31 outubro 2012

O Lima e o Lambretinha


O sujeito vai ao psiquiatra
- Doutor - diz ele - estou com um problema: Toda vez que estou na
cama, acho que tem alguém embaixo. Aí eu vou embaixo da cama e acho
que tem alguém em cima. Pra baixo, pra cima, pra baixo, pra cima.
Estou ficando maluco!
- Deixe-me tratar de você durante dois anos, diz o psiquiatra. Venha
três vezes por semana e eu curo este problema.
- E quanto o senhor cobra? - pergunta o paciente.
- R$ 120,00 por sessão - responde o psiquiatra.
- Bem, eu vou pensar - conclui o sujeito.
Passados seis meses, eles se encontram na rua.
- Por que você não me procurou mais? - Pergunta o psiquiatra.
- A 120 paus a consulta, três vezes por semana, durante dois anos, ia
ficar caro demais, ai um sujeito num bar me curou por 10 reais.
- Ah é? Como? Pergunta o psiquiatra.
O sujeito responde:
- Por R$ 10,00 ele cortou os pés da cama...

Moral da História:
MUITAS VEZES O PROBLEMA É SÉRIO, MAS A SOLUÇÃO PODE SER MUITO SIMPLES!
HÁ UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE FOCO NO PROBLEMA E FOCO NA SOLUÇÃO.


 
Outro dia li esta piada no Facebook e não pude deixar de me lembrar do Lima, grande turfista, que sempre tinha interrogações a respeito do jogo, e que eu, por  muitas vezes, não tinha soluções para lhe passar.
De uma feita, depois de uma reunião sem acertos, o Lima queixava-se:
_  Aron, sinto que estou perto de ficar um grande catedrático, daqueles que dizem com orgulho "eu sou um vencedor nas corridas", só está faltando um degrau a ser galgado.
Fingindo toda  paciência do mundo, mas rindo por dentro, perguntei:
_  Mas que degrau seria esse, grande Lima.
_ Veja: quando eu jogo na ponta, o bicho chega em segundo. Aí, eu jogo placê, mas o danado faz terceiro. Não acreditando em azar, vou lá e cravo ele na trifeta, seco para terceiro, mas esse jogo é infernal, daí ele faz quarto. Já irritado, lá vou eu e ponho ele seco para quarto, não é que o danado vai lá e ganha o páreo.
_ Puxa, isso é azar mesmo.
_ Sei que é azar, mas quem sabe com uma dica sua, eu não consiga acertar o passo.
_ Olha, o que eu recomendo é você se debruçar nos estudos. Varra a revista de cabo a rabo, veja várias vezes cada corrida e tente descobrir possíveis prejuízos, ou falsos interesses. Tenha um caderno, em que você anote as boas, faça estatísticas e tente usá-las em seu benefício. Se ainda sobrar tempo, acorde de madrugada e cronometre todos os trabalhos. Acho que o degrau pode ser transposto.
_ Lima, me olhou desanimado e foi se embora sem falar mais nada.

Seis meses depois, encontro o Lima entrando no Jockey de carro importado. Surpreso, aceno e faço-o parar.
_ Estou vendo que meus conselhos deram resultados. Acertou o passo, hein?
_ Acertei mesmo, mas achei os seus conselhos por demais extenuantes para serem seguidos. Preferi seguir os do Lambretinha, bem mais fáceis e que até agora só me trouxeram alegrias. Hoje eu sou um homem rico.
Deu uma risada espalhafatosa e arrancou o carro, me deixando falar sozinho.
O Lambretinha eu conhecia por demais, famoso virador, que já tinha feito tudo que é tipo de golpe para levar o dinheiro dos incautos. A essa hora, quinze minutos para o primeiro páreo, ele certamente estaria no Paddock , tentando arranjar uma vítima. De fato, lá estava, porém demorei a reconhecer, porque o mesmo trajava um terno de luxo e fumava um legítimo cubano. Me vendo se aproximar gritou:
_ Já sei, veio saber se o meu cavalo tem chance.
_ Imagina. Nem sabia que você tinha cavalo.
_ Tenho esse e mais quinze, "Stud Subindo o Degrau Mas Sem Descer", já ouviu falar?
_ Sim, ouvi, está investindo muito, mas não sabia que era seu. Tem alguma coisa a ver com o Lima esse seu novo status social. 
_ Tudo a ver, meu caro Aron. Até contrato fizemos. A única pessoa que pode e deve saber o que o Lima jogou sou eu. Desse modo nunca mais errei um páreo e divido todo lucro com o Liminha, aquilo é um sábio, pena que não perceba...
_ E qual é o segredo?
_ Fácil... Ele me contou a história do degrau e logo me veio o lampejo. Falei ao mesmo: "basta que toda vez que você for jogar, me chame para ir junto ao guichet e veja o jogo feito". Me disse que essa solução era bem mais simples do que a que você propôs a ele.
_ Lambretinha, não enrola. Qual é o segredo?
_ Simples, quando ele joga vencedor, eu faço a mesma aposta de placê. No próximo páreo ele vai lá e joga placê e eu cravo na trifeta e consequentemente, quando ele crava para terceiro, vou lá e coloco seco para quarto.
_  Tá já entendi tudo, quando ele põe para quarto, você joga o vencedor...
_  Aí é que tá, neste caso eu pulo o páreo, porque toda história de turfista tem alguma coisa que é aumentada. Essa história de que o cravado para quarto vai lá e ganha, é conto da carochinha.  Além do que, se eu tô subindo, por que é que eu vou descer...
Entre  pasmo e atordoado, ainda tive tempo de escutar, às costas, antes do enfarte:
_ Lambretinha, estou indo fazer a minha fezinha.
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