18 dezembro 2011

Desferrados, não

Matéria de minha autoria que saiu na revista Horse, no suplemento Puro Sangue Ingês. Estamos martelando contra os desferrados...

Toda a atividade, a partir do momento que principia, conta-nos uma história. A história do Turfe é relativamente nova, mas com um amplo leque de temas que a compõe. Vou me ater a um deles, a questão do nivelamento dos páreos. Desde quando surgiu na Inglaterra, no século XVII, a preocupação em deixar as corridas mais equilibradas é matéria de lei. Foi assim que surgiram as chamadas: perdedores contra perdedores, ganhadores contra ganhadores e assim sucessivamente, até chegarmos aos Grande Prêmios. Foram separados machos de fêmeas. Separaram-se, ainda, os animais por faixa de idade. Tudo com um único objetivo. O de equilibrar a contenda. Toda a graça do esporte está intimamente ligada a estes agrupamentos. Corridas acirradas e com todos os competidores lutando palmo a palmo pela vitória são de uma beleza plástica indescritível e fazem parte da essência do turfe. Para um dos seus setores mais importantes, o das apostas, motor da atividade, significa maior volume de jogos. Ninguém apostaria em páreos em que as diferenças técnicas entre os competidores fossem flagrantes a ponto de transformar as corridas em jogo de cartas marcadas e em que se produzissem infindáveis pules de devolução de capital que sempre se saíssem vitoriosas. O interesse pelo jogo acabaria e as consequências para a atividade não seriam difíceis de se prever.

Com o tempo foram surgindo diversos acessórios para os cavalos utilizarem nas corridas. Antolhos, arminhos, rosetas e línguas amarradas fazem parte desta lista. Aqui gostaria de dar ênfase a um dos pontos principais que este artigo defende. Todos estes acessórios têm por objetivo atenuar baldas ou problemas físicos do atleta, dando possibilidades aos mesmos de poderem manifestar da forma mais ampla possível, o seu poderio locomotor. Nenhuma destas ferramentas por si só, aumenta a capacidade de correr de qualquer animal. Notem que não me refiro aqui a celas, selins, cilhas, arreamentos e ferraduras, pois estas são o uniforme do atleta e já se faziam presentes quando da realização das primeiras provas em terras inglesas. E se se mantêm presentes depois de quatro séculos de prática esportiva, não podemos lhes negar a importância.

Aprofundando um pouco no tema, vamos dissertar sobre um destes componentes: as ferraduras. Antes de mais nada, permitam-me o óbvio. Ferraduras foram inventadas para proteger os cascos dos cavalos. E aqui mais um ponto citado no parágrafo anterior, que gostaria de deixar bem claro: ferradura não é acessório, pois enquanto este corrige problema de alguns exemplares, aquela previne o que pode vir a ser o problema de todos. Não quero me ater demais a esta parte física da questão, embora seja importante salientar o fato de que não são apenas corredores com cascos extremamente saudáveis que atuam deste modo nos hipódromos brasileiros, motivo suficiente para proibir a prática, já que as ocorrências de cascos danificados e consequente interrupção na carreira dos atletas para reparos clínicos são bem significativas. Parece claro: se danifica ou pode vir a danificar, refuta o argumento de que “desferrar é permitido para todos”. Ninguém que tenha preocupação com seu animal, vai usar de artifício que possa lhe comprometer a saúde ou a sua carreira como atleta.

Foco mais pelo lado competitivo. Quando toda a história nos mostra a incessante busca pelo nivelamento dos páreos, eis que o Brasil se deu o direito, talvez, de ser o único país do mundo onde se permita correr cavalos desferrados. Isso vai totalmente de encontro a tudo que expomos acima. E o motivos é apenas um: está provado que há aumento de desempenho para quem atua sem ferraduras na pista de grama. Não é vantagem que se possa quantificar, tudo depende da distância da prova e do estado da grama. Usando o quilômetro como base, não creio ser menor do que meio segundo a melhora da performance. Algo por volta de três corpos, fator decisivo para alterar o resultado de qualquer páreo.

Especificamente em Cidade Jardim, as vantagens são ainda maiores. Nos casos em que é afixado Grama Macia como raia de programa, treinadores que possuem animais inscritos da metade da programação em diante, podem verificar pela prática nos páreos anteriores, se a grama está em boas condições para correr sem ferraduras e só então decidir pelo uso das mesmas ou não. Ou seja, aos desferrados permite-se tudo. Pensem no oposto: dar o direito de ferrados optarem por correr desferrados durante a programação. Pareceu justo? Em caso positivo, desprezem definitivamente estas linhas.

