30 abril 2011

Adubando, dá

Por Laércio Sábato


Ontem tive que quebrar a rotina e não pude acompanhar o início das corridas da Gávea e Tarumã, por um motivo mais que justificável: reunião de pais na escola de minha filha mais nova, a Luiza, que agora em Março completou 6 anos. Encerrada as avaliações do primeiro bimestre, já ia me despedindo da professora, quando alguns desenhos no canto de sua mesa me chamaram a atenção, especialmente o que estava por cima, do André, um garoto de 5 anos, cuja mãe já tinha se retirado. Arrisquei perguntar:

- Professora, que desenhos são estes aqui na sua mesa, fora das pastas?

- Ah, são alguns presentes que eles me dão. Quase sempre me trazem de suas casas e eu fico orgulhosa por lembrarem de mim, disse ela.

O do André sobressaía. Pedi emprestado para copiar e reproduzo abaixo :



Francamente não conheço os pais do garoto e não deu para saber de antemão se têm contato direto com as corridas. Seria filho de um jóquei? De uma veterinária? De um proprietário ou criador? Ou, quem sabe, de um turfista apaixonado, como nós? Vou procurar me informar. O que impressiona é a riqueza dos detalhes (número na manta, óculos do piloto, ligas etc).

Só sei que voltei para casa pensando: Com “zero” de mídia como é que o menino foi sobrepor o cavalo de corrida sobre as imagens do futebol, dos carros de fórmula 1, e aí por diante?


E é claro que me convenci que temos um longo caminho a percorrer (ou retomar) no sentido de acostumar as nossas crianças a encarar o turfe como um esporte e um ambiente de prazer.

Nos anos 50, quando comecei a ir ao Jockey (época do Gualicho e por coincidência início da televisão no Brasil) o histórico Circo do Arrelia, se apresentava em Cidade Jardim, nas tardes de domingo. Contei isso ao atual vice-presidente, Ricardo Vidigal, outro dia, que me pareceu algo incrédulo (por outra coincidência, seu apelido é o mesmo do parceiro do Arrelia).

E já que estou com o pé nessa estrada, vou lembrar que muito anos atrás sugeri à Diretoria do JCSP (inclusive ao Pasquale Rosa, em uma gestão anterior) que utilizassem o muitas vezes ocioso Tattersall, aos domingos, como teatro de arena infantil. Com portão exclusivo para a Av. Linneo e amplo estacionamento. Parece mais interessante que a remodelação dos brinquedos do “playground da pelouse” (que horror!).

11 comentários:

  1. Marcelo Augusto da Silva30 de abril de 2011 às 08:55

    Aron, na última quinta feira, enquanto eu acompanhava pela internet o Leilão do STUD TNT, aconteceu um fato muito engraçado, pois simultaneamente minha esposa estava contectada no TWITER e na ocasião estava acessando a página do promoter DAVID BRAZIL, que faz umas postagens muito engraçadas e divertidas, com muito bom humor. Por coincidencia ele estava naquela hora acompanhando ao vivo o prestigiado leilão e postou os seguintes comentários:

    "Estou no leilão de cavalos e potrancas do TNT, tô disfarçado de égua para ver se alguém me compra"

    "É minha primeira vez num leilão, pensei que o leiloeiro era gago, ficava repetindo, vinte mil vinte mil vinte mil vinte mil, tava agoniado"

    "Caraca ai!!! Posso ser leiloeiro, a pessoa repete as mesmas palavras varias vezes, profissão perfeita para um gaguinho"

    "PUTZ!!! vou ficar um mês com esse homem gritando na minha cabeça oferta oferta oferta oferta oferta, cinco mil cinco mil cinco mil cinco mil"

    Para aqueles que nunca ouviram falar nesta figura, ele é gago e de vez em quando aparece na televisão nesses programas de auditórios, principalmente no SBT

    Um Abraço a todos

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  2. Marcelo Augusto da Silva30 de abril de 2011 às 09:57

    Laércio foi perfeito nas suas colocações e digo mais a nova Diretoria poderia promover, não só com os seus membros, mas com toda a comunidade turfística, um fórum de discussões sobre a revitalização do turfe. Tem tanta gente aí com idéias bacana. É só formatar que adubando dá.

