Um forte abraco a todos,
    Joao Carlos Mazza - Stud Piccollino - Comissario de Corridas do JCSP
    Em tempo: o Sr Geraldo é um dos funcionarios da moto-mecanizada que cuida do estado da raia e fornece os dados da pista de grama de Cidade Jardim.

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