14 comentários:

  1. ..........eis q o BRASIL se deu o direito,de ser ÚNICO país do mundo onde se permite correr os desferrados,,,,,,,..........kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkaaahahaha,,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk to passando MAL ARON,,,,,,,,ME SOCORRRE!!!!!!!!!!!!KKKKKKKKKKKKKKKK,permite impunidade aos corruptos,,,,permite analfabetos serem deputados,,,permite MENSALÃO,,,MENSALINHO,,,LINHO LINHO,,,,permite deixar SOLTO pessoa q atropela e mata várias pessoas ,,não aplica prisão perpétua em quem poe FOGO em ÍNDIOS,,,desista ARON.Essa merda começou errada com o DESCOBRIMENTO.AH,de repente o BRASIL q está certo,e a ALEMANHA,EUA,CANADA,INGLATERRA E TTTTTTOOOOOOOOOODOS outros países estão errados,,,,NÃO É MESMO??????????kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk só rindo mesmo

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  2. bom,d longe--------na PAULICÉIA,TEMPO FIRME,SOL dia inteiro,ZERO NUVEM

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  3. Pelo que li na revista, parece não ser o único que permite, mas um dos únicos que faz uso de tal permissão.

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  4. Aron,eu entendo sua CRUZADA,e te apoi!!!!!!!!!!falando sério,,,,mas uma coisa aprendi em TODOS anos de minha vida aqui-----esse país é SURREAL,vai na contra-mão de TUDO,enquanto o mundo PRIVATIZA,aqui se estatiza,enquanto se corta impostos e GASTOS PÚBLICOS,,,,AQUI AUMENTA OS salários de POLÍTICOS,,e se aumenta os gastos públicos,,,,,isso aqui é SURREAL.MAS OK!!!!!!!!!!!APOIO SUA CRUZADA-------OBS--SOU O SANCHO PANZA..KKKKKKKKKKKKKKKKK

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  5. Alem dos fatos apontados pelos colegas, acrescento que o Brasil foi o
    último país a acabar com a escravidão, embora até hoje se tem notícia
    de trabalho escravo por esses fins de mundo - vai ser tão difícil assim acabar com os desferrados?

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  6. Aron e amigos na semana seguinte ao falecimento do Dr. Sócrates, a rádio eldorado, aqui de São Paulo, reprisou uma entrevista concedida pelo mesmo em 2008, onde dentre vários temas, foi abordada a questão da evolução do esporte. Ele citou que o atleta que praticava o futebol na década de 70, numa partida de futebol percorria nos 90 minutos cerca de 4 km, quando hoje essa media passou a ser de 10km, ou seja, houve uma evolução atlética e nada foi feito com relação a mudança de suas regras para acompanhar essa evolução, motivo pelo qual ele achava impossível resgatar aquele futebol brilhante que se praticava no passado. Citou outro esporte que fez suas alterações para acompanhar a evolução, no caso do volleyball que antes era praticado por atletas de altura mediana, diferentemente dos atletas atuais que possuem altura de jogadores de basquete. Se não houvesse alterações como aumento da altura da rede, esse esporte não seria tão competitivo como vemos hoje. Agora o que dizer do nosso turfe, será que ele está acompanhando a evolução? Os nossos animais estão cada vez mais velozes e temos que dar as condições necessárias para que eles possam desempenhar o seu papel da forma mais segura e limpa. Vamos dar um basta a essa pratica de desferrar os nossos atletas. O tema está em alta. É a hora de mudança. Vamos abraçar essa causa. Acreditem essa ação ajudará em muito o nosso turfe. Para o apostador o que vale é uma programação boa, com grandes atrações, páreos equilibrados. O fato de todos os animais irem ferrados não causará impacto nenhum no movimento de apostas. Para os proprietários e criadores a certeza que teremos disputas mais equilibradas e justas, onde prevalecerá o individuo de melhor preparo atlético. Ai veremos quem é quem, animais, treinadores, etc .......

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  7. Marcelo e demais amigos, um testemunho meu:

    Quando esteve aqui o Ciaran Kennely, irlandês, handicapper de Hong Kong e hoje consultor internacional da Federação Internacional de Autoridades Hípicas, perguntei a ele a respeito dos desferrados. Pra vcs terem uma idéia, ele, com anos de turfe, nunca tinha pensado na hipótese de se proibir correr desferrados na Europa. Ele olhou espantado e disse: Desferrados? Não creio que precise proibir, nenhum jóquei se atreveria a montar num cavalo desferrado ... Ou seja, é tão fora de lógica, tão "anti-cavalo", "anti-esporte", que nem regra a respeito existe no berço do turfe. Como eu sempre falo, isso é coisa de índio, turfe indígena ou etíope. Alguns me falam que nós descobrimos um jeito do cavalo correr melhor e isso teria que ser difundido mundo afora, fico imaginando um brasileiro no congresso da IFHA defendendo a estapafurdia tese. Abs Ravagnani