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  3. iniciante que sou neste esporte vi com muita atenção e satisfação este post do Sr. Sábato e já que o assunto é a maior difusão deste esporte, posso dizer por experiencia própria que nós os iniciantes nos ressentimos muito de informações (jogadas aos montes nos programas oficiais e programas com retrospectos no JCB) que sejam 'traduzidas' em algum lugar ou site. Exemplo: estou estudando o programa de hoje e não posso atinar o que seja uma raia NM, NL (L de leve, suponho) ou ainda o que seja uma raia NMV...este é só um dos exemplos das agruras sofridas por quem está se iniciando. Obrigado
    Sebastiao L. Jr

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  4. Sebastião: Esse N vem de "noturna", ou seja, o páreo foi corrido a noite. O M quer dizer "macia". Faz falta mesmo um abc para iniciantes, onde estes possam dirimir as dúvidas.

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  5. Marcelo,

    Já que você desviou um pouco o assunto no primeiro post (levou para o lado humorístico, do David Brazil), e é sempre bom relaxar em dias de corridas, vou te contar uma parecida. Nos meus tempos de Telesp, quando o celular e o BINA ainda engatinhavam, tive um funcionário, o Orlando Baixaria, que fazia coisas do arco da velha nos trotes telefônicos.
    Saíamos às 17 h. Ele morava em Jundiaí e vinha trabalhar em São Paulo. Arrumou uma vaga no ônibus da IBM , muito próxima, que saia às 18. Nesse período zoava no telefone (viva-voz, quando conectados a terminais Videotexto) passando trotes baseados em classificados de jornal. Era campeão em propor trocas irritantes para quem anunciava para vender . Jazigo por guitarra elétrica; cortador de frios por enciclopédia Barsa e por aí vai (ou ia) ?
    A sua campeã foi assim:
    Pegou um anúncio de uma companhia de vidro, procurando por Assoprador. Ligou para lá e conseguiu ser atendido pelo Depto Pessoal, para obter informações.
    - Boa (sopro) tarde. Queria (sopro) algumas informa(sopro)ções sobre essa vaga de (sopro) Assoprador.
    E soprava que soprava no bocal do telefone.
    Lá pelas tantas, já irritado o interlocutor peguntou:
    - Mas Seu Orlando, o senhor tem experiência como Assoprador?
    - Vou(sopro) ser sin(sopro)cero com o se(sopro)nhor. Experiên(sopro)cia mesmo eu não(sopro) tenho(sopro). Mas minha mãe sem(sopro)pre disse(sopro) pra não perder a esperan(sopro)ça que um dia esse de(sopro)feito de nascença ainda iria servir para al(sopro)guma coi(sopro)sa!
    Pano rápido e abraços

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  6. Aron, muito obrigado pela pronta resposta e já tentando me aprofundar nisso, porque não publica algo neste sentido? Vejo no programa da Gávea (300411.pdf) raias N (noturno) M(macio)mas no caso é areia macia em páreo noturno etc... Conclame teus parceiros mais escalrecidos como vc a redigirem este pequeno glossário para os iniciantes...Agradeço em nome deles
    Sebastiao

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  7. Pouco que li aqui hoje, já me fez esquecer pelo menos por enquanto da raiva de ontem.
    Valeu Laércio, Valeu Marcelo.
    Abs,
    Alexandre Republicano

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  8. AMIGOS
    Acabei de ver pela enésima vez o filme SONHADORA e chorei mais uma vez pela enésima primeira vez.
    Só quem ama este esporte sabe avaliar o que representa uma vitória nas pistas.
    Forte abraço e sorte nas carreiras.
    Miranda Neto

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  9. Marcelo Augusto da Silva30 de abril de 2011 às 13:44

    Aron salvo engano, o Laércio pode confirmar, na antiga revista o CORUJA, tinha uma pagina destinada aos iniciantes com o título "entenda o retrospecto", onde trazia todo o significado dessas abreviaturas. A Turfe Brasil poderia destinar uma página para tal fim.

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  10. Já cansei de solicitar do Aron e sugeri como pauta na Mesa do Turfe sobre ENSINAR a analisar os páreos de claiming. Ninguém se pronunciou.Sem ensinar ´difícil captar novos turfistas.
    Forte abraço
    Miranda Neto

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  11. Concordo com o Miranda Neto quando diz taxativamente que sem ensino não há gente nova no turfe (mesmo que desejem entrar no esporte sem que sejam levados por amigos já inteirados do mesmo).
    Quanto ao programa Mesa do Turfe, devia haver mais divulgação de horários e uma seção destinada aos novatos seria muiiiito bem vinda.
    Sebastiao

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