Por Marcelo Augusto
E o FRANKEL se despediu das pistas. 14 triunfos como o grande NEARCO. A história desse craque e de seu mestre treinador Sir Henry Cecil, daria um bom roteiro de filme, “a história comovente do professor e o estudante”. Cecil
hoje com 69 anos de idade, foi diagnosticado em 2006 com câncer de
estomago e desde então continua em tratamento, passando por
desconfortáveis e regulares sessões de quimioterapia. FRANKEL
foi batizado com esse nome pelo príncipe Khalid Abdulla, seu
proprietário, em homenagem ao lendário treinador Bobby Frankel, que
perdeu uma longa batalha contra o câncer em 2009, e segundo declarações
de Cecil, ele tem sido capaz de fornecer auxílio e apoio para a sua luta contra a doença, “eu apreciei cada momento de treiná-lo, embora tenha sido um pouco estressante às vezes”; "Ele é o melhor que já tive e o melhor que eu já vi." Cecil
foi abalado pela morte de seu irmão gêmeo, David, de câncer em 2000, um
divórcio de sua esposa, dois anos depois, viu sua carreira batendo no
fundo do poço no ano de 2005, levantando apenas 12 carreiras. Com cada
vez menos cavalos e tendo que escutar todo tipo de conversa de
aposentadoria, e tudo isso antes de a doença chegar ao seu conhecimento,
teve em sua terceira esposa Jane e no príncipe Khalid Abdulla, o apoio
necessário para se recuperar e com o Frankel entrou definitivamente para
a história do turfe mundial. “Henry é um mestre de sua profissão", sua manipulação do cavalo é magistral e ele estava determinado a fazer a coisa certa por ele", disse Teddy Grimthorpe, gerente da Juddmonte Farms. (fragmentos de textos e depoimentos publicados no site da BBC)
Repercussão da despedida de FRANKEL, segundo relatos extraídos no site da BBC: "Ele é um atleta completo e ele não tem falhas. Ele é único." (Frankie Dettori); "Eu
levei meus filhos para assistir Frankel em Newbury, para que possam
dizer que tinham realmente visto que ele é o máximo de um cavalo e eu
que pensei que nunca ia ver um tão bom quanto ao Sea The Stars e então
ele veio.." (Grand National-winning jockey Mick Fitzgerald); "Seu talento transcende o esporte como nenhum outro cavalo que me lembro na minha vida", (ex-atacante inglês Michael Owen); "Nós
nunca saberemos, mas ele é certamente um dos maiores e ganhou muitas de
suas corridas por uma larga margem, todos amam isso" – (John Oxx, que treinou a Sea The Stars).
Com as vitórias clássicas dos irmãos maternos ZARA e WYATT EARP e dos irmãos próprios CONCILIUM e CHOREOGRAPH, podemos
considerar o mês de outubro como histórico para o turfe brasileiro. É
uma façanha digna de registro, pois não me recordo de irmãos sagrar-se
vencedores clássicos num espaço de tão curto tempo.
Uma pincelada sobre famílias maternas: Os números familiares
comumente utilizados para designar as várias famílias puro-sangue do
sexo feminino foram popularizadas por Bruce Lowe, um australiano
pesquisador de pedigree no final do século XIX. O Trabalho de Lowe,
“Breeding Horses by the Figure System”, foi publicado postumamente em
1895 por seu amigo e editor, William Allison. Ele havia seguido para
trás os pedigrees de uma lista completa de vencedores dos mais antigos
clássicos ingleses, St. Leger Stake, Derby de Epsom e Oaks de Epsom,
agrupando-os por linhas diretas de descendência feminina, a partir da
mãe, avó materna e assim sucessivamente até onde a família não era mais
rastreável no Stud Book Geral. Em seguida, ele computou o número de
ganhadores clássicos produzidos por cada família e listados em ordem
decrescente. A família com o maior número de vendedores clássicos,
descendia da matriarca Tregonwell´s Natural Barb Mare, e foi designada
família 1; a segunda, descendente da matriarca Burton Barb Mare, a ela
foi designada família 2, e assim por diante. Seu estudo resultou em 43
famílias numeradas e tornou-se o núcleo de seu estudo. Lowe acreditava
que nove famílias - 1, 2, 3, 4, 5, 8, 11, 12 e 14 foram o "núcleo" da
raça e essencial para o sucesso na reprodução. No entanto, algumas famílias têm evoluído desde a sua pesquisa original. A família
nº 9, por exemplo, contém o clã da poderosa Lady Josephine, um grupo
forte de onde originou vários garanhões; a família nº 16 deu-nos Plucky
Liege; família nº 13 a Frizette e a família 21 a Hidden Talent e
Clonaslee, e assim por diante. Conforme
o tempo passou, essas famílias cresceram e foram expandindo, certas
éguas dentro de cada família começaram a estabelecer suas próprias
identidades, e, assim, as famílias foram sub-divididas, ou seja, a
família 1-A, 1-B, 1-C, etc. (fragmentos de textos publicados nos sites: tbheritage.com e reines-de-course.com). O
craque Frankel pertence a família 1-k. Uma das famílias com grande
destaque na produção de garanhões é a 13-c (Mr. Prospector, Tourbillon,
Seattle Slew, Elusive Quality, Darshaan, Sinndar etc).