29 maio 2011

Corrida de cavalinhos e todo mundo assistindo

Daqueles que me lêem, a grande maioria é de turfistas que já passaram dos cinquenta. Mas para ter lembrança do que será relatado, acho que a idade mínima atual, deva ser uns 65 para cima.
Em 1960, tempo em que propaganda chamava-se "reclame dos patrocinadores",   as corridas eram  prestigiadas pelo que hoje chamamos de mídia no Brasil. Tão prestigiadas,  que até programa com cavalinhos de brinquedo era sucesso, tanto no rádio como na televisão. As imagens iam ao ar pela TV Record. A apresentação ficava a cargo do  narrador oficial do Jockey Club Brasileiro, Teofilo de Vasconcelos, todas as quinta-feiras as 20:30 (não sei se era horário-nobre, atualmente seria). Abaixo coloco a propaganda veiculada nos jornais da  época (prestem atenção no patrocinador, cliquem na imagem para ver em tamanho maior):
























Como vocês notaram, o patrocínio era da Bom-Bril, por isso o nome do programa "Pradinho Bom-Bril". Desculpem a rima, mas tudo isso parece piada de primeiro de Abril e, sinceramente, só acreditei pela farta documentação encontrada sobre o assunto. Um brinquedo simulando uma corrida de cavalos, prendendo a atenção de uma parcela da população brasileira, não seria crível nestes tempos de skate e esportes radicais.
A maioria ouvia os páreos pelo radinho de pilhas, mas para uma pequena porção de privilegiados, que podia pagar o preço de uma televisão, dava para ver os cavalinhos correndo em preto e branco.
A coisa funcionava assim: você enviava cinco rótulos de Bom-Bril em uma carta para a Record. Se seu nome fosse  sorteado, aí então você teria que torcer para um dos cinco cavalos que participavam da brincadeira. Conforme a colocação desse cavalo, vinha seu prêmio. Evidentemente, os prêmios mais valiosos eram para os cavalos que ganhavam os páreos que simulavam a realidade.
Não sei se antes ou depois, provavelmente depois, apareceu o "Pradinho Sinimbu", uma marca de cigarros daqueles tempos.  A ideia era parecida com o relatado acima, mas bem mais ambiciosa. Passava pela TV Piratini. No momento da partida dos páreos do Cristal,  se pegava a transmissão do narrador (imagino que fosse do lendário Vergara Marques), via rádio. Os que manejavam o brinquedo, reproduziam  a narração fielmente e assim tínhamos uma corrida real sendo transmitida ao vivo para os telespectadores. Achei demais a criatividade, mas gostaria de mais subsídios sobre esse tema. Se algum turfista da velha-guarda lembrar de algo e quiser prestar seu depoimento, não se acanhe.
E hoje leitor, se a Bom-Bril patrocinasse o Esporte dos Reis, quais seriam os prêmios oferecidos?

a- quatro ferraduras de ferro incrivelmente reluzentes.
b- visita à fabrica da empresa, com direito à acompanhante e dois copos de Ki-Suco.
c- uma dúzia de esfregões de aço de sua própria fabricação.
d- conhecer Carlos Moreno, seu eterno "garoto-propaganda".

Façam suas apostas e vejamos qual alternativa ganha este páreo.

6 comentários:

  1. Aron, esse brinquedo tem pra vender no Mercadolivre por R$ 100,00.

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  2. Roberto,

    Se por acaso você tiver o link de acesso ao "brinquedo" no Mercado Livre, eu agradeceria

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  3. Aron, aí está o Link

    http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-183240451-corrida-de-cavalo-_JM

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  4. Teofilo de Vasconcelos, além de locutor oficial do JCB foi chefe do departamento de turfe da Radio Jornal do Brasil.
    No link a seguir, de pouco mais de 20 segundos, podemos ter a lembrança de sua voz (abrir com o Windows Media Player):

    www.vozesbrasileiras.com.br/html/galeria.html

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  5. Naquela época o rádio dominava a comunicaçao nacional, entre outros Teofilo nas transmições do jcb eram e são até hoje imbatíveis, com todo respeito aos grandes locutores da atualidade.Grande abraço a todos apaixonados pelo mundo dos cavalos.

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