30 outubro 2012

O surgimento de um super cavalo

Qual a definição para turfista? Sem medo de errar, teríamos de ser sucinto: turfista é aquele que gosta de corridas de cavalos (esta é uma das definições do dicionário). Da minha parte eu tornaria esta frase um pouco mais extensa para designar o verdadeiro amante do esporte das rédeas, "turfista é aquele que gosta de ver corridas de cavalo em todos os seus detalhes e discutir e falar sobre o assunto".
Não irei cair na falácia de chamar de pseudo-turfistas, aqueles que gostam de criar PSI, aqueles que gostam de apostar no páreo a páreo, aqueles que gostam do dia a dia da Vila Hípica. Quem cria é criador, quem aposta é apostador, quem vai na Vila Hípica e não é profissional de turfe, é conhecido como o famoso "rato de cocheira" e se você se encaixa em apenas uma destas afirmativas, não é um pseudo, mas um meio turfista. Turfista de carteirinha é tudo isto junto, mas se ele estiver apenas na definição do primeiro parágrafo, eu vou considerá-lo um ser turfístico.
Deixando definições de lado e partindo para o que daria prazer aos olhos de quem gosta de assistir uma corrida. Um grande evento (GP Brasil, GP São Paulo, Derby, Diana, Provas da Coroa) dá prazer. Um turfe forte, organizado e que proporcione belos espetáculos de forma constante, acho que dá prazer (infelizmente este é um prazer que não sei se vou poder vivenciar).
Cada turfista tem suas peculiaridades e gostos, mas ao escriba aqui, nada se compara ao exato momento que você percebe estar assistindo a exibição de um cavalo de poderio locomotor descomunal, um super cavalo. Estes lances não ocorrem amiúde, lembro que senti esta sensação  pela última vez, na primeira e única vitória de Leroidesanimaux no Brasil. Sem querer plagiar o grande Gonçalves Dias, no seu mais famoso poema Y-Juca-Pyrama, mas já plagiando, eu digo: "meninos eu vi". Foi ontem, e o palco a pista de areia da Gávea.
O cavalo Kito Hope é um super campeão em provas de areia até a distância da milha. Talvez, o melhor cavalo do Brasil neste tipo de terreno. Some-se a isso a grande fase que atravessa, nas últimas duas tinha ganho fácil de seus adversários. O cartel é sensacional: correu 18 vezes na areia carioca, venceu 9, e fez mais 6 segundos nunca saindo do marcador.
Pois bem, um potrinho (ou potraço, porque tem mais de meia tonelada) criação do Haras Anderson, entrou na reta uns dois corpos atrás deste rival, e quando acelerou parecia que não era o grande Kito Hope que estava do lado. Passou , e se ontem foi noite de furacão pela bandas de cima, aqui também houve um, e não deixou nada a desejar. Um legítimo rolo compressor. Ganhou de seu valente adversário por mais de 5 corpos. Detalhe: Kito Hope deixou o terceiro colocado (seu eterno rival) Aye Lad a cerca de 9 corpos, o que torna a façanha ainda mais impressionante.
O nome da fera é Age Beautiful, na primeira incursão de areia de sua campanha. Pausa para um pedido: mesmo sabendo que todas as provas de importância deste  Brasil correm na grama, mesmo sabendo tratar-se de excelente corredor neste tipo de pista, senhor proprietário, não nos prive da emoção de ver este filho de Point Given atuando na pista de sua predileção, pois é nela que ele fará a felicidade dos verdadeiros turfistas que restam por estas plagas.
As minhas homenagens vão da seguinte forma:

1) Link da corrida, aqui .

2) Detalhes do páreo, abaixo.

















3) Histórico até antes de ontem:



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