Vício

Recebi dois comentários sobre vício. Um bem humorado, uma brincadeira do Gustavo "Bogoljubow" Leite, o outro bem mais sério, do Alexandre Republicano, dando seu parecer do que é ou não vício. Nos meus tempos de jogador de altas somas, sofri na pele a seguinte injustiça: enquanto ganhava (e ganhei muito, posso garantir), ninguém me chamava de viciado, embora eu vivesse quase todos os meus momentos voltados para o turfe; já quando a fase ruim se instalava e as perdas chegavam ( e foram os tubos, também), aí sim lembraram-se da frase célebre: "todo jogador é um viciado". Outras frases como "jogo não da camisa" ou quando você ganha, " isso é dinheiro amaldiçoado que só vai lhe trazer desgraça" são bastante comuns e pasmem, faz parte da maneira de ver da imensa maioria da população. A afirmativa de que quase todo turfista tem vergonha de falar sobre o esporte para pessoas que acaba de conhecer é verdadeira e  sendo o vício o contrário da virtude e ainda, sendo o turfe tão estigmatizado por nossa sociedade na equação "turfe=vício" , nada mais normal que o jogador não faça menção do seu "hobby?" para ningém que não seja de sua íntima ligação. Até para mim, que me considero um ermitão e que não gosto de dar satisfações dos meus atos para ninguém, a famosa pressão da sociedade ainda se faz sentir. Imagina para os outros...
Finalizando, e já deixando o canal aberto para outros depoimentos, uma definição curta e brilhante:
“A virtude é quando se tem a dor seguida do prazer; o vício, é quando se tem o prazer seguido da dor” ( Margaret Mead )