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  8. Depois de cerca de 20 anos acompanhando o turfe dia-a-dia, assistindo a todas as corridas possíveis no mundo afora, mantendo animais em treinamento, posso dizer que correr um animal desferrado é uma aberração por vários motivos:

    1-) Exposição a um risco desnecessário;

    2-) A incerteza sobre o ferrageamento de um animal até minutos antes da prova, o que deveria estar definido e revisado no mínimo na manhã da prova;

    3-) Perigo aos pilotos em caso de raia molhada;

    4-) Dificuldade em análise do retrospecto dos animais que se utilizam desse "recurso"; e

    5-) O fato de acabar compelindo algumas pessoas a desferrar seus animais para evitar dar esse handicap aos outros.

    De maneira resumida, é surreal, deveríamos levantar essa bandeira urgentemente aqui em São Paulo, onde os "desferrados" estão virando uma epidemia.

    Abs.

    Adolpho Smith

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  9. O problema é quanto ao ferrageamento. Casco mal formado, deslivelado e por aí vai. As vezes mais vale um animal desferrado do que mal ferrado.

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  10. Esse seu quinto motivo, Adolpho, é de suma importância.

    Mas o que eu queria ressaltar aqui, no quanto o estudo é prejudicado por ser possível correr desferrado e alterar rapidamente, conforme as gotas que caem do céu, é aquele páreo do Resende. Primeiro o engano na revista, onde o mesmo estava anotado para correr sem ferraduras, então indiquei; depois, engano notado, corre-se para desfazê-lo, então desmarquei. Um pouco depois, chuva fazendo com que a maioria dos adversários tivesse que ferrar. A essa altura, eu em uma agência, em companhia de um amigo assinante, pensei: se eu jogar no Resende, depois de marcar e corrigir a marcação, não o apontando nem para terceiro, perco todo o crédito, se é que tenho algum. Dito e feito: foi lá o Resende e ganhou. Eu, fiquei como aquele antigo personagem do Viva o Gordo: Ah é, é?

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  11. Lembrando Aron, que no caso do Resende, o mesmo foi de aluminio nos anteriores e filete de ferro nos posteriores. Como constará essa informação no retrospecto no futuro?

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  12. ALBERTO(ANTIDESFERRADOS)LEON19 de dezembro de 2011 às 17:16

    A bandeira que defendemos,trata tb de uma artimanha ilegal quanto ao respeito ao consumidor(jogador)pois ele JOGA O DESFERRADO(PRINCIPALMENTE A PRIMEIRA VEZ), tentando levar "vantagem"ja que é oferecida; a tal da vantagem do gerson, e logo depois verifica que o mesmo assim como num passe de magica vai"ferrado"
    a pergunta que se faz mister é:será que ele não jogaria esse cavalo mesmo ferrado?a resposta é ABSOLUTAMENTE NÃO,pois o "D1"FAZ MAIS EFEITO QUE O COSTUME DO DESFERRADO,TANTO QUE OS TREINADORES BRINCAM COM HOJE VOU,AMANHA NÃO VOU,HOJE VOU DESFERRAR DE NOVO E ASSIM POR DIANTE.....será tão dificil entender que pro movimento subir e necessario que o turfista tenha uma confiança minima no seu jogo,mesmo que seja apenas referente á SUAS CONVICÇÕES....ABRAÇOS....

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  13. Alberto Leon,nem se discute,vc e todos outros estão certíssimos,é uma ABERRAÇÃO esse lenga-lenga de DESFERRADOS.Prejudica não só os cavalos,mas tambem os apostadores.Mas duvido muito que isso mude.Obnubilar o apostador faz parte do JOGO.RULES OF THE ENGAGEMENT

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  14. ALBERTO(ANTIDESFERRADOS)LEON20 de dezembro de 2011 às 11:58

    Gustavo,anote mais o seguinte,ontem claramente os desferrados não rendiam bem em pareos de "curva"em contrapartida iam bem em 1000 metros;pergunto:porque alguns treinadores continuaram a desferrar mesmo em curva?falta de criterios?relaxamento?como estar dentro das patas do animal pra saber se esse vai "patinar"e o outro não?será que estamos jogando palavras ao vento?
    Segue estatistica do torneio:
    pareos corridos até 19/12: 147
    pareos acertados: 131
    percentual de acerto: 89%
    puyles boas acertadas(sempre a partir de 4,00):vale mestra(5,00)gonzo(4,00)...abraços a todos e sorte na ultima etapa.

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